Curiosidades

O ritmo ideal de corrida é mais lento do que você pensa

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A relação de amor e ódio com exercícios é grande. Existem aquelas pessoas que amam, não vivem sem o hábito na rotina. São do tipo que se ficarem um dia sem fazer sua atividade física, para elas será um dia perdido. Mas há também aquelas que odeiam e para elas qualquer tipo de movimentação é uma verdadeira tortura. E cada atividade tem a sua peculiaridade, como na corrida em que os atletas são bastante obcecados pelo tempo.

Sejam amadores ou profissionais, quem pratica corrida tem como objetivo ficar mais rápido. Por conta disso que eles treinam de forma constante para conseguir diminuir, nem que seja por alguns segundos, o tempo da sua atividade física.

No entanto, nos últimos anos, uma tendência de corrida começou a ganhar força: a chamada corrida lenta. O objetivo desse movimento é que qualquer pessoa pode correr, sem importar a habilidade dela ou o quão rápido ela corre.

Velocidade da corrida

Metrópoles

Quem pratica e é fã desse formato diz que ela tem vários benefícios, não somente para a saúde como também para o prazer de correr. Além dos fãs, evidências mostram que correr de forma lenta pode sim, em determinados aspectos, ter mais benefícios do que corridas com intensidade elevada.

Quando as pessoas pensam em corredores de elite, como Eliud Kipchoge ou Kelvin Kiptum, elas supõem que eles treinam em ritmos recordes para conseguirem atingir recordes mundiais. No entanto, chocantemente, esses atletas passam 80% do tempo treinando com a chamada zona 2 de corrida. Isso é um ritmo de corrida que aumenta o ritmo cardíaco, mas é lento o suficiente para que eles consigam ter uma conversa. E somente 20% do treino deles é feito em zonas de maior intensidade, que se aproximam mais do ritmo deles.

O motivo disso ser feito é por conta da quantidade de estresse que o treinamento exerce sobre o corpo. Conforme a velocidade da corrida aumenta, o corpo sofre mais tensão. E quanto maior for essa pressão sobre o corpo, maior é o risco de doenças, infecções e lesões.

Então, diminuindo a quantidade de tempo que eles treinam com intensidade elevada, os atletas conseguem limitar as chances de perder treinos por conta de lesões ou doenças.

No entanto, isso é feito por mais fatores do que somente diminuir o risco de lesões e doenças. Por exemplo, um aspecto fundamental do treinamento é criar o que se chama de base. O termo descreve os fundamentos fisiológicos que sustentam todas as adaptações de treinamento. No caso do corredor de resistência, isso é a aptidão cardiorrespiratória básica em cima de onde as adaptações de intensidade maior podem ser construídas.

É como se fosse uma pirâmide. Quanto maior a base, mais alta a pirâmide pode ser. Isso também é válido para o treinamento. Ou seja, quanto melhor for a base, mais capaz o atleta conseguirá trabalhar em altas intensidades.

Por isso que a base é desenvolvida na corrida lenta, com um estresse fisiológico relativamente baixo. E mesmo que o coração não esteja com muito estresse, a quantidade de sangue oxigenado que sai dele por batimento é quase a mesma da máxima.

A importância disso é porque, por mais que a capacidade de bombeamento do coração se adapte ao treino, ter uma intensidade maior não aumenta esse ganho. Então, desenvolver uma base forte faz com que mais oxigênio seja fornecido aos músculos em atividade por batimento cardíaco. Isso é algo fundamental no sucesso da corrida.

Benefícios

JDV

Outro benefício da corrida lenta é que o corpo usa a gordura armazenada como energia ao invés de depender das reservas de hidratos de carbono que vêm dos alimentos ingeridos.

Ou seja, do ponto de vista metabólico, a queima de gordura é um processo muito mais eficiente porque a quantidade de energia vinda de uma única molécula de gordura é bem maior do que a quantidade de uma molécula de carboidrato. Assim, os corredores usarão menos energia no geral e irão ficar menos cansados e conseguirão correr rápido no dia da corrida.

Os estudos também mostraram que os ganhos no VO2 máximo, que é a capacidade de oxigênio, e na velocidade de corrida foram aproximadamente 1% maior nos atletas que ficaram mais tempo correndo de forma lenta.

Então, mesmo que a pessoa não seja um atleta, tentar fazer a maior parte das corridas com uma intensidade baixa pode ser o ideal.

Fonte: Science alert

Imagens: Metrópoles, JDV

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