Curiosidades

Qual a razão do primeiro computador da Apple ter sido feito de madeira?

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Atualmente, é quase impossível imaginar a vida sem um computador, e até os celulares podem fazer as vezes desse aparelho. Contudo, a realidade nem sempre foi essa. Mesmo sabendo disso, muitas vezes é difícil imaginar como era um mundo sem computadores, ou até mesmo como eram as primeiras versões desses aparelhos.

Hoje em dia, uma das empresas que sempre traz inovações e tem eventos de lançamento de produtos aguardado no mundo todo é a Apple. Ela já existe há tempos e desde lá ela causa revoluções. Exemplo disso é o Apple 1, o primeiro produto lançado oficialmente pela marca, que revolucionou o mercado.

Para quem não sabe, esse computador tinha uma carcaça de madeira. E mesmo quem já viu uma foto do produto pode não saber o motivo de ele ser feito com esse material, e sim, existem explicações para isso.

O dispositivo foi desenvolvido pelo engenheiro Steve Wozniak e, inicialmente, era oferecido como sendo uma placa de circuito sem nenhuma proteção. O objetivo inicial era que os componentes do computador fossem vendidos como um kit para que as pessoas que eram entusiastas da tecnologia montassem em suas casas.

Madeira

Terra

No entanto, Steve Jobs vendeu 50 unidades já montadas para a Byte Shop, que é uma loja de eletrônicos baseada na Califórnia. Foi na loja que os componentes foram colocados em madeira Koa.

O motivo de eles terem escolhido a madeira não é sabido. No entanto, uma possibilidade é que ela tenha sido escolhida com a intenção de agregar valor ao produto, até porque esse tipo de madeira é raro e cresce somente em regiões específicas.

Alguns desses computadores ainda existem e, nos últimos anos, eles foram leiloados obviamente a um preço bem mais caro do que o original. Para se ter uma ideia, alguns deles chegaram a ser arrematados por 800 mil reais, sendo que em 1976, 200 unidades do computador foram vendidas por US$ 666,66. O valor era esse porque Wozniak gostava muito de números repetido.

Segundo informações de agosto de 2022, ainda existem 62 unidades do Apple 1, sendo 41 deles a primeira leva que Wozniak produziu. No entanto, é estimado que devam existir, pelo menos, mais 20 exemplares não registrados.

Computador

G1

O Apple 1 causou uma revolução nos EUA, mas no nosso país a realidade era outra. Há 50 anos, quando quase não existiam profissionais capacitados para isso no Brasil, aproximadamente 15 pesquisadores criaram o primeiro computador brasileiro.

Esse computador foi desenvolvido na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), e ficou conhecido como Patinho Feio. Ele tinha somente quatro kilobytes de armazenamento, não tinha tela, mouse, nem a maioria das funções dos computadores de hoje. Mesmo assim, ele serviu para começar a indústria brasileira de equipamentos digitais.

“O Patinho Feio foi uma semente da indústria digital brasileira a partir de um protótipo viável”, disse Lucas Moscato, professor aposentado de automação industrial e robótica da Poli-USP e um dos criadores do computador.

O computador foi o resultado de um esforço em conjunto de engenheiros, professores, estagiários e estudantes de pós-graduação da faculdade. “A gente teve alunos excelentes. Muitos ficaram trabalhando conosco na Poli, outros alimentaram a indústria de computadores que começou a surgir no Brasil”, destacou Edith Ranzini, professora sênior da Poli-USP e uma das quatro mulheres que participaram do projeto.

Esse primeiro computador brasileiro era controlado por um painel com botões e chaves liga-desliga que enviavam códigos binários (0 e 1) para rodar pequenos programas. Além disso, o Patinho Feio também usava um sistema de entrada e saída com periféricos, que são aparelhos que ficam conectados à máquina. Para esse dispositivo, os acessórios serviam para salvar e iniciar programas.

Os programas do computador eram salvos em fitas perfuradas impressas em teletipo, que era uma espécie de máquina de escrever que enviava e recebia mensagens através de telégrafo. Depois disso, uma máquina leitora conseguia ler essas fitas e rodar os programas.

De acordo com Edith, quando o Patinho Feio foi desenvolvido, ele foi considerado um mini computador. Contudo, na realidade, ele pesava aproximadamente 60 quilos e tinha o tamanho de dois frigobares.

“Um ‘frigobar’, do lado esquerdo, é para as fontes de alimentação, para você ver como ele consumia energia. O outro é a parte do Patinho Feio propriamente dito, é aquele em que há um painel verde”, explicou ela.

O Patinho Feio tinha pouca memória e rodava somente pequenos programas de demonstração. Então, o dispositivo seguia instruções para criar listas e copiar textos e também fazia contas de soma e subtração. O objetivo era testar o que foi aprendido nas aulas sobre sistemas digitais, incluídas no curso de Engenharia da Computação da Poli-USP um ano antes da criação do computador.

De acordo com Edith, o objetivo do dispositivo “era estudar como fazer um módulo de entrada e saída, como ligar mais um periférico. O foco não era tanto que programa fazer, era dotar o Patinho Feio de mais recursos de infraestrutura básica para depois o pessoal rodar programa”.

Fonte: Terra, G1 

Imagens: Terra, G1 

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