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Professora perdeu emprego por postar fotos de biquíni no Instagram

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Nas redes sociais as pessoas postam fotos de si mesmas e de momentos que querem compartilhar com seus seguidores. No entanto, dependendo da publicação, isso pode acabar custando seu emprego. Esse foi o caso dessa professora de uma universidade privada na cidade de Kolkata, no leste da Índia.

Agora, a ex-professora assistente da Universidade de St. Xavier disse em entrevista que ela foi obrigada a deixar seu emprego por ter compartilhado fotos suas de biquíni no Instagram. Entretanto, a universidade nega que esse tenha sido o motivo pela demissão dela.

A mulher não quis ser identificada e acusou funcionários da universidade de “assédio sexual” e disse que “foi intimidada e submetida à vigilância moral”. Além disso, ela também apresentou uma queixa na polícia e enviou uma notificação legal à universidade. A instituição a respondeu e a acusou de difamação, exigindo 990 milhões de rúpias, aproximadamente 12 milhões de reais.

Professora

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De acordo com a professora assistente, ela entrou para o corpo docente no dia nove de agosto de 2021 para lecionar inglês em cursos de graduação e pós-graduação. Depois de dois meses, ela foi chamada no escritório do reitor para uma reunião.

A  mulher foi “conduzida a uma sala de interrogatório”, onde ela foi interrogada por um comitê com o vice-reitor Felix Raj, um secretário e cinco mulheres. Na ocasião, a mulher foi informada que existia uma queixa contra ela feita por um pai de um aluno homem do primeiro ano de graduação.

“O reitor disse que esse pai encontrou seu filho olhando minhas fotos no Instagram, onde eu estava apenas de calcinha. Ele disse que as fotos eram sexualmente explícitas e pediu à universidade que preservasse seu filho de tal vulgaridade”, contou a professora.

Nesse momento, os membros do conselho passaram um papel com cinco ou seis fotos e pediram que ela confirmasse que realmente era ela nas fotos.

Segundo a professora, nas fotos ela estava usando biquíni e foram selfies que ela tirou em seu quarto. Ela as compartilhou como “stories” do Instagram, ou seja, depois de 24 horas elas desaparecem.

Entretanto, o conselho da universidade não aceitou a explicação da mulher. Mesmo as fotos tendo sido publicadas no dia 13 de junho de 2021, quase dois meses antes de ela ingressar na universidade e até mesmo antes de aceitar pedidos de seus alunos para seguir sua conta, que é privada.

“Fiquei chocada. Quando vi as fotos, tive um ataque de pânico. Me pareceu surreal que minhas fotos pessoais fossem compartilhadas sem meu consentimento”, disse a professora.

“Eu não aguentava olhar minhas próprias fotos e a forma como elas me foram apresentadas. A conversa em torno delas me fez pensar que eram vulgares. Percebi que estava sofrendo gaslightning (termo em inglês para um tipo de assédio emocional), comecei a me sentir sabotada. Eles me perguntaram por que eu fiz isso. Se, como mulher, eu não achava que aquilo era questionável. Se, como professora, eu não achava que era meu dever para com a sociedade me comportar adequadamente. Eles me disseram que eu estava trazendo desprestígio e vergonha para a universidade. Eles me perguntaram se meus pais estavam no Instagram e se eles tinham visto aquelas fotos. Eu senti náuseas e fiquei em choque”, contou.

Para piorar, o conselho a orientou a voltar no outro dia com um relatório sobre o assunto.

Desculpas e demissão forçada

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Então, no dia seguinte a professora voltou ao gabinete do reitor e lhe apresentou o pedido de desculpas “escrito sob conselho de alguns docentes que incluíam a diretora da unidade de gênero”. Além dela, também estavam uma ex-colega e a professora assistente que também fazia parte do comitê.

“Se minhas imagens foram interpretadas de uma forma que poderia manchar a reputação da universidade, então sinto muito”, escreveu ela.

“Foi uma experiência muito desagradável”, disse a professora.

Depois disso, a mulher esperava que o assunto terminasse ali. No entanto, o reitor disse que o conselho “recomendara de forma unânime sua demissão”. “Ele disse que as fotos já haviam viralizado, que a maioria dos alunos as tinha visto, que não me levariam a sério e que os pais iriam reclamar. E que seria melhor se eu me demitisse voluntariamente”, lembrou ela.

E se a professora não pedisse demissão, o reitor disse que ela iria presa porque o pai do aluno que tinha visto sua foto queria registrar queixa na polícia.

“Me senti encurralada e pedi demissão. Mas também fiquei com muita raiva e procurei orientação jurídica. Eles fizeram download das minhas fotos, tiraram prints de tela e compartilharam sem meu consentimento. Meu advogado sugeriu que eu registrasse uma queixa de assédio sexual na polícia de crimes cibernéticos”, disse ela.

De acordo com o padre Felix Raj, vice-reitor da universidade, eles não forçaram a professora a se demitir e que ela saiu por vontade própria. “Ela entregou uma carta de desculpas em 8 de outubro de 2021. Nós a aceitamos. Achei um gesto bom. Mas então ela pediu demissão em 25 de outubro”, disse ele.

Fonte: BBC

Imagens: BBC

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