Por coincidência, fósseis são encontrados em rodovia de SP

Os fósseis são recursos capazes de mudar o pensamento dos pesquisadores sobre como a vida em nosso planeta foi antigamente, ou como determinado animal se comportava e como ele deixou de existir. Eles são encontrados e estudados há tempos nos mais variados lugares. Pode se considerar um fóssil partes do corpo, como ossos e dentes, e até pegadas que deixaram em diferentes lugares do mundo.

O interessante é a maneira com que esses fósseis podem ser encontrados, como por exemplo, esses descobertos em São Paulo. Enquanto se fazia uma duplicação da rodovia no interior do estado, os fósseis fora encontrados. Eles foram encontrado nas obras no quilômetro 58 da rodovia BR-153, na cidade de Mirassol, no começo do mês.

Os fósseis em questão são do período Cretáceo, época em que os dinossauros foram extintos, e os pesquisadores acreditam que eles são de um titanossauro. Esses animais são de um grupo chamado saurópodes, que se caracterizam por serem quadrúpedes, herbívoros e de pescoço longo. Os titanossauros tinham aproximadamente 12 metros de comprimento e seis de altura, e pesavam entre 10 e 15 toneladas.

Fósseis

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O que foi descoberto foi um pedaço de fêmur, um número, uma vértebra caudal e um dente. Todos esses fósseis estavam enterrados a 10 metros de profundidade e foram descobertos no meio da escavação de um barranco para que a duplicação da via fosse feita.

“Eles estavam em um barranco que estava sendo escavado. Por estarem próximos, acreditamos que sejam todos de um mesmo animal, com exceção do dente, que foi encontrado a 30 metros dos demais”, disse William Nava, paleontólogo responsável pelo museu Museu de Paleontologia de Marília e que ajudou nas dez horas de escavação.

Tudo o que foi encontrado foi levado para o Museu de Paleontologia Pedro Candolo, na cidade de Uchoa, para que eles sejam estudados. O objetivo do estudo é descobrir se os fósseis são realmente de um membro da família titanossauro, e quando isso for determinado, averiguar se o animal é de uma espécie conhecida ou inédita.

No momento em que os trabalhadores encontraram o primeiro fóssil, eles acharam que era uma rocha de formação mineral. Mas quando eles chamaram paleontólogos da região para que eles fizessem as avaliações, foi constatado que, na realidade, a descoberta era um osso de dinossauro. Assim, os órgãos competentes nessa área, que são o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) e a ANM (Agência Nacional de Mineração), foram notificados para começarem suas escavações.

“É um trabalho minucioso e demorado porque precisamos preservar o máximo possível do fóssil e também termos cuidado porque era uma área de barranco. Quando escavamos a rocha encontrada pelos trabalhadores, logo nos deparamos com mais dois fragmentos fósseis. Apesar da profundidade, eles estavam muito bem preservados”, explicou Nava.

Pelas estradas de SP

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Um fato curioso é que esses não foram os únicos fósseis de dinossauros descobertos nas obras de duplicação de rodovias no interior de São Paulo. Outro caso aconteceu em outubro de 2021 quando fósseis foram encontrados na ampliação da rodovia SP-333, perto da cidade de Marília.

Em 2021, também foi encontrado nessa mesma rodovia, perto da divisa entre Marília e Julio Mesquita, uma planta de titanossauro.

Desenterrados

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Os fósseis serem descobertos durante obras de escavação é uma surpresa, mas parece ser uma coisa normal. Agora imagine descobrir fósseis porque um outro animal os desenterrou. E para ficar ainda mais interessante, esse animal ser uma formiga.

Foi justamente isso que aconteceu no noroeste de Nebraska, nos Estados Unidos. As formigas desenterraram fósseis minúsculos de dentes e ossos da mandíbula. Com isso, os paleontólogos descobriram 10 novas espécies de mamíferos extintos.

A região tem uma abundância desse tipo de fóssil, mas isso não quer dizer que eles são fáceis de serem encontrados. A tática é procurar nos lugares certos, como por exemplo, no topo dos formigueiros. Sabendo disso, há mais de um século os cientistas raspam esses topos em busca dos pequenos ossos em meio aos sedimentos.

Esses lugares são bons de procurar esse tipo de fóssil porque as formigas exploram o subsolo em busca de materiais, como pequenos pedaços de rocha, para cobrirem seus montes e os fortalecerem.

Em 2015, um caçador de fósseis amador de Nebraska viu que em sua propriedade tinha uma quantidade impressionante de dentes e ossos nos formigueiros. Então, ele começou a coletar essas amostras e as mandar para Clint Boyd, paleontólogo do Serviço Geológico de Dakota do Norte.

Ele não parou mais de fazer isso. O resultado disso? Mais de seis mil microfósseis já foram estudados por Boyd, Bill Korth, pesquisador do Rochester Museum & Science Center (Nova York), e outros paleontólogos.

Fonte: Olhar digital, Superinteressante

Imagens: Instagram, Superinteressante