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Segundo bebê de uma mãe com transplante de útero nasce na Espanha

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O momento do nascimento de um bebê é sempre muito esperado pelos futuros pais. Em alguns casos, ele é tido como um verdadeiro milagre. Um exemplo disso é esse bebê que nasceu de um útero transplantado. A mãe foi a espanhola Maira Montes, que tem uma condição genética rara chamada síndrome de Rokitansky. Ela é vista em uma em cada cinco mil mulheres e não permite a gestação porque a mulher não tem o útero.

Contudo, mesmo com essa síndrome, Maira deu à luz o seu bebê no dia dois de janeiro no Hospital Clínic, em Barcelona. O bebê se chama Manuel. Ele nasceu com 2,9 quilos e foi o segundo bebê nascido de uma mãe que teve transplante de útero. De acordo com O Globo, o útero recebido por Maira foi o da sua própria mãe.

Nascimento

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A mãe de Manuel fez o transplante de útero em abril de 2022. Depois de dois meses, ela menstruou e então o processo de fertilização começou. Em seguida veio a gestação que, de acordo com os médicos, aconteceu sem complicações. E o nascimento do bebê foi por um parto cesárea por conta do risco que o parto normal representa para quem fez o transplante de útero.

“Esta cirurgia é uma das mais complexas que existem e demonstramos não uma, mas duas vezes, que somos capazes de a fazer com bons resultados”, destacou Antonio Alcaraz, chefe do Serviço de Urologia e Transplante Renal.

O nascimento de Manuel é parte de um programa experimental no quesito transplante de útero para mulheres que sofrem com a síndrome de Rokitansky. No mundo todo já foram registrados 50 casos de nascimentos desde 2013.

Bebê

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Outro caso de nascimento por útero transplantado foi o da americana Mallory, que recebeu o órgão não sendo parte de um programa de testes científicos e deu à luz o seu bebê em maio do ano passado.

O caso de Mallory foi que ela nasceu sem o útero por conta de uma condição genética bem rara chamada síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser. Mesmo que ela tenha dado à luz esse ano, esse não é o seu primeiro filho. Ela é mãe de uma menina que nasceu via barriga de aluguel.

“Existem várias maneiras de aumentar sua família se você tiver infertilidade, mas o transplante de útero me permitiu realizar um sonho. Foi lindo ter a oportunidade de engravidar”, disse Mallory.

As pessoas que quiserem receber o transplante de útero têm que passar por um processo que dura entre dois e cinco anos e é dividido em cinco etapas. Na primeira, faz-se a geração de embriões parecidos com a fertilização in vitro para que a fertilidade seja garantida mesmo se acontecerem complicações.

Depois disso, um transplante em que o útero é retirado do doador compatível e implantado na pessoa é feito. Então, seis meses, no mínimo, após a cirurgia, os embriões que foram preparados são colocados no útero para avaliar se o órgão consegue gerar um bebê.

O nascimento do bebê é através de uma cesariana planejada. Até porque, o órgão transplantado não tem as mesmas ligações neurais com a vagina. E se a fertilização não funcionar, a pessoa tem que esperar seis meses antes de tentar novamente.

Com o bebê nascido, o útero é removido. Isso acontece porque durante todo o tempo que a pessoa tiver o órgão dentro de si, ela tem que tomar remédios imunosupressores que acabam diminuindo a saúde do corpo.

“O transplante de útero é o único tratamento médico eficiente para a infertilidade do fator uterino e, apesar da segurança e eficácia, ele atualmente é inacessível a pacientes que não estejam participando de estudos”, disse Paige Porrett, diretora do programa de cirurgias da UAB.

Desde que essa técnica começou a ser usada, em 2014, foram feitas aproximadamente 100 cirurgias de transplante no mundo. Contudo, pouco mais da metade dos casos tiveram uma gestação saudável.

“Nosso objetivo é tornar este procedimento uma possibilidade acessível para todas as mulheres que querem vivenciar a gravidez e o parto, mas não podem por diversos motivos”, disse Anupam Agarwal, diretor da faculdade de medicina da universidade.

Fonte: Aventuras na história, Metrópoles

Imagens: Metrópoles

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