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Oxigênio respirável em Marte é produzido pela NASA

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Desde que o homem foi à lua, as expedições e explorações do espaço fizeram parte da nossa história. Um sonho do ser humano é ir a Marte e habitá-lo, sonho que existe praticamente desde quando o planeta foi descoberto. No entanto, para que nós consigamos viver no Planeta Vermelho é essencial que lá tenha oxigênio.

Todos sabemos que o planeta não tem esse elemento. No entanto, os Estados Unidos foram o primeiro país a conseguir produzir oxigênio respirável em um planeta que não fosse a Terra. Isso foi possível porque um dos instrumentos do Perseverance é um dispositivo que foi projetado para fazer testes se o combustível e o ar respirável poderiam ser produzidos com os materiais que estivessem disponíveis em Marte.

Depois que o rover fez um marco na história quando o drone Ingenuity fez o primeiro voo motorizado em outro planeta, o aparelho chamado Moxie, que estava instalado dentro do Perseverance, conseguiu produzir aproximadamente cinco gramas de oxigênio. De acordo com a NASA, essa quantidade é suficiente para que um astronauta consiga respirar por 10 minutos.

Produção de oxigênio

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O Moxie, que tem seu nome em referência ao projeto Experimento de Utilização de Recursos, é uma caixa de 17 quilos do tamanho de uma torradeira. Ele foi feito para conseguir absorver o dióxido de carbono e quebrá-lo por dentro através da eletrólise a aproximadamente 80o graus. Como resultado, ele produz moléculas de oxigênio praticamente puro e tem como seu principal resíduo o monóxido de carbono.

Mesmo que o uso principal desse oxigênio seja para combustível para foguetes quando eles voltam para nosso planeta, a NASA também considera que ele pode ser usado para que os futuros astronautas consigam respirar em Marte. Além do mais, o Moxie é somente uma amostra de que é possível sim produzir oxigênio no Planeta Vermelho.

Para que um foguete volte ao nosso planeta é preciso 25 toneladas de oxigênio e mais sete de algum outro combustível, que pode ser metano. E como o metano seria produzido? “Uma opção é gerá-lo a partir da água congelada que existe no subsolo marciano. Essa água gelada poderia ser usada para beber, irrigar cultivos e fabricar combustível. É preciso ter em conta que o custo de levar um quilo de material ao espaço é da ordem de um milhão de euros [6,6 milhões de reais], de modo que tudo o que possamos utilizar in loco é bem-vindo”, disse Jorge Pla-García, pesquisador do Centro de Astrobiologia (CAB) de Madri e membro da missão da NASA em Marte.

Planos

Gizmodo

Por conta disso, para suas missões futuras a NASA está considerando mandar um instrumento parecido com o Moxie, mas maior do que ele, para que ele consiga produzir oxigênio em quantidades maiores.

“O feito do Moxie é tão importante quanto o do Ingenuity, porque abre um novo caminho na exploração marciana ao demonstrar a capacidade de gerar um elemento essencial tanto para a respiração humana como para a síntese de combustível em Marte e até mesmo para produzir água”, explicou Alberto González-Fairén, pesquisador do CAB.

O que muitos podem não saber é que o oxigênio puro é tóxico para os humanos. Por isso que ele tem que ser misturado com outros elementos, como por exemplo, o nitrogênio, que representa aproximadamente 3% do ar de Marte. “Os primeiros voos espaciais tripulados da NASA tinham atmosferas de oxigênio puro”, disse González-Fairén.

“Os problemas de inflamabilidade dessas atmosferas, bem como os problemas de saúde dos astronautas, decorrentes da formação de bolhas de gás no sangue, fizeram com que se começasse a mudar. No Skylab já havia 75% de oxigênio e 25% de nitrogênio. A estação espacial russa MIR, a espaçonave Soyuz e os ônibus da NASA já tinham atmosferas terrestres padrão, e é assim é hoje na Estação Espacial Internacional: lá eles usam água que se decompõe em O₂ e H por meio de hidrólise, e esse oxigênio é liberado na cabine, onde se mistura com o restante dos gases para criar uma atmosfera semelhante à da Terra, com 78% de nitrogênio e 21% de oxigênio”, continuou.

Agora, o Perseverance irá continuar testando essa produção de oxigênio em várias condições meteorológicas e com diferentes níveis de pureza.

Fonte: El País

Imagens: SAPO Tek, Gizmodo

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