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Saliva de verme pode ajudar a combater poluição por plásticos

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A cada dia que passa, nós chegamos mais perto do colapso ambiental. Um dos problemas ambientais que mais preocupam é a poluição e suas consequências. Dessas, uma forma que está mais evidente é a poluição de plástico que é descartado na natureza. O material pode demorar até mais de 600 anos para se decompor no meio ambiente.

Por isso que pesquisas para conseguir conter esse tipo de poluição são feitas constantemente, como por exemplo, essa nova pesquisa publicada na última semana na revista científica “Nature Communications”. Segundo ela, enzimas presentes na saliva do verme da cera são capazes de destruir plástico de uma maneira que possa contribuir para o controle da poluição.

De acordo com os cientistas que fizeram o estudo, essas enzimas quebram de forma rápida o polietileno, que é um dos materiais mais utilizados e também um dos que mais poluem o planeta. Essa destruição acontece em temperatura ambiente e em poucas horas.

Combate à poluição

Aventuras na história

Os cientistas começaram a estudar esses animais, que comem a cera feita pelas abelhas para construir favos de mel, em 2017. De acordo com eles, a saliva desse verme, que também é conhecido como traça-da-cera, pode ser “um depósito de enzimas degradantes que podem revolucionar a limpeza de resíduos poluentes”.

Segundo a bióloga molecular Federica Bertocchini, do Conselho Nacional de Pesquisa da Espanha (CSIC), essa descoberta está “mudando o paradigma da biodegradação do plástico”.

“Descobrimos que as enzimas oxidam o plástico, quebrando-o em pequenas moléculas. Isso sugere cenários alternativos para lidar com resíduos plásticos nos quais os plásticos podem ser degradados em condições controladas”, disse ela.

Com essa nova descoberta, os especialistas esperam que o avanço das pesquisas leve o ser humano a novas formas de lidar com a poluição de plástico. Mesmo assim, a pesquisadora pondera que o uso de vários vermes de cera também tem as suas desvantagens, como por exemplo, a geração de dióxido de carbono.

Plástico

Autossustentável

Assim como esse verme da cera, alguns micróbios do solo, que são adeptos de usinas de reciclagem, desenvolveram um gosto pelo plástico. Inesperadamente, alguns anos atrás, os cientistas estavam mexendo com um desses organismos. Logo, eles criaram, acidentalmente, uma enzima mutante que consegue devorar 20% mais plástico do que sua versão natural.

Depois de dois anos, a mesma equipe se superou. Eles combinaram uma enzima recém descoberta com a versão antiga. Com isso, eles criaram uma nova enzima super mutante que decompõe o PET com eficácia.

Então, o aumento enorme da eficiência pode representar um possível caminho para a reciclagem de plásticos no futuro. Embora, até o momento, a maneira mais eficiente de gerenciar a poluição é evitar produtos de plástico.

Atualmente, o lixo plástico invadiu o mundo todo. E o PET é o termoplástico mais comum, sendo usado em garrafas de água e roupas.

O plástico leva séculos para se decompor totalmente no mundo natural. Felizmente, alguns micróbios descobriram como mastigá-lo em poucos dias.

O primeiro organismo foi descoberto em 2016 em uma usina de reciclagem no Japão. Ele se chama Ideonella sakaiensis. No decorrer dos anos, pesquisas mostraram que ele secreta uma enzima que degrada o plástico. Ela se chama PETase e quebra garrafas PET de água.

Posteriormente, logo depois, foi descoberto um segundo que se chama MHETase. Essas duas enzimas juntas fazem uma parceria perfeita para destruir o plástico.

Decomposição

Tnh1

Enquanto a PETase decompõe a superfície dos plásticos, segundo os pesquisadores, a nova enzima retalha ainda mais as coisas. Ao fim, restam blocos de construção básicos e a promessa de reciclar o plástico por completo.

“Pareceu natural ver se poderíamos usá-los juntos, imitando o que acontece na natureza”, explicou o biólogo estrutural John McGeehan, que faz parte da pesquisa na Universidade de Portsmouth.

Então, a mistura simples do PETase com a nova enzima MHETase foi suficiente para dobrar a degradação do PET. E quando os cientistas ligaram os dois fisicamente eles funcionaram ainda melhor.

“Foi preciso muito trabalho dos dois lados do Atlântico, mas valeu a pena o esforço. Ficamos muito satisfeitos em ver que nossa nova enzima quimérica é até três vezes mais rápida do que as enzimas separadas que evoluíram naturalmente. Abrindo novos caminhos para melhorias futuras”, disse McGeeham.

De fato, não é uma coisa incomum de se ver na natureza enzimas secretadas por micróbios trabalharem lado a lado quebrando a celulose e outras estruturas celulares resistentes.

“Dado que os sistemas microbianos naturais evoluíram ao longo de milhões de anos para degradar de forma otimizada os polímeros recalcitrantes, talvez não seja surpreendente. Em retrospecto, que uma bactéria do solo como I. sakaiensis desenvolveu a capacidade de utilizar um sistema de duas enzimas”, escreveram os autores.

“No futuro, o projeto de sistemas multienzimáticos para despolimerização de resíduos de polímeros mistos é uma área promissora e frutífera para investigação contínua”, concluíram.

Fonte: Aventuras na história

Imagens: Aventuras na história, Autossustentável, Tnh1

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