Notícias

Para criar “memórias visuais”, família viaja pelo mundo antes que filhos fiquem cegos

0

Um casal canadense decidiu viajar com seus quatro filhos pelo mundo antes que três deles, que são portadores de uma doença genética rara, fiquem cegos.

A busca por “memórias visuais” foi iniciada em março deste ano e deve ter a duração de um ano. O primeiro destino foi Namíbia, no sudoeste da África.

Até o momento, a família já visitou países como Zâmbia, Tanzânia, Turquia e Mongólia, local que ficaram por mais de 30 dias.

No dia 31 de agosto, eles deixaram a Mongólia e partiram rumo às praias da Indonésia.

A jornada da família é compartilhada por meio das redes sociais na conta “Le monde plein leurs yeux” (o mundo enche seus olhos, em tradução para o português).

Nas publicações compartilhadas no Instagram, eles contaram que o começo da viagem pelo mundo estava programado para 2020. No entanto, o plano de criar lembranças antes dos filhos ficarem cegos precisou ser adiado devido à pandemia do novo coronavírus.

Enquanto isso, eles fizeram trilhas e passeios pelo Canadá.

O diagnóstico

Foto: Reprodução/ Instagram Le monde plein leurs yeux

Em entrevista à “CTV News”, o casal Edith Lemay e Sebastien Pelletier disse que a filha mais velha, Mia, começou a apresentar problemas de visão aos 3 anos.

Anos depois, a criança, que atualmente tem 12 anos, foi diagnosticada com retinite pigmentosa, uma condição hereditária e degenerativa que geralmente começa a se manifestar na infância. A condição pode levar o portador a ficar cego.

“Não há nada que você possa realmente fazer. Não sabemos o quão rápido isso vai acontecer, mas esperamos que eles fiquem completamente cegos na meia-idade”, disse Edith na entrevista.

Dois outros outros filhos do casal, Colin e Laurent, também apresentaram sintomas similares. No ano de 2019, foi confirmado que os irmãos, que agora têm 7 e 5 anos, tinham o problema genético. 

O filho mais velho de Edith e Sebastian, Leo, de 9 anos, não foi diagnosticado com a condição.

De acordo com a família, atualmente não existe cura ou tratamento para retardar a progressão da doença. Eles também afirmaram que a deterioração da visão dos três filhos provavelmente ficará mais rápida na adolescência.

Colecionar memórias antes de os filhos ficarem cegos

Foto: Reprodução/ Instagram Le monde plein leurs yeux

Após o diagnóstico, o casal procurou uma especialista, que recomendou que eles aumentassem as “memórias visuais” nas crianças.

“Pensei: ‘Não vou mostrar a ela um elefante em um livro, vou levá-la para ver um elefante de verdade e vou encher a memória visual dela com as melhores e mais belas imagens que puder'”, contou a mãe.

Nesse momento, os pais tiveram a ideia de criar as lembranças viajando pelo mundo, antes de os filhos ficarem cegos.

“Especialmente grandes e amplos espaços, porque isso é algo que eles vão perder”, disse Lemay à “CTV News”.

Os registros compartilhados nas redes sociais, a maioria feita pela mãe, mostram que o plano está funcionando.

As fotos e os vídeos mostram as crianças escalando a superfície de enormes rochas da Namíbia, brincando no mar e em piscinas de água doce na Tanzânia.

Além disso, os pequenos aparecem aproveitando piscinas em camadas da encosta da montanha na Turquia. Já em Gobi, a família dormiu sob um céu estrelado sem as luzes da cidade.

A doença

Foto: Reprodução/ Instagram Le monde plein leurs yeux

A retinite pigmentosa é uma degeneração progressiva dos fotorreceptores, células do olho que transformam a luz em impulsos nervosos, e que em seguida são tratados pela retina e enviados ao cérebro através das fibras nervosas.

A doença causa a degeneração dos fotorreceptores responsáveis pela visão noturna, os bastonetes. Logo depois, são prejudicados os responsáveis pela visão diurna, os cones.

No entanto, enquanto a doença destrói os bastonetes, os cones permanecem no organismo, até mesmo depois de o indivíduo ficar cego.

Fonte: G1

Ana Clara Lima afirma que conservou parte do seio em casa depois de redução

Artigo anterior

Nos Estados Unidos, uma casa assombrada pode ser reconhecida legalmente

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido