Curiosidades

Por que judeus e muçulmanos não comem carne de porco?

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Você já deve ter ouvido falar que algumas religiões não permitem comer carne de porco. No entanto, poucos sabem o que isso significa.

Quando se trata de comida, cada pessoa tem suas próprias diretrizes e restrições, mas a restrição causada por uma religião ou por diretrizes divinas torna essa análise ainda mais intrigante.

Para começar, vale pontuar o que está fora dos limites para os muçulmanos e judeus. Não se trata apenas de preferência pessoal; é uma questão de seguir mandamentos divinos.

Ordem divina

Os muçulmanos evitam se associar ao grupo dos carnívoros, e, nesse caso, trata-se também dos animais, como os leões, tigres e outros predadores.

Além disso, não se trata apenas dos animais selvagens. Até mesmo os domésticos e aqueles espertos habitantes urbanos, como os ratos, são estritamente proibidos, sendo rotulados como ‘impuros’ pelas leis islâmicas.

O Alcorão estabelece essas regras de maneira clara e inequívoca: “É proibido o consumo de carne de animais mortos por outros animais, sangue, carne de porco e qualquer coisa que não seja abençoada em nome de Deus”.

Além disso, o texto também estabelece que é estritamente proibido consumir animais que tenham sido mortos por estrangulamento, força bruta, quedas ou que tenham sido alvo de acidentes de caça.

Uma exceção seria caso o animal tenha sido sacrificado de acordo com o método Halal, um procedimento específico que inclui a invocação do nome de Deus antes do abate.

Portanto, não se trata apenas do que está no prato; trata-se de demonstrar respeito e observar a santidade dos preceitos religiosos.

Via Freepik

No caso dos judeus

Enquanto isso, mudando de assunto para as diretrizes dietéticas judaicas, o Velho Testamento mantém uma abordagem simples: “Evite coisas abomináveis”. Mas o que exatamente é considerado abominável?

A lista inclui alguns animais familiares, como bois, ovelhas, cabras, e uma variedade de ungulados selvagens, como cervos e antílopes. Dessa forma, a regra básica é que, se o animal tem casco, rumina e tem casco fendido, está dentro das diretrizes.

A questão de comer carne de porco é delicada. Não se trata apenas do porco não ser um ruminante. Isso porque existe toda uma história cultural e ambiental por trás disso.

Os porcos demandam muita atenção em comparação com outros animais ruminantes.

Eles não podem simplesmente se alimentar de plantas ricas em celulose para engordar, o que significava que os agricultores antigos tinham que dedicar parte de suas colheitas para alimentá-los.

Além disso, os ruminantes eram verdadeiras ferramentas versáteis na antiguidade: forneciam comida, fertilizante, auxílio na agricultura e até materiais para confecção de roupas.

Nos climas quentes do Oriente Médio, os porcos simplesmente não se adaptavam bem. Eles não sobrevivem em ambientes áridos, e a ausência de um sistema de resfriamento eficaz e de proteção contra o sol os tornava impróprios para consumo.

Portanto, as restrições dietéticas não se limitavam apenas às leis religiosas; tratava-se também de questões de sobrevivência e sustentabilidade.

E por que os islãs não podem comer carne de porco?

Enquanto isso, existem curiosidades também sobre os islâmicos, que não podem comer carne de porco.

As origens do Islã estão diretamente ligadas às tradições semitas, coexistindo com as comunidades judaicas. Portanto, o tabu em torno de certos alimentos pode ser simplesmente resultado de uma influência cultural cruzada.

É importante lembrar que não se trata apenas do “o quê”, mas do “porquê” por trás dessas restrições e práticas dietéticas.

Outras religiões

Via Freepik

Pode parecer uma restrição específica de religiões do Oriente Médio, mas não comer carne de porco ou outros alimentos existe em várias linhas e crenças ao redor do mundo.

Por exemplo, no hinduísmo a regra vai muito além. Muitos hindus são vegetarianos, embora não seja uma regra universal. Para eles, a vaca é considerada sagrada e, portanto, a carne bovina é proibida. Além disso, muitos hindus evitam comer carne de porco e carneiro.

Enquanto isso, o budismo também preza pelo respeito à vida e à não-violência. Por isso, sua dieta costuma ser vegetariana, tendo restrições que abrangem vários animais.

Outras vertentes da Índia podem ser ainda mais rigorosas no quesito alimentação, evitando carne, laticínios e até mesmo alguns vegetais que crescem como raízes.

E temos também religiões mais populares, como o catolicismo, que tem suas próprias restrições e regras. Por exemplo, no período conhecido como Quaresma, é comum que os fiéis deixem de comer carne vermelha em dias específicos, ou mesmo façam jejum como penitência.

Ou seja, cada religião possui suas regras alimentares e uma forma de manifestar a crença durante a rotina.

 

Fonte: Mistérios do Mundo

Imagens: Freepik, Freepik

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