Curiosidades

O motivo do câncer de intestino estar crescendo entre os mais jovens

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O câncer talvez seja uma das doenças mais temidas pelo mundo inteiro. Ele é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado, maligno, de células. Dentre todos os tipos, o câncer de intestino começa no intestino grosso e se desenvolve a partir de formações pré-tumorais, chamadas pólipos. Entretanto, não são todos os pólipos que se tornam cancerosos quando são detectados. Geralmente, os médicos tendem a tirá-los para prevenir o aparecimento da doença.

Esse tipo de câncer também é chamado de colorretal ou do cólon e reto, e conforme esses nomes indicam, os tumores começam na parte do intestino grosso, reto e no ânus.

E se anteriormente esse câncer era visto, em sua maioria, em pessoas com mais de 50 anos, isso já não é mais a realidade hoje em dia. Segundo um estudo da American Cancer Society (ACS), a incidência da doença entre os jovens está aumentando. Para se ter uma ideia, o diagnóstico desse tipo de câncer em pessoas entre 20 e 39 anos está crescendo entre 1 e 2,4% todo ano desde a década de 1980.

Câncer de intestino

SBCO

Essa realidade também é vista aqui no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), nesse ano são esperados 45.630 novos casos da doença no país. Desses, 23.660 em mulheres e 21.970 em homens e 70% dos casos serão concentrados nas regiões sul e sudeste.

Os casos desse tipo de câncer estão aumentando entre os mais jovens, principalmente nos sedentários e obesos. A segunda maior incidência é vista nas mulheres, perdendo somente para o número de casos de câncer de mama. E com relação aos homens, o câncer de intestino está subindo do terceiro para o segundo lugar, deixando o de próstata para trás.

Segundo o Atlas da Mortalidade por Câncer, do Inca, em 2020, foram registradas 20.245 mortes por conta dessa doença no Brasil. Dessas, 9.889 foram de homens e 10.356 de mulheres.

O interesse e a preocupação com essa doença aumentaram por conta de casos de celebridades que a tiveram, como por exemplo, Preta Gil, Simony e Pelé.

Para quem não sabe, os sintomas mais comuns da doença são: sangue nas fezes, cólica abdominal e dor frequentes e que duram mais de 30 dias, ritmo intestinal alterado com diarreia ou constipação, rápido emagrecimento, anemia, fraqueza e cansaço.

Alimentação

Metrópoles

Essa doença tem uma relação muito forte com a alimentação. Até porque, se uma pessoa tiver uma dieta pobre em fibras e excesso de alimentos ultraprocessados isso pode ajudar no surgimento desse câncer.

De acordo com o Inca, os maiores fatores de risco para desenvolver a doença são: ter 50 anos ou mais, excesso de peso e não ter uma alimentação saudável. O que quer dizer que consumir poucos alimentos in natura, como furtas, legumes e verduras, muitos ultraprocessados e carne vermelha em excesso pode aumentar o risco de se ter a doença.

“O principal vilão é o grupo dos alimentos ultraprocessados. Esses alimentos predispõem o sobrepeso e a obesidade, estando diretamente associados a um aumento do risco de câncer colorretal”, explicou a médica endoscopista Crislei Casamali.

Além disso, conforme pontua o cirurgião oncológico Rubens Kesley, coordenador do Grupo de Câncer Colorretal do Inca, conforme os países vão se desenvolvendo cresce a tendência de que as pessoas comam mais alimentos industrializados.

Segundo ele, cinco anos atrás, nosso país tinha 25 mil novos casos de câncer colorretal por ano, mas que o estimado para o próximo quinquênio é passar dos 80 mil casos novos anualmente.

“De uma maneira mais simples: hoje, são 44 mil e aumentando. E vai subir bastante a incidência. A fibra é como se fosse um varredor. Imagina uma ‘vassourinha’ que limpa o cólon, o intestino grosso. Quando você deixa de usar a vassourinha, o lixo vai se acumulando. Então, a falta de alimentos ricos em fibras faz com que aumente muito a incidência”, disse ele.

Além da alimentação, tabagismo, sedentarismo e etilismo também são fatores que favorecem esse tipo do doença. De todos eles, os principais fatores de acordo com o oncologista são a obesidade, falta de atividade física e alimentos pobres em fibras e industrializados.

Diagnóstico e tratamento

Gastro centro

No caso do câncer de intestino, da mesma forma que o do colo do útero, ele tem a possibilidade de ser prevenido e pode ser detectado logo nos seus estágios iniciais. Esse diagnóstico pode ser feito através de exames clínicos, laboratoriais, endoscópicos ou radiológicos. Dentre eles, existem dois principais: procurar sangue oculto nas fezes e pela endoscopia.

Além disso, conforme pontuou Marcelo Bumlai, médico oncologista e professor do curso de Medicina da Unic, é possível também evitar a doença. Ele ressalta que as pessoas devem ficar atentas aos sinais do seu corpo para que possam fazer investigações certeiras.

Ele também pontua que, mesmo não tendo nenhum problema com relação ao aparelho digestivo, a partir dos 45 anos  pessoa deve fazer uma colonoscopia preventiva. “Esse exame possibilita a identificação de pólipos que geram a maior parte dos casos de câncer colorretal; que devem ser retiradas para evitar o desenvolvimento de um câncer no futuro”, disse.

O tratamento inicial para esse tipo de câncer é a cirurgia para tirar a parte afetada do intestino e os gânglios linfáticos. O tratamento também tem radioterapia, junto ou não com a quimioterapia. Ele irá depender do tamanho, local e da extensão do tumor.

Fonte: CNN

Imagens: SBCO, Metrópoles, Gastro centro

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