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Uber concede aos motoristas do Reino Unido salário e outros benefícios

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De acordo com uma recente reportagem publicada pela CBS News, os motoristas de Uber do Reino Unido irão receber salário mínimo, férias e outros benefícios. A novidade veio por conta de uma decisão judicial, a qual classifica os motoristas como trabalhadores formais.

A decisão, que tem implicações mais amplas para a economia de gig do país, partiu da Suprema Corte do Reino Unido. Em comunicado, o Uber disse que irá liberar imediatamente os benefícios previstos na nova lei para mais de 70.000 motoristas.

Segundo o aplicativo, os motoristas receberão ao menos 8,72 libras (US$ 12,12) por cada corrida, bem como porcentagens referentes aos outros benefícios. O valor referente às férias será pago a cada duas semanas – 12% referente ao ganho dentro do mesmo período.

“Este é um dia importante para os motoristas no Reino Unido”, disse Jamie Heywood, gerente geral do Uber que atende a Europa do Norte e do Leste, em um arquivamento para a Comissão de Valores Mobiliários. De acordo com Heywood, os motoristas seguem trabalhando de forma flexível.

“O Uber é apenas uma parte de uma grande indústria de locação privada, então esperamos que todas as outras operadoras se juntem a nós e, com isso, passem a investir em melhorias que visem a qualidade do trabalho destas pessoas que são essenciais em nossas vidas”.

O Reino Unido é um dos cinco maiores mercados do Uber, representando cerca de 5% das encomendas em todo o mundo. A mudança pode ter um efeito cascata em outros países europeus, segundo analistas da Wedbush. “Provavelmente haverá mais batalhas legais pela frente em outros países ou jurisdições que examinarão a decisão”.

“Um dia de atraso e um dólar a menos”

Os motoristas que entraram com a ação judicial impondo os novos benefícios receberam bem a notícia. Em contrapartida, o Uber “liberou os benefícios com um dia de atraso e um dólar a menos”, revelou James Farrar e Yaseen Aslam, do App Drivers and Couriers Union, em um comunicado.

Mesmo dizendo em comunicado que iria liberar os benefícios imediatamente, o aplicativo, por conta do atraso, informou que as mudanças ficaram aquém da decisão da Suprema Corte, que determinou que o pagamento deve ser calculado a partir do momento em que os motoristas acessam o aplicativo até o logoff. O Uber informou também que a empresa não pode decidir sozinha a base de despesas para o cálculo do salário mínimo, que deveria ser baseada em acordo coletivo.

Farrar e Aslam levaram o caso novamente à Corte, que, em nova instância, concluiu que os motoristas não são contratantes independentes, mas devem ser trabalhadores designados, o que, segundo a lei britânica, significa que seus termos de trabalho são mais casuais do que os empregados, o que, ainda assim, os dá direito a certos benefícios. O Uber, portanto, ainda deve atender a decisão.

Obviamente, oferecer mais benefícios para seus motoristas provavelmente aumentará os custos do Uber – cuja sede fica em San Francisco. De acordo com a CBS News, a demora em liberar os novos benefícios envolve o fato do Uber estar ajustando a previsão de lucros para o ano. Segundo os analistas da Wedbush, os benefícios adicionais custarão ao Uber cerca de 3% do valor que a empresa paga hoje aos motoristas. Para atender a demanda, os analistas acreditam que o Uber deve reduzir suas operações no Reino Unido no próximo ano.

A vitória da judicial que estava há anos em trâmite no Reino Unido contrasta com o resultado de uma proposta eleitoral movida nos Estados Unidos, a qual determina que os trabalhadores que atuam em serviços de transporte e entrega de alimentos baseados em aplicativos assumam a condição de contratantes independentes.

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