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Saiba quem é e como está o 1º bebê de proveta do Brasil

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Ter um bebê é o sonho de muitos casais que se amam e desejam constituir uma família ou para realizar o sonho de se tornar um pai ou uma mãe. Mas nem sempre é possível para algumas pessoas conseguirem ter filhos por meio de uma relação sexual comum. Felizmente, existem outros métodos. Um deles é a fertilização in vitro.

Através dela nasceu, em agosto de 1992, o primeiro bebê de proveta do Brasil. Walisson Igor Velloso Euzébio Abadia tem atualmente 29 anos, é advogado e pai de uma menina de um ano. Ele é um dos homens mais importantes para a ciência brasileira, mas disse que não sabia de toda a sua relevância.

“Eu não tinha a noção dessa importância para a ciência. Sempre procurei saber o esforço que o médico fez na época, sem tecnologia, sem tudo que tem hoje, com muita dificuldade ele criou o método. Não tinha noção e também não sabia que eu era o primeiro no Brasil em hospital público”, disse ele.

Primeiro bebê de proveta

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O tratamento bem sucedido aconteceu no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Esse ano, ele completa 30 anos e é visto como um marco para a instituição. O bebê que nasceu através desse tratamento veio ao mundo com 2,5 quilogramas e 47 centímetros no dia 26 de março de 1993.

O médico responsável pelo procedimento foi Marcos Moura. Ele afirmou que não imaginava estar diante de um marco histórico para a medicina brasileira. O médico também destacou a importância da equipe médica durante o tratamento e disse que não sabia se tudo daria certo. Até porque, aquela era a décima tentativa de inseminação artificial feita no hospital.

“Eu acho que não tinha essa noção. Esse é um trabalho de equipe. Houve toda uma equipe para montar o setor, montar o laboratório, equipe de enfermagem, embriologistas. Nós não estávamos com grande expectativa de dar certo, mas a gente sabia que era uma oportunidade para as pacientes que estavam lá. Elas precisavam fazer e não tinham recursos. A gente era uma luz no fim do túnel. A sensação quando eu vi o teste positivo, nossa, foi uma alegria geral para todos nós”, lembrou.

Reencontro

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Em agosto desse ano, o médico Marcos e Wallisson se reencontraram desde que o bebê teve alta do hospital em 1993. Nesse reencontro estava presente a família do advogado, que de acordo com ele, não segurou a emoção.

“Foi uma sensação maravilhosa de muita emoção, de tudo. Só sabia dizer que sou muito grato a ele por todos os esforços que ele fez para conseguir a inseminação na época, sem muita tecnologia e conseguir fazer. Fiquei muito feliz mesmo”, disse Wallisson.

O médico também falou sobre a emoção de encontrar o bebê tantos anos depois e lembrou dos estudos e esforços da equipe e da mãe de Walisson para que o procedimento desse certo.

“Foi emocionante, passa um filme na cabeça de tudo que aconteceu, todo o sacrifício dela. As medicações eram bem diferentes de hoje, não eram tão simples de serem usadas como as de hoje. Também todo o trabalho da equipe até chegarmos ali”, disse Marcos.

Mãe corajosa

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A mãe de Wallisson é a empresária Ilda Maisa Velloso Euzébio Abadia, atualmente com 62 anos. A mulher sofria de obstrução nas trompas e lembra que fez três tentativas de fertilização in vitro em seis anos depois de tentar ter um bebê de forma natural durante 13 anos.

O tratamento dela foi feito no Hospital Beneficência Portuguesa, em Ribeirão Preto. Quando ela estava na quarta tentativa, e prestes a desistir, ela recebeu uma carta de encaminhamento para o Hospital das Clínicas.

“Foi uma coragem para poder voltar e fazer. E quando eu fiz o procedimento, que falaram que eu estava grávida, aquilo foi uma coisa muito linda, muito bonita, eu fiquei tão feliz e estou feliz até hoje”, lembrou ela.

De acordo com Ilda, ela não teve medo nem vergonha de procurar esse tratamento e também não via o assunto como um tabu para a época. “Não, de jeito nenhum. Eu falava naturalmente, ainda feliz. Trouxe a felicidade para gente, tem mais é que falar, divulgar e amar”, afirmou.

O pai de Wallisson, o comerciante Nilton Carlos Euzébio Abadia, de 66 anos, também se emociona quando lembra da alegria que foi poder pegar o filho nos braços, mesmo que os primeiros colos do bebê ainda geravam medo.

“Ficava até bobo, bobo com a felicidade de ter um filho depois de 37 anos, 13 anos de casado e veio esse garoto maravilhoso para nós, para nós foi um sucesso, completando a felicidade do casal, formou a família. O médico trouxe a felicidade para nossa família. Quando chega uma criança, é uma maravilha”, lembrou ele.

Curiosidade das pessoas

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Walisson lembra que quando ele era criança vários vizinhos e clientes da loja da sua mãe procuravam sua família querendo vê-lo. Atualmente, ele diz que essa curiosidade das pessoas não o incomodou e ajudou seus pais a contarem a história da sua gestação.

“Minha mãe tem uma loja de biquíni e as pessoas vinham na loja e falavam: ‘Esse que é Walisson Igor, esse que foi inseminação artificial do HC?’. Aí minha mãe teve que me contar toda história da pergunta das pessoas e, para mim, eu sempre levei com maior tranquilidade, para mim é normal, como se fosse uma gestação normal”, disse ele.

O primeiro bebê de proveta do Brasil tem um irmão, o contador Weverson Hugo Velloso Euzébio Abadia, de 26 anos, que nasceu de gestação normal. O irmão de Wallisson conta que desde criança soube como o irmão tinha nascido e também sempre encarou com naturalidade.

“A gente começou a entender mais como era o procedimento e hoje acredito que para nós, para nossa família é normal, tem até a felicidade de agradecer ao médico, que estudou tanto a ciência para trazer meu irmão para gente e, na realidade, abrir as portas para eu vir em seguida também”, contou Weverson.

Fertilização in vitro

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A fertilização in vitro é um procedimento feito para que os casais que têm dificuldades em engravidar consigam fazer isso. No começo do tratamento, a mulher toma remédios para que ela produza mais óvulos do que seu habitual.

Por conta dessa produção acelerada, o folículo, que está no ovário e protege o óvulo, atinge um tamanho de 18 a 20 milímetros. Nesse momento, o médico perfura o folículo com uma agulha e aspira para tirar o óvulo.

“Só que o óvulo é microscópico. O líquido vai para o laboratório e lá ele é identificado. Você coloca o óvulo em contato com os espermatozoides para que haja a fecundação. Você vê o óvulo se dividir, que é o embrião já, e através de um cateter você transfere o embrião para dentro do útero, geralmente três, cinco dias depois. O teste de gravidez é feito duas semanas depois da transferência de embrião e a medicação que a gente utiliza para manter a gestação, principalmente progesterona, que é o hormônio fundamental para isso, a gente mantém até o terceiro mês de gravidez”, explicou Marcos.

Fonte: G1

Imagens: G1

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