Curiosidades

Tubarões-brancos estão na zona do crepúsculo e cientistas não sabem por quê

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Tubarão ou cação é o nome dado vulgarmente aos peixes de esqueleto cartilaginoso e um corpo hidrodinâmico, pertencentes à superordem Selachimorpha. Sabe-se que os tubarões estão vivos no planeta Terra há muitos anos, mais ou menos há 400 milhões de anos. Mesmo que esses animais não sejam os mais queridos das pessoas, eles despertam uma curiosidade nos pesquisadores.

Por exemplo, ainda é um mistério o motivo de os tubarões mergulharem nas partes mais profundas e escuras do oceano. No entanto, agora, um novo estudo foi feito por cientistas da Woods Hole Oceanographic Institution (WHOI) para responder esse mistério.

O estudo mostrou que os tubarões vão explorar frequentemente essas regiões, em especial a zona mesopelágica que fica entre 200 e 1.000 metros abaixo da superfície. Curiosamente, esse habitat tem sido ignorado como um santuário para espécies de grandes predadores.

No estudo, os pesquisadores pegaram vários dados de muitos parceiros científicos para entender melhor qual era a importância desse mergulho profundo para os tubarões. Eles fizeram a análise de  informações de etiquetas eletrônicas, sonar de bordo, satélites de observação da Terra e modelos oceânicos.

“Não importa qual predador de topo você olhe, ou onde você olhe para eles no oceano global, todos eles passam tempo no oceano profundo”, disse Camrin Braun, cientista assistente da WHOI e autor do estudo.

A descoberta é mais um ponto a ser adicionado no entendimento dos predadores marinhos, porque parece que o oceano profundo tem um papel muito importante nas vidas deles, bem maior do que era imaginado anteriormente.

Mergulho às profundezas

Freepik

Conforme mostrou um estudo recente, peixes grandes predadores, como os tubarões, peixes de bico e atuns, vão com frequência até as profundezas do oceano, principalmente à zona crepuscular.

Anteriormente, essa zona foi subestimada como sendo um habitat essencial para essas espécies de predadores. No entanto, esse estudo pegou os dados de 344 etiquetas eletrônicas que estavam monitorando por 46.659 dias 12 espécies diferentes, como tubarões-brancos, tubarões-tigre e peixes-espada.

Depois disso, os pesquisadores analisaram os padrões de mergulho dos peixes junto com os dados de sonar que mostravam os movimentos diários da camada de dispersão profunda (DSL). Ela é um local densamente povoado por peixes pequenos e uma vida marinha, que chega a ser tão densa que já foi confundida com o fundo do oceano.

Fazendo a avaliação dos dados de mergulho, os pesquisadores descobriram desvios interessantes com relação ao que era esperado. Como por exemplo, algumas espécies de peixe-espada faziam somente a migração vertical Diel, que é quando o sol nasce eles vão para a zona mais profunda do crepúsculo. Enquanto que outras espécies tinham um comportamento inesperado indo ainda mais fundo do que se imaginava.

Os motivos desses mergulhos já foram levantados em estudos anteriores que sugeriram que eles aconteciam por conta da prevenção de predadores ou a navegação.

Como aponta Simon Thorrold, ecologista de peixes da WHOI, tanto os tubarões como os atuns, mesmo estando evolutivamente distantes e tendo sistemas sensoriais diferentes, veem valor nesse comportamento.

Tubarões

Os tubarões-baleia são os maiores tubarões e peixes do mundo, mesmo que o Mola ainda os supere na questão de peso. Justamente por causa do seu tamanho, eles não têm muitos predadores naturais. Contudo, ao que parece, isso não é uma garantia quando esses animais se deparam com as orcas.

Em um registro feito é possível ver orcas atacando, com precisão e de forma letal, um tubarão-baleia. No vídeo, o animal tem seu fígado sugado pelas orcas.
Quem fez o vídeo foi James Moskito, CEO da Ocean Safaris. No registro é nítido que as orcas desenvolveram uma habilidade bem peculiar. No caso, remover de forma meticulosa os órgãos da sua presa. E os corpos dessas presas têm sido encontrados com uma certa frequência nas praias.

A técnica que essas criaturas marinhas usam é fazer com que os tubarões-baleia fiquem em um estado de imobilidade tônica. Para isso, as orcas os golpeiam com precisão, fazendo com que eles fiquem desorientados e entrem em um estado de catatonia momentânea.

Depois disso, as orcas posicionam os tubarões de cabeça para baixo com suas mandíbulas e os mantêm dessa forma até os animais estarem no estado catatônico que elas querem. Apenas quando isso acontece é que elas vão fazer a retirada dos órgãos, como o fígado, que é bastante cobiçado.

Esse vídeo feito por Moskito pode ser o primeiro registro que se conhece de uma interação tão impressionante entre predador e presa, onde as orcas e os tubarões-baleia se encontram em um cenário mortal.

Como se uma presa morta não fosse o suficiente, as orcas continuaram com sua matança com o ataque a um segundo animal depois de pouco tempo que o primeiro tinha sido abatido.

O motivo pelas orcas gostarem tanto do fígado de suas presas pode ser que a compreensão do valor nutricional do órgão pode ter se propagado entre os animais via transmissão cultural entre esses mamíferos marinhos.

Então, ter como foco os fígados faz sentido se pensarmos que as orcas querem atender suas demandas energéticas acumuladas. Até porque, esse órgão é rico em óleos, o que lhe dá um valor nutricional alto.

Fonte: Socientifica

Imagens: Freepik, YouTube

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