O que aconteceria se não houvesse chuva por 100 anos?

O aquecimento global nunca foi uma pauta tão comentada quanto é hoje em dia. Não é difícil dizer que, a cada semana, encontramos notícias sobre problemas com a nossa natureza. Cidades sem água, florestas dizimadas, a Amazônia em chamas. Com isso, a situação só se alarma e a busca por soluções cresce.

Você sabia que a Terra tem exemplos surreais de falta de chuva? Não precisamos ir muito longe. Aqui do lado, no Chile, a cidade de Calama ficou sem chuva de 1571 a 1971. Isso são quatrocentos anos sem cair uma gota de água do céu! Neste caso, a proximidade com o Deserto do Atacama e as condições geográficas explicam o caso.

Dessa forma, como seria um contexto, digamos, mais global, sem chuva por 100 anos? Enquanto os humanos tentariam resolver a situação através de chuvas artificiais, o que se tornaria inviável com o tempo, devido ao alto custo, um dos processos centrais da natureza seria interrompido: o ciclo da água.

Rompimento do ciclo da água

Conhecimento científico

Esse ciclo é o conceito que aprendemos no ensino fundamental e é bem importante. Então, o primeiro impacto a ser percebido seria o desaparecimento da nossa flora. Sem água para abastecer o solo, não tem como as plantas crescerem, e sem plantas, não temos uma das bases de nossa alimentação.

Claro que ainda teremos estoques de alimentos, vegetais e vários tipos de grãos. Mas, em algum momento, a água será necessária. É verdade que podemos usar processos para retirar o sal e outros minerais da água do oceano. A destilação e a eletrodiálise fazem justamente isso, mas a água não é infinita.

Mesmo que os governos criem campanhas para conscientização, a água chegaria ao fim. Isso porque o ciclo da água, até mesmo a do mar, precisaria da chuva depois de evaporarem com o calor, para voltar às origens e se manter.

Não importa se o consumo diminua ou não. Ela vai chegar ao fim. Com a falta de H2O nos mares e lagos, toda a vida marinha deixaria de existir. Sem plantas, vegetais e leguminosas, animais herbívoros também sumiriam. Com o passar das décadas, os predadores carnívoros seriam os próximos na lista de extinção. Você percebe que o fim está cada vez mais próximo? Como os humanos conseguiriam se alimentar?

Sobrevivência humana

Infelizmente, a lista de tristezas não acabou. Sem a cobertura de plantas na superfície, logo perceberíamos mudanças monstruosas na atmosfera terrestre. Sendo assim, se as plantas auxiliam na produção do oxigênio por conta da fotossíntese, o que será de nós, sem a renovação do ar que respiramos?

Os cientistas indicam que o oxigênio restante duraria apenas mais dois mil anos. A falta de árvores e ciclos naturais causariam tamanha confusão nas camadas gasosas da Terra, que a temperatura no planeta subiria sem precedentes. Isso representaria um adeus para a pouca umidade e água que tínhamos por aqui.

Pode ser que pareça pessimismo, mas não é. Sem a água, nossa higiene pessoal seria colocada em cheque. Nada de banho e nada de limpeza. Tanto dos humanos quanto do que restar dos alimentos. É o palco perfeito para a disseminação de incontáveis doenças, somente porque não temos chuva.

Em todo esse panorama descrito, os problemas com a vida caminham ao lado dos problemas estruturais da Terra. A falta de água iria gerar problemas nas usinas hidrelétricas e também nas usinas nucleares. No último caso, já podemos começar a nos perguntar: o que poderia resfriar um reator de energia se não a água? Sendo assim, fábricas deixariam de funcionar, sinais de satélite seriam perdidos e as cidades não iluminariam a vista da Terra no espaço.

O desaparecimento da água transformaria o planeta em uma massa de terra árida e sem vida, vagando pelo Sistema Solar. Existiria uma solução?

Água alternativa

Teoricamente, podemos sim resolver este tenebroso problema. Isso porque a água pode ser obtida quimicamente para higiene e alimentação. A eletricidade pode ser criada por métodos alternativos, como vento, células solares e usinas geotérmicas. Assim, é animador pensar que a tecnologia moderna poderia nos dar um pouco mais de tempo de vida. Contudo, infelizmente, seria uma luta contra o relógio.

É improvável que a humanidade tenha tempo suficiente para construir os laboratórios e as fábricas que pudessem produzir água e energia. Então, no caso de uma catástrofe global como essa, cada segundo contaria e faria a diferença. A criatividade humana precisaria trabalhar ainda mais rápido e brilhantemente, para alcançar novas soluções.

Uma grande atmosfera artificial poderia sim nos ajudar. Com isso, o restante da água poderia ser armazenada e usada para criação de plantas, e até mesmo, para a produção do ciclo da água. Com a fabricação artificial de plantas, logo o oxigênio poderia ser renovado naturalmente. Alimentos e água, mesmo não sendo genuinamente naturais, ajudariam não apenas a vida humana, mas também a vida animal. Parece o ideal, não é?

Guerras

Enquanto as pessoas de melhor poder aquisitivo certamente encontrariam formas de salvar suas famílias, os mais pobres seriam deixados para trás, para lidar com as consequências e morrer aos poucos. Em um curto espaço de tempo, a humanidade teria o desafio de mostrar do que é capaz em busca de sobrevivência.

Assim sendo, muita gente poderia enxergar que a união faz a força e teríamos posturas mais colaborativas caso não houvesse chuva. No entanto, é importante saber que guerras e crises se espalhariam pelo globo por conta do egoísmo, que nunca foi novidade na raça humana.