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Ruy Castro é eleito para a Academia Brasileira de Letras

Ruy Castro
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O jornalista e escritor Ruy Castro foi eleito na última quinta-feira (6) para a Academia Brasileira de Letras (ABL). Castro foi eleito para a cadeira 13, que pertencia a Sérgio Paulo Rouanet, que faleceu em julho.

O jornalista recebeu 32 votos, entre os 35 acadêmicos que participaram, presencialmente ou por carta. Assim sendo, Ruy Castro começou sua trajetória profissional em 1967, como repórter, no Correio da Manhã, no Rio de Janeiro. Desde então, passou por grandes veículos da imprensa carioca e paulistana até que, em 1990, dedicou-se à carreira de escritor e cronista.

Castro é autor de biografias como as de Garrincha (Estrela solitária), Nelson Rodrigues (O Anjo Pornográfico) e Carmen Miranda (Carmen: uma biografia). Além disso, escreveu livros de reconstituição histórica sobre o samba-canção, a bossa nova (Chega de Saudade), Ipanema (Ela é carioca) e o Flamengo (O vermelho e o negro). No ano de 2022, Ruy Castro recebeu o prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras.

Parte de sua produção jornalística foi reunida em livros como Um Filme é para Sempre (sobre cinema), Tempestade de Ritmos (sobre música popular) e O Leitor Apaixonado (sobre literatura). Escreveu também um ensaio sobre o Rio, Carnaval no Fogo: Crônica de uma Cidade Excitante Demais. Seus livros têm edições nos Estados Unidos, Japão, Inglaterra, Alemanha, Portugal, Espanha, Itália, Polônia, Rússia e Turquia.

Em ficção, é autor do romance Era no Tempo do Rei, das novelas Bilac Vê Estrelas e O Pai Que Era Mãe, e de condensações de clássicos como Frankenstein, de Mary Shelley, e Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll.

Cadeira 13

Sérgio Paulo Rouanet faleceu em julho, aos 88 anos, vítima da Síndrome de Parkinson. Antes dele, a cadeira 13 foi ocupada por Francisco de Assis Barbosa, Augusto Meyer, Hélio Lobo, Sousa Bandeira, Martins Júnior, Francisco de Castro, Visconde de Taunay e Francisco Otaviano.

Djamila Ribeiro é eleita para Academia Paulista de Letras

No mundo da literatura, outra notícia empolgante se deu no primeiro semestre do ano. Djamila Ribeiro, mestre em filosofia pela Universidade Federal de São Paulo e ativista feminista, foi eleita à Academia Paulista de Letras no dia 24 de maio, por votação expressiva. Assim sendo, a filósofa irá ocupar a cadeira de número 28, que era o posto ocupado pela escritora Lygia Fagundes Telles, que morreu aos 103 anos no dia 3 de abril.

Dessa maneira, Djamila compartilhou em seu perfil do Instagram que está feliz e honrada com a eleição. “Agradeço a todos os acadêmicos e acadêmicas que votaram e me deram a oportunidade incrível de ocupar a cadeira que foi da gigante Lygia Fagundes Telles”, disse a filósofa.

Djamila Ribeiro

Foto: Helena Wolfenson

Natural de Santos, São Paulo, Djamila é vista como uma das principais vozes do movimento feminista e negro. Atualmente, ela atua como colunista do jornal Folha de S. Paulo e da revista alemã Dr. Spiegel, onde ressalta a importância de se ter diálogos que levantam temas como feminismo negro, racismo e empoderamento feminino.

Assim, a filósofa também faz sucesso nas redes sociais. Por exemplo, sua conta do Instagram tem mais de 1 milhão de seguidores. A autora de “Pequeno Manual Antirracista” será a única acadêmica negra da Academia Paulista de Letras.

Outras produções da mestre em filosofia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e autora de cinco obras são: “O que é lugar de fala?” e “Quem tem medo do feminismo negro?”. Algumas das obras já até foram traduzidas para o francês, espanhol, italiano e alemão.

Dessa forma, a BBC já nomeou Djamila Ribeiro como uma das 100 mulheres mais inspiradoras e influentes do mundo por falar de assuntos como políticas de cotas raciais e as origens do feminismo negro no Brasil e nos Estados Unidos. Além disso, Djamila comanda a coleção “Feminismos Plurais”, em que publicou obras de outras pensadoras e pensadores negros e indígenas.

Em uma entrevista ao Estadão, a recém nomeada comentou sobre ser a única acadêmica negra a ocupar uma cadeira na instituição.

“Sendo a única acadêmica negra desta academia, entendo que o trabalho que desenvolvi até hoje, como escritora e editora na publicação de dezenas de intelectuais negros e negras, difundindo vozes essenciais para a reflexão de nosso país, se faz cada vez mais urgente para o fortalecimento da democratização do conhecimento e das letras no Brasil”, declarou.

Premiações

Aos 41 anos, Djamila Ribeiro conquistou reconhecimento ao longo de sua carreira, como o Prêmio Cidadão SP em Direitos Humanos no ano de 2016 e Trip Transformadores em 2017. Além disso, ela recebeu o de Melhor colunista no Troféu Mulher Imprensa de 2018 e o Prêmio Dandara dos Palmares.

Além disso, em 2019, a autora foi indicada ao Prêmio Jabuti, na categoria de Humanidades, pela publicação de sua obra “O que é Lugar de fala?”, chegando a ser finalista. Já no ano seguinte, Ribeiro conquistou o Prêmio Jabuti com a obra “Pequeno Manual Antirracista”.

Também em 2019, Djamila Ribeiro recebeu o Prêmio Prince Claus na categoria Filosofia, oferecido pelo Ministério das Relações Exteriores da Holanda, que reconheceu o trabalho da brasileira. No mesmo ano, o governo da França a escolheu como “Personalidade do Amanhã”.

Dessa forma, em 2021, Djamila Ribeiro fez história mais uma vez ao se tornar a primeira brasileira a ser laureada no BET Awards, o maior prêmio da comunidade negra dos Estados Unidos, sendo consagrada na categoria Global Good.

A ONU também a nomeou como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo abaixo dos 40 anos na época. Além disso, ela é conselheira do Instituto Vladimir Herzog.

Assim, entre suas frases mais famosas, ela disse: “É impossível não ser racista tendo sido criado numa sociedade racista. É algo que está em nós e contra o que devemos lutar sempre”. Também diz que “não basta só reconhecer o privilégio, precisa ter ação antirracista de fato. Ir a manifestações é uma delas. Apoiar projetos importantes que visem à melhoria de vida das populações negras é importante, ler intelectuais negros, colocar na bibliografia”.

Fonte: G1

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