Qual deve ser o tempo mínimo de uma sessão de terapia para ela fazer efeito?

Felizmente, estamos vivendo um momento em que falar sobre saúde mental não é mais um tabu, como já foi no passado. As pessoas estão se sentindo mais confortáveis em debater sobre o assunto e procurar ajuda. Uma dessas formas é a psicoterapia. De sessão em sessão a pessoa tem um melhor estado psicoemocional, expressa-se de forma livre e adquire ferramentas para lidar com situações que enfrenta em seu dia a dia.

Além disso, a sessão é um espaço em que a pessoa pode conversar a respeito do seu progresso, suas limitações e suas expectativas com o terapeuta e fazer a avaliação se o tratamento está sendo eficaz ou não.

Normalmente, uma sessão de terapia tem entre 45 minutos a uma hora e são feitas uma vez por semana. Claro que ela pode ser mais abrangente e prolongada, mas isso não quer dizer que algumas não possam ter o foco em coisas pontuais e durarem menos.

Tempo da sessão

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De acordo com José Maria Santiago, psiquiatra e professor da Afya Educação Médica, de Fortaleza, a frequência e duração da sessão depende de vários fatores, como por exemplo, de estabelecer uma relação de confiança e colaboração com o paciente; de objetivos e aplicação de métodos e procedimentos da psicoterapia; do tipo de problema que irá ser tratado; características e histórico do paciente; da disponibilidade de tempo e recurso financeiro do paciente; e da abordagem terapêutica que irá ser seguida.

A psicoterapia de curto período pode ser indicada para resolver conflitos, tomar decisões, orientação para soluções, avaliar o progresso, situações que precisem de readaptação, reorganização ou mudança de vida. Ela também pode ajudar o paciente na superação de sintomas e problemas atuais, aumentar a maturidade emocional e a percepção a respeito dos limites da realidade.

“Mesmo se a sessão durar 15 ou 20 minutos e não ocorrer toda semana pode ser ética e respeitosa, desde que atenda a princípios e seja adequada às especificidades do quadro”, explicou Yuri Busin, psicólogo pós-graduado pela PUC-RS.

Contudo, para que bons resultados sejam vistos, isso irá exigir um maior foco e assertividade na escolha das intervenções por parte do terapeuta. E um comprometimento maior, empenho no processo e preparação para que frustrações com um término precoce por parte do paciente.

“Alguns analistas consideram também se o paciente chegou a um ponto importante ou revelador em sua fala (insight) para encerrar a sessão, que pode durar alguns minutos”, explicou Eduardo Perin, psiquiatra e psicoterapeuta pela Unifesp.

Isso é o que acontece na psicanálise lacaniana, que se baseia nas ideias do psicanalistas Jacques Lacan. O ponto principal de diferença entre ela e a psicanálise freudiana é o tempo de duração da sessão. Isso porque Freud estabelecia um tempo fixo de aproximadamente 50 minutos para cada sessão. Enquanto Lacan propôs um tempo variável dependendo da dinâmica do inconsciente e do discurso do paciente.

Não tenha pressa

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No caso de casos muito complexos, a sessão com tempo limitado pode não ser o mais adequado. Eles podem exigir um tratamento longo e profundo. Dependendo do caso, isso pode até comprometer na qualidade e efetividade da intervenção, o que tem como consequência uma limitação tanto para o profissional como para o paciente.

Os especialistas pontuam que algumas dessas limitações são:

• dificuldade no estabelecimento de uma relação de confiança e empatia entre o terapeuta e o paciente;
• falta de tempo para que sentimentos, pensamentos e comportamentos do paciente sejam explorados de maneira aprofundada e reflexiva;
• pouco tempo para aplicar técnicas e intervenções terapêuticas certas para o problema do paciente;
• risco de interrupção do processo terapêutico antes dos objetivos e resultados esperados serem alcançados;
• insuficiência no tratamento de transtornos graves ou crônicos, como depressão, esquizofrenia, transtorno bipolar, transtorno obsessivo-compulsivo, ou TOC;
• possibilidade de aumentar a ansiedade, frustração ou insatisfação do paciente com a terapia.

Tempo do paciente

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O tempo total para um tratamento de saúde mental é bem variável. Ele pode durar desde algumas semanas até meses ou anos e chegar ao seu fim somente quando as metas estipuladas pelo paciente e terapeuta forem alcançadas, ou então quando o paciente resolver acabar o processo por algum motivo.

“Algumas pessoas podem se beneficiar de sessões mais curtas ou espaçadas, enquanto outras podem precisar de sessões mais longas ou frequentes. O que importa é que se leve em conta o ritmo do paciente e que sejam realizadas avaliações periodicamente”, pontuou Yuri Busin.

Justamente por isso que o mais recomendável é que a pessoa converse com um psicólogo da sua confiança e faça uma avaliação a respeito de qual é a melhor opção para o caso dela, com relação à necessidade e viabilidade, para então depois decidirem juntos quanto tempo terá a sessão.

Fonte: VivaBem

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