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Pesquisadores sugerem que minicérebros podem virar biocomputadores

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O cérebro é, sem dúvida, um dos órgãos mais importantes, complexos e incríveis do corpo humano e responsável por tudo que as pessoas fazem. Justamente por isso que entender esse órgão da melhor forma possível é imprescindível. Então, para que os pesquisadores conseguissem estudar a microcefalia, eles criaram em 2013 os minicérebros. Através deles eles conseguiram estudar doenças como o Alzheimer, Parkinson e Zika.

Contudo, com o passar do tempo os estudos evoluem e a compreensão das coisas também. Com isso surgem novas ideias, como por exemplo, a ideia que um grupo de pesquisadores teve recentemente de usar esses minicérebros como biocomputadores.

Essa ideia foi colocada em um artigo publicado na revista “Frontiers in Science”. Segundo ele, o plano é usar esses minicérebros feitos de células-tronco humanas como se fossem um hardware biológico. Eles funcionariam como um processador de um computador normal fazendo as tarefas avançadas. Por ser um novo campo de estudo os cientistas deram um nome para ele: “inteligência organoide” (OI).

“Enquanto os computadores baseados em silício são certamente melhores com números, os cérebros são melhores em aprende”, disse John Hartung, autor do estudo.

Funcionamento dos minicérebros

Socientifica

Esses minicérebros, também chamados de organoides cerebrais, foram criados para fazer algumas funções e imitar as estruturas do órgão. Por conta disso, e de eles terem alguns tipos de células que fazem com que o cérebro armazene informação, os pesquisadores acreditam que eles consigam fazer tarefas de uma maneira parecida, assim como um computador.

O objetivo é que eles façam tarefas que exigem uma aprendizagem rápida, mas sem precisar de muita energia. Além disso, eles também esperam que esses minicérebros armazenem as informações em conexões neurais compactas.

“Os cérebros têm uma capacidade incrível de armazenar informações , estimada em 2.500 TB [terabytes]. Estamos atingindo os limites físicos dos computadores de silício porque não podemos colocar mais transistores em um chip minúsculo. Mas o cérebro é conectado de maneira completamente diferente. Com cerca de 100 bilhões de neurônios ligados por mais de 1.015 pontos de conexão. É uma enorme diferença de poder em comparação com nossa tecnologia atual”, explicou Hartung.

Então, para que eles consigam criar esses biocomputadores os pesquisadores estão usando o aprendizado de máquina e de ferramentas de bioengenharia adaptados para que eles possam ver a atividade desses minicérebros depois que eles são estimulados.

Através disso, os organoides cerebrais conseguem trocar informações com outros minicérebros e se unir a outros para fazer as tarefas que são mais complicadas.

Ética no uso

MSN

Mesmo que esse uso seja uma coisa revolucionária, usar os minicérebros com a intenção de fazer biocomputadores tem alguns problemas éticos. Nas pesquisas anteriores essas questões não foram um problema porque foram usadas poucas células-tronco. Agora, no caso de desenvolvimento de biocomputadores, o estimado é que seria preciso entre 50 mil a 10 milhões de neurônios.

E o ponto em questão é que, conforme disseram os pesquisadores, conforme os minicérebros fizessem as tarefas computacionais, eles iriam desenvolver  alguma forma de inteligência. Isso faz com que surja a dúvida se eles são ou não conscientes.

De acordo com Hank Greely, professor de direito e genética da Universidade de Stanford especializado em questões éticas, legais e sociais decorrentes dos avanços na biociências, a dúvida é realmente fundável. No entanto, ela tem suas chances de não ser uma coisa real.

Na visão dele, medir essa inteligência do minicérebro, caso ela exista, é uma coisa bem complicada. Ele explica que pode sim acontecer de um organoide cerebral se comportar como um cérebro, mas somente o órgão humano é conhecido por formar consciência.

“O número de neurônios conectados entre si não torna algo inteligente. Se eu empilhasse um milhão de pedaços de pedras cortadas, não teria necessariamente a Catedral de Chartres; provavelmente teria apenas uma pilha de pedras cortadas. É a arquitetura, as conexões, o ambiente das células cerebrais que criam um cérebro real. Os organoides definitivamente não são ‘minicérebros’. Eles não são organizados da mesma forma que os cérebros, não contêm o mesmo grande número de tipos de células que os cérebros possuem e não estão se comunicando constantemente com um corpo por meio de entradas e saídas”, pontuou Greely.

Além disso, conforme ressaltou Hartung, durante o estudo serão consultados cientistas e especialistas em ética, e também pessoas do público. Tudo isso para que as questões éticas sejam avaliadas.

Fonte: Olhar digital 

Imagens: Socientifica, MSN

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