Curiosidades

Ötzi, o Homem de Gelo. O que se sabe sobre ele 30 anos depois de descoberto

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Para quem não sabe, Ötzi é considerado a múmia mais famosa da Europa. Ele foi encontrado há 30 anos na beira de um lago a mais de três quilômetros nos Alpes de Venoste, que fica na fronteira da Áustria com a Itália. Por causa do vento e temperaturas congelantes, Ötzi, o Homem do Gelo, acabou virando uma sensação global. Tanto é que ele foi assunto de documentários, livros e até de um longa metragem.

Atualmente, são os pesquisadores do Museu de Arqueologia de Tirol do Sul, na cidade de Bolzano, na Itália, que cuidam dele. Isso porque é nesse museu que o corpo dele está em uma câmara frigorífica a uma temperatura constante de aproximadamente -30ºC. E por quatro ou cinco vezes todo ano, ele é borrifado com água esterilizada para que se crie um exoesqueleto protetor que faça com que ele seja uma múmia úmida.

A popularidade do Homem de Gelo é tanto que, todos os anos, aproximadamente 300 mil pessoas vão até Bolzano para observá-lo por uma janela de vidro grosso. Além dos visitantes, cientistas também procuram muito Ötzi e em oportunidades raras eles podem estudar os restos mortais do homem.

“Ötzi, a meu ver, é o corpo humano mais estudado em toda a história mundial”, afirmou Oliver Peschel, patologista forense de Munique responsável pela conservação de Ötzi.

Quem foi Ötzi

Aventuras na história

O homem era magro, baixo, com cerca de 1,57 metros de altura, e tinha aproximadamente 46 anos quando morreu. Ötzi era canhoto e usaria sapatos 39 na numeração brasileira.

Os olhos dele, que ainda estão preservados, durante muito tempo foram considerados azuis. No entanto, através de uma análise genômica se viu que a realidade não era essa.

“Poderíamos provar que tinha olhos e cabelos castanhos escuros e um tom de pele típico do Mediterrâneo”, contou Albert Zink, chefe do Instituto de Estudos de Múmias da Academia Europeia, que fez grande parte das pesquisas básicas sobre Ötzi.

Mais fatos sabidos sobre o Homem de Gelo é que seu sangue era tipo O, ele era intolerante à lactose e tinha uma anomalia que impediu a formação de seu 12o par de costelas.

O homem teve parasitas intestinais, doença de Lyme, cáries e sofria com dores nos quadris, ombros, joelhos e costas. Durante sua vida, o Homem de Gelo quebrou o nariz e várias costelas. Além disso, os sulcos horizontais vistos nas unhas dele sugerem que ele passou por privação física repetidamente. O mais provável é que seja desnutrição já nos meses antes dele morrer.

E baseado na datação por carbono, Ötzi viveu aproximadamente 5,2 mil anos atrás.

Morte

National geographic

A forma pela qual Ötzi morreu foi revelada através de um corte entre seu polegar e o indicador da mão direita que mostrou que ele foi esfaqueado alguns dias antes de ele morrer. O ferimento visto aconteceu enquanto ele tentava se defender. Isso mostra que, provavelmente, o homem tentou agarrar a lâmina de quem o atacou.

Essa ferida ainda estava cicatrizando quando o Homem de Gelo foi atacado por uma flecha que pegou sua artéria nas costas, no ombro esquerdo. Mesmo que Ötzi tenha se sentado para tentar pegar uma flecha e atacar de volta, o mais provável é que ele não conseguiu fazer isso antes de sangrar até morrer em questão de minutos.

Além dessas feridas, ele também tem uma hemorragia cerebral bastante visível. No entanto, os pesquisadores ainda não chegaram a um consenso do que a causou. Perguntas ficaram no ar, como se alguém tivesse lhe dado um golpe na cabeça ou se ele tivesse caído e batido a cabeça em uma pedra. Contudo, não existem evidências para nenhuma dessas hipóteses.

Pesquisas futuras

Circuito D

Conforme o tempo vai passando, a tecnologia avança e com isso mais segredos de Ötzi poderão ser desvendados. Tanto é que, foi somente em 2012 que o seu genoma foi decodificado. “Esses métodos se desenvolveram bastante rapidamente e agora é possível obter muito mais dados”, disse Zink.

Justamente por isso que pesquisas futuras podem focar na  funcionalidade do corpo de Özti. Com isso, elas podem analisar proteínas, lipídios e enzimas nos seus tecidos e através deles terem informações a respeito do sistema imunológico do Homem de Gelo.

Mas enquanto esse tempo não chega, os pesquisadores que estão cuidando de Özti precisam encontrar um equilíbrio para conseguir oferecer a múmia para pesquisa, mas também se certificar de que ela não danificará o corpo do Homem de Gelo.

Fonte: National Geographic

Imagens: National Geographic, Aventuras na história, Circuito D

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