Curiosidades

Quanta água existe no interior da Terra?

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Sem dúvida, o centro da Terra ainda representa o local mais misterioso de todo o planeta. Isso porque não somos capazes de chegar até lá, fisicamente falando. Mas isso não impede que dados sejam colhidos, especialmente porque ainda há muito que precisamos entender.

Justamente por isso que estudos sempre são feitos a respeito dele. E de acordo com o que aponta um novo, foram encontradas novas evidências sobre a existência de grandes quantidades de água em uma área do interior da Terra que se conhece como “zona de transição”.

Essa zona fica entre 410 e 660 quilômetros de profundidade e é ela quem separa o manto superior e inferior do nosso planeta. Segundo os pesquisadores, nesse local existe o potencial de abrigar seis vezes mais água que todos os oceanos da Terra juntos.

Estudo

History

Os pesquisadores descobriram isso através de um diamante raro que foi retirado de uma profundidade de 600 quilômetros na mina Karowe, em Botswana. Através da análise desse diamante, os pesquisadores verificaram se ele tinha minerais hidratados, o que, de acordo com o estudo publicado na revista “Nature Geoscience”, indica que um ambiente baseado em água se estende até o manto inferior da Terra.

Além disso, as análises feitas também mostraram que o diamante tem várias inclusões do mineral ringwoodita, que está presente quando se tem um teor alto de água.

“Neste estudo, demonstramos que a zona de transição não é uma esponja seca, mas contém quantidades consideráveis de água. Isso também nos aproxima da ideia de Júlio Verne de um oceano dentro da Terra”, disse Frank Brenker, do Instituto de Geociências da Universidade Goethe em Frankfurt, na Alemanha.

Água

History

O diferente é que no interior da Terra não existem oceanos, mas sim rochas hidratadas. De acordo com Brenker, essas rochas não pingam água e nem parecem que estão molhadas. Isso acontece porque, conforme explicam os pesquisadores, os minerais densos como a ringwoodita podem armazenar grandes quantidades de água.

A capacidade de armazenamento é tão grande que a zona de transição teoricamente poderia absorver seis vezes a quantidade de água presente nos oceanos da Terra. Essa nova descoberta pode ajudar a melhorar o entendimento dos cientistas a respeito do ciclo de águas profundas no interior da Terra.

Interior

BBC

Os estudos sobre o interior da Terra não param porque o núcleo é a chave para a vida em nosso planeta. E se um dia ele se apagar, nosso planeta se transformará em uma rocha gigante fria e inerte. Com isso em mente, um estudo recente calculou que esse esfriamento está ocorrendo mais rápido do que se pensava.

Como esse esfriamento acontece em escalas de milhares de milhões de anos, por mais rápido que aconteça, nenhum de nós estará vivo para ver como será essa morte fria do nosso planeta. Entretanto, os especialistas concordam que estudar esses processos naturais é a chave para compreender melhor a evolução da Terra e os fenômenos que afetam a vida nela. Então, o que exatamente é esse esfriamento e como ele foi descoberto?

O núcleo da Terra fica a quase 3 mil quilômetros de profundidade da crosta terrestre e tem um raio de 3,5 mil quilômetros. Nele, as temperaturas variam entre 4.400° C e 6.000° C, temperaturas parecidas com as do sol.

Essa quantidade enorme de energia térmica que emana do interior do planeta faz com que aconteçam fenômenos como as placas tectônicas e a atividade vulcânica. E nas fronteiras do núcleo também acontece um processo crucial para esse novo estudo. Nelas, acontece a convecção do manto terrestre, que nada mais é do que a transferência de calor do núcleo até o manto, localizado entre a crosta e o núcleo.

Contudo, os cientistas não sabem exatamente quanto tempo levará para a Terra esfriar até que esses fenômenos naturais que impulsionam o núcleo parem de acontecer.

Assim, uma equipe do Instituto Federal Suíço de Tecnologia de Zurique (ETH) e da Carnegie Institution for Science, nos Estados Unidos, pensa que a resposta está nos minerais que transportam calor do núcleo para o manto.

Um deles é o mineral chamado bridgmanita. Ele tem uma estrutura cristalina e só pode existir sob grande pressão, a partir de cerca de 700 quilômetros abaixo da terra. Como não existe a possibilidade de cavar até essa profundidade, o professor da ETH Motohiko Murakami fez um experimento para simular essas condições.

Experimento

BBC

No experimento de Murakami e seus colegas, eles conseguiram fazer um método para medir a quantidade de calor que a bridgmanita pode conduzir. Para isso, eles fabricaram um diamante bridgmanita a partir dos elementos que compõem esse mineral.

Depois disso, eles o colocaram em um dispositivo que simula a pressão e a temperatura do núcleo da Terra. Com ele dentro do dispositivo, os pesquisadores dispararam pulsos de feixes de laser que irradiaram e aqueceram o mineral. Esse processo é chamado de “medição de absorção óptica”.

Como resultado, eles conseguiram ver como o mineral reagiu com diferentes pressões e temperaturas.

“Esse sistema de medição nos permitiu mostrar que a condutividade térmica da bridgmanita é cerca de 1,5 vezes maior do que se supunha anteriormente”, disse Murakami.

Feito isso, os pesquisadores disseram que o fluxo de calor do núcleo para o manto também é maior do que se pensava anteriormente. E o resultado sugere que quanto mais rápido o calor é transferido do núcleo para o manto, mais rápido o calor é perdido do núcleo. Isso faz com que o resfriamento da Terra seja acelerado.

Fonte: History, BBC

Imagens: History, BBC

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