Ao longo da história, os números sempre foram imprescindíveis para o desenvolvimento das civilizações. Egípcios, babilônios, hindus e maias deram origem aos sistemas numéricos que moldaram a matemática que conhecemos hoje. Mas um detalhe é intrigante: o número zero não existe nos algarismos romanos.
Relógio com algarismos romanos
Os romanos
Em gênese, ao construírem seu sistema numérico , os romanos o fizeram com base na contagem e na representação visual de quantidades, utilizando letras como I, V, X, L, C, D e M. Cada símbolo tinha seu valor específico e a combinação entre eles formava os números usados no cotididano.
O sistema romano foi pensado para a praticidade – contabilidade, comércio e registros administrativos – então , nao havia a necessidade de uma representação do zero. O espaço em branco já cumpria esse papel.
De acordo com as autoras Debra Aczel e Marina Ville :
“Na Idade Média – séculos depois da grande era da matemática grega –, os árabes se revelaram ao mesmo tempo notáveis matemáticos e importantes transmissores do conhecimento antigo, inclusive a matemática.”
Elas acrescentam que o chefe da Casa da Sabedoria de Bagdá –Al-Khwarizmi – estudou manuscritos científicos e matemáticos, incluindo os dos antigos gregos e indianos. E que :
Al-Khwarizmi
“Em Al’Khwarizmi sobre a Arte Indiana de Contar, ele descreve um sistema numérico indiano baseado em 10 numerais: 1–9 e 0. Atribui o crédito do zero ao estudioso indiano Brahmabgupta (século 7 d. C.), afirmando que o descobriu quando traduzia suas obras matemáticas.”
Apenas após a chegada desse numeral na Europa, viu-se a evolução da matemática como ciência.
Hoje o zero é tão essencial que é difícil imaginar “as exatas” sem ele, mas, não se esqueça: um dos impérios mais poderosos da história viveu 1000 anos sem ele.