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Por que só algumas pessoas conseguem dobrar a língua?

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Cada parte do corpo humano, por menor que seja, tem sua função e seu propósito de existir. Mas como existem milhares delas, nem sempre as pessoas sabem o que cada uma faz ou o motivo de algumas pessoas conseguirem fazer determinada coisa e outras não. Um exemplo disso é a habilidade de dobrar a língua.

Por mais que a língua humana tenha músculos que trabalhem juntos para fazer com que ela possa fazer movimentos diferentes, como por exemplo, dobrar, enrolar e esticar, somente uma parcela das pessoas conseguem dobrá-la no formato de “U”, deixando-a parecida com um canudo.

Motivo

Erica Sitta

Segundo especialistas, essa habilidade de conseguir dobrar a língua ou não pode estar associada à flexibilidade dos músculos e tendões dela, além do formato do palato. Esse formado pode ter influência de fatores ambientais externos, como por exemplo, o estilo de vida que a pessoa teve em sua infância, mas especialmente pelos genes herdados dos seus pais.

Tanto é que a teoria mais aceita entre os geneticistas é que essa habilidade seja passada dos pais para seus filhos. No entanto, até agora nenhum gene específico e responsável por essa característica foi identificado.

Alguns estudos sugerem que a herança genética é algo complexo e envolve vários genes com efeitos pequenos. Outro ponto é que essa habilidade de dobrar a língua pode ser algo que a pessoa aprende na vida, o que mostra que os fatores ambientais também têm um papel na capacidade dessa habilidade.

Os especialistas também dizem que, ao que tudo indica, não existe uma vantagem evolutiva relacionada diretamente a essa capacidade de dobrar a língua. Ela só é uma característica que mostra que os corpos humanos podem ter características específicas e genéticas singulares complexas.

Língua

Clínica primeiro sorriso

Conseguir dobrar ou não a língua não é algo que prejudica as pessoas, mas algumas tendências que surgiram são sim perigosas para as pessoas. Um exemplo disso foi a tendência em cortar o freio da língua dos bebês.

Esse corte do freio da língua dura um segundo para ser feito e é feito com bisturi ou com laser. O objetivo é porque isso, supostamente, facilita a amamentação do bebê.

O impressionante é que cada vez mais pais estão pedindo para que o freio da língua de seus filhos seja cortado ao nascer. No entanto, os médico consideram essa nova tendência algo ineficaz.

“Cabe se perguntar sobre o aumento vertiginoso da frenotomia lingual na França e em todo o mundo nos bebês”, alertou a Academia de Medicina francesa.

Quando o freio da língua do bebê é cortado, teoricamente, o recém-nascido pode conseguir mamar com mais facilidade. Entretanto, na realidade, é “um gesto agressivo e potencialmente perigoso para os recém-nascidos ou para os bebês”, insistiu a Academia de Medicina.

De acordo com Virginie Rigourd, pediatra do hospital Necker em Paris, especializada na atenção às crianças, essa moda começou, provavelmente, nos Estados Unidos e no Canadá, e logo se espalhou por outros países.
Isso pode ser visto na Austrália, por exemplo, onde o número de frenotomias quintuplicou nos últimos dez anos. De acordo com Rigourd, o corte do freio da língua dos bebês já é feito por dois tipos de especialistas que não têm um título propriamente dito. São eles: os osteopatas e os conselheiros de maternidade.
Embora a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomende a lactância materna, alguns pais levam essa recomendação muito ao pé da letra. Com isso, a lactância pode ser bem dolorosa para algumas mães, podendo se estender por vários meses.
“Há um retorno à lactância, mas falta pessoal bem formado, assim há um recrudescimento dos problemas”, advertiu Rigourd.
Além dessa recomendação da OMS, os especialistas que fazem o procedimento do corte do freio da língua dos bebês também dizem que a ação tem outras vantagens, como por exemplo, evitar os problemas de fala ou aparentes problemas digestivos.
“Deixar esse frênulo restritivo põe em perigo a lactância e a saúde, tanto dos bebês como das mães”, disse um site de uma consultora em amamentação, que propõe uma formação online por cem euros.
“Não há nenhum estudo que tenha demonstrado que a frenotomia lingual permita uma melhor lactância a longo prazo”, adverte um comunicado da  Cochrane, uma organização independente. Essa associação também assegura que tem mais de 28 mil voluntários que reúnem informações médicas no mundo todo.
O pior de tudo é que vários pais inexperientes se deixam iludir e convencer sobre a utilidade do corte do freio da língua de seus filhos, mesmo vendo que o recém-nascido consegue mamar por conta própria de forma perfeita.
Um desses casos é o de Léa. Essa mãe se consultou com uma osteopata em Paris depois do nascimento do seu filho em 2018. A consulta era para um check-up básico. Nela, a osteopata sugeriu a Léa que ela fizesse o corte do freio da língua de seu filho porque ela o considerou “muito grosso”.
Segundo a mãe, a orientação da médica parecia ser algo preventivo, mas no final das contas, Léa optou por não fazer o procedimento. No entanto, ela diz que entende os outros pais que fazem o procedimento por serem mais apreensivos e acabarem caindo em tentação.
“Sempre pensamos em dar tudo de melhor para nosso filho, e se te dizem que tem que cortar o frênulo, mesmo se não há uma razão para isso, você faz”, pontuou ela.

Fonte: VivaBem, R7

Imagens: Erica Sitta, Clínica primeiro sorriso

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