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O que são o “Dólar Catar” e o “Dólar Coldplay”, os novos tipos de câmbio da Argentina

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Em meio à crise econômica que atinge a Argentina, o Ministério da Economia do país criou dois novos tipos de câmbio, que foram apelidados de “Dólar Catar” e “Dólar Coldplay”. A intenção do governo com a medida é manter as suas reservas internacionais da moeda americana, buscando reduzir a saída do dólar e aumentar a entrada.

O Dólar Catar, em referência ao país sede da Copa do Mundo 2022, é uma cotação que será aplicada para turistas. Com essa medida, os viajantes argentinos que gastarem mais de US$ 300 em solo internacional em cartão de débito ou crédito no período de um mês precisarão pagar uma taxa de 45% sobre o valor das compras, cerca de 314 pesos por dólar.

Dessa maneira, o governo objetiva desestimular a saída de dólares do país com as viagens internacionais. No entanto, a medida pode fazer aumentar o número de argentinos que viaja com o dinheiro físico, evitando o uso de cartões fora do país.

O “Dólar Catar”, mais caro que as duas principais moedas argentinas, dólar azul e o oficial, entrou em vigor no dia 12 de outubro. Ele não tem prazo para ser encerrado, o que deve impactar as férias de verão.

Dólar Coldplay

Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil

Já o “Dólar Coldplay” é a variante da moeda americana que será aplicada para a contratação de atrações internacionais para shows dentro do país. Este dólar custa mais barato que a cotação oficial da moeda, e mais uma cobrança de 30% de impostos.

Com isso, o governo argentino objetiva atrair mais shows para o país, tornando o processo de contratação mais favorável para empresários do setor de entretenimento.

Vale destacar que além dessas duas novas modalidades da moeda americana, recentemente o governo da argentina anunciou um dólar específico para a negociação de ações em bolsa de valores e outro para a exportação de soja.

Argentinos dependem cada vez mais do dólar

Foto: REUTERS/ Lee Jae-Won

Por causa das crises econômicas recorrentes, os argentinos fazem suas contas em dólares. “Viver dependente do dólar é um carma que vamos ter para sempre. Nós argentinos somos verdes”, disse Marcela Leirón, uma comerciante de 56 anos resignada com a “dependência do dólar por culpa da bagunça econômica que nenhum governo consegue resolver”.

De acordo com o economista Andrés Wainer, em entrevista à AFP, em sociedades bimonetárias como a argentina, onde o dólar é referência e reserva de valor, pessoas sempre economizam a moeda e ela se torna uma demanda constante.

Marcela afirma que não sabe quanto a sua casa vale em pesos. Assim como a maioria dos argentinos, ela sabe apenas o valor em dólar. Isso pode ser explicado pelo fato de o mercado imobiliário ser movido pela moeda americana desde a última ditadura no país (1976-1983).

“Enquanto houver esta inflação, é óbvia a utilização de dólares. Não temos uma moeda forte e uma inflação controlada como fizeram Chile e Israel”, disse à AFP Alejandro Bennazar, presidente da Câmara Imobiliária Argentina.

Economia 

Foto: Ronaldo Schemidt/ AFP

A inflação acumulou 29,3% entre janeiro e maio, e foi de 60,7% para o período entre maio 2021 e maio 2022, sendo uma das mais altas do mundo.

Por isso, diversos argentinos escolhem economizar dólares. Por exemplo, Marcela compra “como formiguinha, de US$ 20 a US$ 50 por mês, o que for possível”. No entanto, apesar de guardar a moeda internacional, ela afirma que jamais faria o mesmo com os pesos.

O controle cambial permite a compra de até US$ 200 por mês na cotação oficial. Porém, devido aos requisitos complexos para conseguir adquirir a moeda, a maioria dos argentinos recorrem ao mercado informal.

Já para importar é moeda, é preciso da autorização do Banco Central.

Fonte: G1

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