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Robô operado por inteligência artificial produz oxigênio com solo marciano

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Desde que o homem foi à lua, as expedições e explorações do espaço fizeram parte da nossa história. Um sonho do ser humano é ir a Marte e habitá-lo, sonho que existe praticamente desde quando o planeta foi descoberto. No entanto, para que nós consigamos viver no Planeta Vermelho é essencial que lá tenha oxigênio.

Como Marte não tem esse elemento, pesquisadores internacionais criaram um robô que parece ter saído de um filme de ficção científica. Através de inteligência artificial, ele conseguiu produzir oxigênio a partir de meteoritos que foram recolhidos no planeta.

Claro que isso é um grande marco e pode impactar as futuras missões tripuladas para Marte. Até porque, conseguir produzir oxigênio a partir de recursos marcianos pode fazer com que as viagens espaciais sejam mais simples, seguras e econômicas.

Produção de oxigênio

Meteored

Segundo um artigo publicado na revista Nature Synthesis, esse protótipo recolheu cinco tipos diferentes de meteoritos e conseguiu identificar os elementos químicos que pudessem reagir entre si para a produção de oxigênio. Além disso, o robô fez o teste com vários procedimentos e identificando a fórmula mais eficiente para a síntese do ar respirável.

Vendo os resultados, a estimativa dos pesquisadores é que resultados parecidos com esses levariam aproximadamente dois mil anos se fossem feitos exclusivamente por seres humanos.

Dentre as várias dificuldades das missões para Marte, uma é lida com a falta de produtos químicos essenciais para a sobrevivência humana, como por exemplo, o oxigênio. Então, tecnologias como essa podem fazer com que seja possível se produzir o ar respirável para a propulsão de foguetes e sistemas de suporte à vida tendo como base os materiais que são abundantes no Planeta Vermelho.

O que esse robô faz é o pré-tratamento do minério marciano, a síntese do catalisador, a caracterização do material, os testes e, principalmente, a busca pela fórmula ideal para se produzir oxigênio sem nenhuma intervenção humana.

“Usando um modelo de aprendizado de máquina derivado de dados de primeiros princípios e medições experimentais, este método identifica automática e rapidamente a fórmula ideal do catalisador entre mais de três milhões de composições possíveis”, disse o estudo.

Na visão dos autores, o trabalho do robô mostra a viabilidade do uso de máquinas relacionadas com a inteligência artificial para que seja feita a síntese automatizada dos produtos químicos e materiais para a exploração de Marte.

Mais pesquisas

CNN

Além desse robô, os Estados Unidos foram o primeiro país a conseguir produzir oxigênio respirável em um planeta que não fosse a Terra. Isso foi possível porque um dos instrumentos do Perseverance é um dispositivo que foi projetado para fazer testes se o combustível e o ar respirável poderiam ser produzidos com os materiais que estivessem disponíveis em Marte.

Depois que o rover fez um marco na história quando o drone Ingenuity fez o primeiro voo motorizado em outro planeta, o aparelho chamado Moxie, que estava instalado dentro do Perseverance, conseguiu produzir aproximadamente cinco gramas de oxigênio. De acordo com a NASA, essa quantidade é suficiente para que um astronauta consiga respirar por 10 minutos.

O Moxie, que tem seu nome em referência ao projeto Experimento de Utilização de Recursos, é uma caixa de 17 quilos do tamanho de uma torradeira. Ele foi feito para conseguir absorver o dióxido de carbono e quebrá-lo por dentro através da eletrólise a aproximadamente 80o graus. Como resultado, ele produz moléculas de oxigênio praticamente puro e tem como seu principal resíduo o monóxido de carbono.

Mesmo que o uso principal desse oxigênio seja para combustível para foguetes quando eles voltam para nosso planeta, a NASA também considera que ele pode ser usado para que os futuros astronautas consigam respirar em Marte. Além do mais, o Moxie é somente uma amostra de que é possível sim produzir oxigênio no Planeta Vermelho.

Para que um foguete volte ao nosso planeta é preciso 25 toneladas de oxigênio e mais sete de algum outro combustível, que pode ser metano. E como o metano seria produzido? “Uma opção é gerá-lo a partir da água congelada que existe no subsolo marciano. Essa água gelada poderia ser usada para beber, irrigar cultivos e fabricar combustível. É preciso ter em conta que o custo de levar um quilo de material ao espaço é da ordem de um milhão de euros [6,6 milhões de reais], de modo que tudo o que possamos utilizar in loco é bem-vindo”, disse Jorge Pla-García, pesquisador do Centro de Astrobiologia (CAB) de Madri e membro da missão da NASA em Marte.

Por conta disso, para suas missões futuras a NASA está considerando mandar um instrumento parecido com o Moxie, mas maior do que ele, para que ele consiga produzir oxigênio em quantidades maiores.

“O feito do Moxie é tão importante quanto o do Ingenuity, porque abre um novo caminho na exploração marciana ao demonstrar a capacidade de gerar um elemento essencial tanto para a respiração humana como para a síntese de combustível em Marte e até mesmo para produzir água”, explicou Alberto González-Fairén, pesquisador do CAB.

Fonte: Veja, El País

Imagens: Meteored, CNN

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