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Esse projeto quer transformar corpos em árvores e cemitérios em florestas

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A morte não é o assunto preferido das pessoas. Tanto que existem aquelas pessoas que nem a mencionam com medo de atraí-la, mas o fato é que ela chegará para todos. E existem pessoas que pensam sobre ela, como por exemplo, o projeto Capsula Mundi. Ele foi criado pelos designers italianos Anna Citelli e Raol Bretzel, com a ideia de eternizar os corpos de quem se foi de uma forma diferente.

Na visão deles, os corpos ficariam em um receptáculo que seria uma espécie de ovo biodegradável feito a partir de bioplástico. Nele, os corpos seriam colocados em posição fetal e enterrados como se fossem sementes. Além disso, em cima desse receptáculo seria colocada uma árvore ainda jovem. Dessa forma, à medida que o corpo vai se decompondo, ele dá à árvore os nutrientes necessários para que ela se desenvolva. Nesse tempo, a planta pode ser cuidada pela família de quem se tornou a semente.

Corpos em árvores

Pop time

Com essa iniciativa, o projeto apresenta uma alternativa aos caixões de madeira que são feitos de árvores que demoram até 40 anos para crescerem. Além disso, ele também tem a capacidade de lidar com outros problemas, como por exemplo, a falta de espaço nos cemitérios e contaminações do solo e também do lençol freático.

O Capsula Mundi foi apresentado pela primeira vez em 2013 na exposição “Feira Internacional de Móveis” em Milão, na Itália. Desde essa época ele vem recebendo cada vez mais atenção e gerando interesse no mundo todo. Mesmo assim, o projeto não é uma opção legal para os funerais em nenhum país.

Claro que por envolver morte e formas de se enterrar uma pessoa, o projeto recebeu algumas críticas. Contudo, ele também levantou várias discussões e, na visão de quem o apoia, ele é uma alternativa ótima para que os impactos negativos que os cemitérios causam no meio ambiente sejam evitados. E várias pessoas também enxergam essa ideia de transformar os corpos em árvores como algo sagrado e que cultiva e incentiva o ciclo da vida.

Segundo os criadores do projeto, é importante repensar o conceito de morte e a maneira como as pessoas lidam com ela. Por isso que eles propõe uma nova maneira de eternizar os entes queridos e que faz com que o ciclo da vida continue. Por isso que o Capsula Mundi é uma opção sustentável e criativa e que traz uma nova perspectiva a respeito da morte e maneiras de honrar quem já se foi.

Plantas

Hypescience

Esse projeto quer transformar os corpos de entes queridos em árvores. E as plantas já existentes podem ajudar as equipes de busca e resgate na procura de restos humanos conforme mostrou um artigo publicado na revista “Trends in Plant Science”.

Conforme os corpos vão se decompondo, os restos mortais criam “ilhas de decomposição de cadáveres”, escreveram os pesquisadores. Isso muda o solo, raízes e folhas ao seu redor. E essas mudanças podem ser detectadas remotamente.

“Em paisagens menores e abertas, patrulhas a pé podem ser eficazes para encontrar alguém desaparecido. Mas em partes mais florestadas ou traiçoeiras do mundo, como a Amazônia, isso não será possível de todo”, explicou o autor sênior Neal Stewart Junior, professor de Ciências das Plantas da Universidade do Tennessee.

“Isso nos levou a olhar para as plantas como indicadores de decomposição humana. O que poderia levar a uma recuperação do corpo mais rápida e possivelmente mais segura”, continuou.

Os pesquisadores querem testar essa nova técnica para a descoberta de cadáveres na fazenda de corpos da Universidade do Tennessee. Que formalmente é conhecida como Centro de Pesquisa de Antropologia. Nela, eles vão avaliar as mudanças nas ilhas de decomposição de cadáveres. Incluindo até as mínimas mudanças na coloração e assinaturas fluorescente de folhas individuais.

“O resultado mais óbvio das ilhas seria uma grande liberação de nitrogênio no solo. Especialmente no verão, quando a decomposição está acontecendo muito rápido. Dependendo da rapidez com que as plantas respondem ao influxo de nitrogênio, isso pode causar mudanças na cor e refletância das folhas”, disse Stewart.

Entretanto existe um problema fundamental, as pessoas não são os únicos mamíferos que morrem na floresta. Isso significa que a equipe vai ter que encontrar uma forma específica para identificar os processos metabólicos que diferem os humanos de um cervo morto, por exemplo.

“Um pensamento é se tivéssemos uma pessoa específica desaparecida que fosse, digamos, um fumante inveterado, ela poderia ter um perfil químico específico. Que poderia desencadear algum tipo de resposta única da planta. Tornando-os mais fáceis de localizar. Embora, nesta fase, a ideia ainda seja rebuscada”, ressaltou.

O que Stewart e sua equipe esperam com a pesquisa é que ela possa tornar a recuperação de corpos humanos, e possíveis sobreviventes, mais eficiente em grandes florestas. “Quando você começa a pensar em implantar drones para procurar emissões específicas, agora podemos pensar nos sinais mais como uma luz de verificação do motor”, explicou.

“Se pudermos voar rapidamente para onde alguém pode ter desaparecido e coletar dados em dezenas ou mesmo centenas de quilômetros quadrados, saberemos os melhores locais para enviar uma equipe de busca”, concluiu.

Fonte: Pop time

Imagens: Pop time, Hypescience

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