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Sonho de ser pai faz homens solteiros buscarem barriga de aluguel no exterior

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Começar uma família e ter vontade de ter filhos é o sonho de vários homens. Alguns podem não conseguir a tão sonhada família pelos meios tradicionais, mas isso não impede que eles consigam realizar o sonho de ser pai. E cada vez mais homens solteiros com essa vontade têm recorrido à barriga de aluguel como uma solução.

A técnica de surrogacy, termo em inglês referente à barriga de aluguel, é formar os embriões a partir dos espermatozoides do pai (ou pais) e os óvulos de doadoras anônimas fornecidos pela clínica.

Então, a fecundação é feita em laboratório e depois os embriões são transferidos para o útero de uma mulher que esteja cadastrada como barriga de aluguel. Claro que são feitas várias avaliações psicológicas para que a doadora do útero esteja preparada, além de exames comprovando o bom estado de saúde para gerar uma criança.

Durante todo o pré-natal, a mulher recebe um acompanhamento médico e também do pai da criança. Depois que o bebê nasce, ele é entregue ao pai e sua certidão de nascimento é registrada com o nome do pai.

Sonho de ser pai

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Exemplo disso é o pediatra Leonardo Vieira, que é apaixonado por crianças e sempre sonhou em ser pai. Com 42 anos e sem ter um companheiro, ele recorreu ao processo de surrogacy para se tornar um pai solo.

O médico de Belo Horizonte conheceu esse método por uma reportagem que viu na televisão oito anos atrás. Desde então, ele começou a pesquisar a respeito do assunto e foi amadurecendo a ideia de realizar o seu sonho da paternidade.

Foi então que em 2021, no meio da pandemia, que Leonardo decidiu que o momento de ele ser pai tinha chegado. Com isso em mente, ele entrou em contato com uma empresa que oferece esse serviço para brasileiros que querem ter seus filhos através da barriga de aluguel no exterior. Isso porque lá essa prática é permitida.

O processo todo, entre a entrada na documentação e a gestação, durou pouco mais de um ano. Em julho, Leandro viajou para Bogotá, na Colômbia, para buscar o seu filho, Joaquim, que atualmente está com dois meses.

“Escolhi a Colômbia, por ser um país próximo, que eu chegaria em poucas horas de voo e pela questão do idioma ser mais fácil. A gestação do Joaquim foi muito abençoada, sem nenhuma complicação e hoje ele está em meus braços”, disse o médico.

Preconceito

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Por mais que a prática de barriga de aluguel seja legalizada em vários países, o preconceito contra pais solteiros ou gays existe. Tanto que ele faz parte da rotina do médico Wagner Alexandre Scudeler, de 44 anos, pai solo de Arthur. O homem foi demitido de dois hospitais onde trabalhava depois de ter entrado com o pedido de licença paternidade.

“Em um dos hospitais eu tinha oito anos de empresa e me demitiram logo após eu comunicar que estava fazendo o procedimento de barriga de aluguel e que meu bebê estava prestes a nascer. Para mim não há outra explicação, ficou nítido que foi por preconceito”, conta.

Felizmente, Wagner deve um apoio muito grande da família e dos amigos. De acordo com ele, Arthur foi o primeiro neto dos seus pais. E o bebê veio depois de suas duas irmãs terem sofrido abortos espontâneos.

“No começo fica aquela desconfiança de como o procedimento é feito, se a mulher que faz a gestação realmente vai entregar o bebê, essas dúvidas comuns. Mas quando o Arthur chegou à nossa família, ficamos todos muito felizes e ele é muito amado”, lembrou.

O sonho de ser pai de Wagner ainda não acabou. Ele disse que ainda tem embriões congelados e armazenados em uma clínica e que quer fazer um novo processo no ano que vem para ter mais um filho, dessa vez uma menina.

Pai de dois

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O empresário Rodrigo Bayer Marders, de 45 anos, também realizou seu sonho de ser pai através do processo de surrogacy. Ele é pai de duas crianças, Eduardo, de quatro anos, e Helena, de 10 meses. Os dois foram gerados pela mesma barriga de aluguel nos Estados Unidos.

“É uma decisão que exige muita coragem, porque ainda há muitas dúvidas e julgamentos. Eu só contei que seria pai quando todo o processo já havia dado certo e a gestação estava no segundo mês”, lembrou o empresário.

Para ajudar no cuidado dos filhos, Rodrigo tem a ajuda de uma rede de apoio. “Filhos dão trabalho, mas é maravilhoso tê-los, sou muito apaixonado por eles. Nunca sofri preconceito ou alguma situação constrangedora por ser pai solo. A escola do Eduardo foi bastante acolhedora, assim como os pais dos outros alunos”, disse ele.

Procedimento no exterior

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Por mais que o procedimento de barriga de aluguel seja legal em vários países do mundo, não são todos que o fazem para pais solos ou casais homossexuais. Nessas condições, o processo é feito somente na Colômbia, no México e nos Estados Unidos. E quem tiver interesse em fazê-lo terá que desembolsar entre 50 e 130 mil dólares, sendo o valor mais alto cobrado nos EUA.

No Brasil, a gestação de substituição ou barriga solidária é o método autorizado para que homens solteiros ou casais gays masculinos que sonham em ser pais possam ter filhos.

Nesse caso, ele é feito com a ajuda de uma mulher que aceita ceder o útero para gerar o bebê. O processo é feito com a transferência de embriões para a doadora temporária da barriga, que não tem participação genética na gravidez.

Fonte: BBC

Imagens: BBC

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