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O que falta para a polícia descobrir sobre o motorista do caso ”menos um fazendo L”

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No fim do mês passado aconteceu um caso que chocou e revoltou muita gente. Um motorista atropelou um suspeito de furtar um celular em São Paulo e, como se não bastasse o atropelamento, o homem depois debochou do caso e publicou em suas redes sociais uma sequência de vídeos fazendo piada a respeito da vítima.

Enquanto estava no lugar onde o acidente aconteceu, o motorista que atropelou o suspeito, identificado como Christopher Rodrigues, postou em seu Instagram vários vídeos debochando da vítima. E até mostrou o corpo embaixo do carro e escreveu “menos um fazendo L”, referindo-se ao gesto usado na campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Agora, a polícia ouvirá mais testemunhas do caso para decidir se irá indiciar Christopher por homicídio doloso, quando há intenção de matar, ou culposo, quando não há intenção, pela morte do jovem Matheus Campos Silva.

Caso do motorista

Nos próximos passos a respeito do caso serão ouvidas duas pessoas que estavam no carro onde o furto aconteceu. O motorista de aplicativo que teve o celular roubado por Matheus depôs na última quinta-feira. E de acordo com Percival Alcântara, delegado titular do 5° DP, o depoimento dele foi fundamental para que a Polícia Civil chamasse novas testemunhas.

Com o depoimento delas, o delegado pretende saber se a versão dada pelo motorista furtado será ou não confirmada. Além de também entender se elas viram Christopher gravando seus vídeos e debochando de toda a situação.

Um outro ponto que a polícia quer esclarecer é se o motorista prestou socorro depois de atropelar Matheus. De acordo com um relato, Christopher teria tentado parar uma ambulância. “Uma das testemunhas do carro sai e, junto com Christopher, tentam parar uma ambulância, que não para porque já estava com um paciente. Depois eles tentam parar uma viatura da GCM e conseguem”, contou o delegado.

A investigação da polícia está sendo feita como homicídio doloso ou culposo com agravante de incitação ao crime e possível omissão de socorro. E eles não consideraram o caso como legítima defesa de terceiros, que é quando outra pessoa toma uma atitude para salvar a vida de outra.

Até o momento não é sabido se o motorista que atropelou Matheus será ouvido novamente. Tudo irá depender de como serão os depoimentos das novas testemunhas. “Estamos aguardando os laudos, do Instituto de Criminalística, referente ao acidente, e do IML, que é a necropsia. Vamos ouvir mais duas ou três testemunhas e, desse conjunto comprobatório, a Polícia Civil vai precisar a conduta do Christopher”, disse Alcântara.

Relatos

Maxi educa

Relato da vítima do furto

De acordo com a polícia, o motorista que foi furtado não conseguiu descrever o rosto de quem o furtou. Ele disse que estava parando o carro quando uma pessoa “entrou com o corpo, puxou o celular e saiu correndo”. Com isso, o BO registrou o caso como furto.

Ainda segundo o motorista, o tempo entre o momento do furto e o atropelamento foi curto, de “dois a cinco segundos”. Ele também disse que a única pessoa que estava andando entre os carros era a vítima que foi atropelada.

Segundo o delegado, o celular foi encontrado perto do corpo de Matheus.

Relato da família de Matheus

Na primeira versão que a família apresentou foi que Matheus teria morrido em um acidente de trânsito e que o real autor do crime teria fugido. De acordo com as irmãs de Matheus, os vídeos do homem debochando do atropelamento começaram a circular em grupos de motoristas de aplicativos.

“Ele teve a intenção de matar meu irmão. Ele nem sabia o que estava acontecendo e se meu irmão tinha roubado celular. Ele simplesmente veio, atropelou e ficou debochando da situação”, disse Paloma Campos Santiago, irmã de Matheus.

Relato da defesa de Christopher

“Ele é um rapaz jovem e, tal qual a maioria da população que vive em São Paulo, está cansado de tanta violência. No meu ponto de vista não foi incitação ao crime. Foi um desabafo de um rapaz que está cansado de tanta violência. Foi um vídeo infeliz”, disse André Nino, advogado de defesa de Christopher.

Ainda de acordo com o advogado, no momento do atropelamento, Christopher não sabia que Matheus era suspeito de furto. “Somente depois que o rapaz estava debaixo do carro que a vítima [do furto] se aproximou e informou que ele tinha roubado o telefone do painel do carro”, contou.

A respeito dos deboches feitos pelo homem, o advogado disse que isso “vai depender muito da interpretação do delegado”. “Por tudo que eu tive acesso, não demonstra que foi intencional, porque ele só tomou conhecimento do furto após o acidente”, concluiu ele.

Fonte: UOL

Imagens: YouTube, Maxi educa

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