Em junho de 2005, estreou o filme “Guerra dos Mundos”. A obra ficou conhecida por ter uma história boa, mas com um final muito controverso. O longa foi uma adaptação da obra de H.G. Wells, “A Guerra dos Mundos”, que foi publicado em capítulos primeiramente em 1897, no Reino Unido, pela Pearson’s Magazine, e lançado como um romance no ano seguinte.
A sinopse apresenta que: “eles vieram do espaço. Eles vieram de Marte. Com tripés biomecânicos gigantes, querem conquistar a Terra e manter os humanos como escravos. Nenhuma tecnologia terrestre parece ser capaz de conter a expansão do terror pelo planeta. É o começo da guerra mais importante da história. Como a humanidade poderá resistir à investida de um potencial bélico tão superior?”
Diferenças entre o filme e o livro Guerra dos Mundos
Apesar de ter uma base igual para as duas obras, é possível notar grandes diferenças entre elas, e a maior é em relação à família. No livro, O Narrador (não é especificado seu nome, mas na adaptação feita aos cinemas, seu nome é Ray Ferrier) segue uma jornada solitária para encontrar a sua família. No entanto, no filme, além de Ray, a jornada conta com sua filha Rachel e seu filho Robbie em busca de sua mãe, adicionando novos personagens na história.
Apesar dessa divergência criativa, o filme se beneficia muito de sua filha pequena para criar tensão, gerando uma empatia que não existia na obra original. Contudo, o filme peca em relação a Robbie, o filho mais velho, que decide ir para os campos de batalha lutar contra os aliens.
Isso gera uma falsa sensação de tragédia, porque imagina-se que ele morreu, mas Robbie aparece vivo no fim do filme. Os fãs apontam que não desejavam a morte do personagem, mas o fato dele aparecer vivo e saudável mostra que o longa não teve coragem de matar um protagonista, forçando um final feliz, sem nenhum sentimento de perda, o que não é esperado em uma invasão alienígena.
Além disso, o livro passa a noção de que a família, com exceção do Narrador, está em um lugar seguro e que todos estão vivos, a morte não é cogitada, já que a possibilidade não foi apresentada ao leitor. Além disso, outras tragédias narradas no livro suprem a necessidade de uma narrativa com calamidades, o que torna a visão mais realista.
Isso pode ser mostrado quando considerado que quanto mais personagens são introduzidos, muitos deles acabam morrendo, assim como o fato do ponto de vista do irmão do Narrador apresentar o cenário caótico de Londres após a invasão.
O final do filme
Apesar da questão familiar poder ser considerada um problema, o real inimigo do filme foi a pressa. Nesse caso, o ditado “A pressa é inimiga da perfeição” foi confirmado.
A metade para o fim do livro constrói o que se tornaria a derrota dos invasores. Porém, na versão do cinema, toda a construção de um final digno para o filme foi apressada. Por causa disso, tudo precisou ser resolvido em questões de segundos, o que quebrou o ritmo e a história que estavam sendo apresentados.
Steven Spielberg, diretor do filme, afirma que não gosta do seu final, mas declara que fez o melhor que podia ter sido feito.
Vale destacar que os livros costumam ser mais trabalhados porque possuem mais espaço para o detalhamento, enquanto nos cinemas é necessário trabalhar qual o momento ideal para finalizar o enredo.
Apesar de criticado, o filme “Guerra dos Mundos” possui vários méritos que devem ser mencionados. Até o encaminhamento para o fim, a história mantinha um ritmo de tensão e profundidade bem trabalhados. O que se torna ruim é quando esse ritmo é quebrado, como foi quando os alienígenas morreram em menos de cinco minutos. Com isso, o que tinha um enorme potencial se torna apenas algo apressado.
Confira abaixo o trailer do filme:
Fonte: Indutalks
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