Câncer é um dos diagnósticos que as pessoas mais temem receber. Ele é o termo usado para um conjunto de centenas de mutações patológicas que têm um crescimento de células fora do normal e do controle. Quando o câncer não é tratado, esse crescimento exagerado celular pode levar à morte.
Infelizmente, não são todos os casos que podem ser curados com os tratamentos existentes. Por isso que pesquisadores do mundo todo tentam encontrar formas de tratar e até prevenir os mais variados tipos de câncer. Nessa busca, um tratamento inovador foi desenvolvido por um médico brasileiro e, através dele, um paciente que tinha um câncer de próstata terminal conseguiu ter uma remissão completa da doença.
O paciente é Scott Miller que, em julho de 2021, aos 66 anos, foi diagnosticado com câncer de próstata metastático, em estágio IV. O tumor dele tinha quase 12 centímetros de diâmetro e já tinha se espalhado para o reto, vesícula, bexiga, ossos e outros órgãos.
Tratamento inovador
Durante seis meses, Miller recebeu o tratamento com a tecnologia BTT. Nela, proteínas de choque térmico são induzidas através do aumento da temperatura, de forma controlada pelo cérebro. Essas proteínas são encontradas em quase todos os seres vivos e têm as mais complexas e variadas funções.
O chamado túnel térmico cerebral (BTT) é esse tratamento inovador que foi desenvolvido pelo pesquisador brasileiro Marc Abreu, especialista em termodinâmica cerebral e frequências termorregulatórias formado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Ele o desenvolveu na Universidade de Yale, nos EUA.
“A redução de expressão da proteína de choque térmico está associada com câncer, doenças neurológicas e o envelhecimento. Para o tratamento de câncer, além da mudança da carga termodinâmica, utilizamos frequências diferentes durante a indução com o objetivo de atuar em áreas distintas. A modalidade é a mesma que usamos no tratamento de doenças neurológicas, mas a receita é diferente”, explicou Abreu.
No tratamento de Miller foi preciso cinco induções durante seis meses. Conforme o relato clínico, o paciente não teve nenhum efeito colateral e não fez nenhum tratamento adicional, ou seja, Miller não fez nem quimio nem radioterapia enquanto estava sendo tratado pelo BTT.
“Na primeira indução, já senti algo diferente. Com isso, me mudei temporariamente de Los Angeles para Miami, onde fica o Instituto Médico BTT, para dar continuidade ao tratamento. Depois do tratamento, meu radiologista ao rever os meus exames me informou que inacreditavelmente é como se eu nunca tivesse câncer”, disse Miller.
Agora, o homem terá um acompanhamento a cada seis meses no instituto e durante três anos fará uma bateria de exames.
“Um ponto muito importante é que, com esse tratamento, não só eliminamos o câncer, mas também a fonte do câncer. Temos a erradicação das células-tronco cancerígenas e a neutralização das moléculas sinalizadoras, que são as moléculas que levam ao desenvolvimento e depois a recorrência do câncer”, disse Marc Abreu, especialista em termodinâmica cerebral e frequências termorregulatórias.
Esse mesmo tratamento também foi usado em pacientes que tinham doenças neurológicas. “Acreditamos que a nossa tecnologia, baseada na termodinâmica do cérebro, tem um potencial único de prevenir e tratar inúmeras doenças a nível molecular”, concluiu Abreu.
Câncer de próstata
O tipo de câncer de Miller, o de próstata, é considerado silencioso porque normalmente não dá sinais ou apresenta sintomas nas suas fases iniciais. Mas as pessoas que têm alguns sintomas podem ter dificuldade em urinar, diminuição do jato de urina, mais vontade de ir ao banheiro e sangue na urina.
Uma das maneiras de a doença ser detectada precocemente é pelo exame do toque. Ele dá ao médico a possibilidade de verificar a estrutura da próstata e analisar se existem sinais de aumento ou alguma alteração.
Por isso que a recomendação da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) é que homens a partir dos 50 anos façam esse exame, mesmo que não tenham sintomas, para que, se for o caso, o câncer possa ser diagnosticado precocemente.
Fonte: CNN
Imagens: El economista, Medicar