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Por que é difícil sobreviver à queda de um navio?

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Cada meio de transporte tem suas vantagens, desvantagens e perigos. Recentemente, as buscas por um homem que caiu de um navio em São Sebastião, São Paulo, foram suspensas com a justificativa de que a área ficou muito grande depois de sete dias de procura.

A justificativa deixou várias pessoas intrigadas. Mas a realidade é que existem vários fatores que fazem a possibilidade de vida depois de uma queda de um navio, com uma altura tão grande, no meio do oceano, ser mais difícil.

Dificuldades

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A altura e a velocidade aumentam o impacto

“Se a pessoa cai em pé, ela tem a possibilidade de machucar a coluna e outras partes do corpo. Se cai deitada ou inclinada, a possibilidade é de perder a consciência pelo trauma”, explicou David Szpilman, médico intensivista e secretário-geral da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa).

Risco de concussão

Depois de cair do navio, o impacto da pessoa na água pode resultar em um trauma craniano chamado concussão cerebral. Isso acontece quando a pressão aumenta muito rápido e a pessoa apaga. Além disso, a queda em si pode causar uma lesão cerebral. “A sobrevivência depende [da gravidade] do trauma”, disse Szpilman.

“Primeiro, tem que se notar que caiu alguém. E o navio tem que fazer uma volta gigante para chegar no mesmo lugar. A possibilidade de, nesse tempo decorrido, a pessoa se afogar, se ela não morreu na queda, é muito grande”, pontuou.

Força do hélice

No caso de a pessoa sobreviver à queda, tem o risco de ela se machucar com o deslocamento do navio. Isso porque ele suga a água por baixo e nas laterais para poder se mover. “Aquilo faz um movimento que drena a água, e tem a tendência de drenar a pessoa em direção à hélice”, ressaltou Szpilman.

“Além disso, a pessoa está ali sozinha, sem colete salva-vidas, sem nada. [Para sobreviver] ela tem que saber nadar muito bem e não pode afundar. Não é como cair de um barco, que você pode dar a volta rapidamente e chegar no local”, continuou.

Não é igual se afogar na praia

“Não é como um afogamento que acontece na praia, onde você se afoga, é difícil de achar, você procura por dias… Quando o afogamento ocorre próximo da costa, a correnteza acaba jogando o corpo na areia e dá para achar o cadáver. Numa queda de navio você está no meio do oceano, para achar um corpo é muito difícil”, explicou o médico.

Em 4, só 1 sobrevive em quedas de navio

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Mais de uma queda por mês

De acordo com dados da Associação Internacional de Empresas de Cruzeiros, em média, 26 pessoas caem de navios de cruzeiro todos os anos. Para se ter uma noção, entre 2009 e 2019, foram 212 casos, e em 2022, 16. E por mês, em média, são registrados mais de um caso.

Apenas 1 em 4 vítimas sobrevive

Em 2019, 29 passageiros que estavam em cruzeiros caíram no mar com o navio em movimento. Desses, somente nove foram resgatados com vida. E dos outros passageiros, nem os corpos foram achados. De todos os casos registrados entre 2009 e 2019, apenas 48 sobreviveram.

Protocolos internacionais são seguidos

A Organização Marítima Internacional criou protocolo para os casos de pessoas caírem no mar. Esse conjunto de regras é chamado de MOB (Man Overboard, “Homem ao Mar” traduzido) e é colocado em prática logo que uma queda é identificada.

Como fazem a busca?

Com a ativação do MOB, a marcha do navio é interrompida imediatamente. Além disso, boias sinalizadoras e salva-vidas são lançados na água, e as autoridades marítimas são comunicadas. Então, barcos salva-vidas ficam dando voltas na região procurando a vítima no mar.

Fonte: UOL

Imagens: Freepik, IG

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