OMS faz alerta a respeito da disseminação do vírus Marburg

O objetivo dos vírus é invadir as células de um ser vivo e usá-las para criar novas cópias de si mesmo, que vão repetir esse processo. Normalmente, esse processo de invasão e replicação dura alguns dias até que o sistema imunológico consiga lidar com o problema. Mas se esse não for o caso, esse processo pode evoluir para uma situação mais séria, com risco de morte.

E hoje em dia, quando se fala de vírus as pessoas já se armam e preparam para o pior. Até porque, foi um deles que causou a pandemia que ainda estamos vivendo. Como se isso já não fosse o bastante, no último sábado a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta a respeito do risco de vazamento do vírus Marburg da Guiné Equatorial.

Até agora, os casos da doença estão em uma região única. No entanto, a falta de controle vista na região pode fazer com que as pessoas que estejam infectadas com o vírus saiam do local e o levem para outras regiões do país ou para países vizinhos.

Para quem não sabe, no começo de fevereiro, anunciou-se que a Guiné Equatorial, país da África Central, estava enfrentando um surto do vírus Marburg. A letalidade dele pode chegar a 88%. Na época, a situação conseguiu ser controlada. No entanto, atualmente, a OMS disse que “a capacidade do país para gerir o surto é insuficiente”.

“O risco de disseminação do vírus Marburg é considerado alto nacionalmente, moderado regionalmente e baixo globalmente”, pontuou a OMS.

O risco de propagação desse vírus é maior, além de na própria Guiné Equatorial, em Camarões e Gabão por conta da propagação transfronteiriça.

Vírus

Lab network

A OMS recomendou várias intervenções a serem feitas independentemente do país para onde esse vírus vazar e provocar um surto de Marburg, como por exemplo, isolar as pessoas nos casos confirmados ou suspeitos de contaminação, fazer o rastreamento de com quem ela entrou em contato próximo, fazer a testagem de todos os que possivelmente estiverem infectados e adotar medidas de prevenção.

Além disso, tudo deve ser feito com uma comunicação direta para que a população seja conscientizada a respeito dos riscos.

Ainda segundo orientações da OMS, quando uma pessoa for infectada ou então tiver suspeitas de que pode estar, ela deve ficar 21 dias isolada em um ambiente que tenha boas condições sanitárias e que ela tenha acesso a atendimento médico se precisar.

E mesmo as pessoas recuperadas têm que continuar com alguns cuidados durante um período longo. Por exemplo, no caso dos homens é recomendado que eles façam sexo somente com preservativos “por 12 meses a partir do início dos sintomas ou até que seu sêmen teste duas vezes negativo para o vírus de Marburg”, pontuou a OMS.

Os cuidados também devem ser mantidos mesmo se a pessoa não conseguiu sobreviver ao vírus. Nesses casos, o cuidado é enterrar a pessoa de imediato. Isso deve ser feito para que o não exista um risco de vazamento e evitar possíveis casos de transmissão.

Falhas na contenção

Saúde em dia

Mesmo com as recomendações da OMS, a Guiné Equatorial não conseguiu controlar a situação do Marburg. Até agora já foram confirmados nove óbitos por conta do vírus. Desses, somente um paciente estava internado. Ele foi enterrado de imediato, como manda o protocolo. Os outros oito foram sepultados nas suas comunidades e por isso não se sabe como o velório foi feito.

E “a maioria dos contatos dos nove casos falecidos não foram identificados”, explicou a OMS. Por conta disso, as pessoas podem acabar transmitindo a infecção para aquelas que estão saudáveis. Isso pode acontecer, em alguns casos, por conta de elas não saberem quais são as medidas de proteção.

Quando o surto de covid-19 aconteceu, as restrições de viagens foram aumentadas. Então será que não seria necessário fazer isso com a Guiné Equatorial? Na visão da OMS, “desaconselha quaisquer restrições de viagem e/ou comércio para a Guiné Equatorial com base nas informações disponíveis para o surto atual”.

Fonte: Canaltech

Imagens: Lab network, Saúde em dia