Curiosidades

Um vírus misterioso chamado Alaskapox está surgindo e é isso que se sabe até agora

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Quando se fala de vírus, ainda mais nos últimos tempos, eles já vêm com sua má fama. Até porque, um deles é o responsável pela pandemia de COVID-19 e outros são responsáveis por uma lista longa de doenças que fizeram parte da história da humanidade.

Infelizmente, a infinidade de vírus parece não ter acabado. Um exemplo disso é o vírus raro conhecido como Alaskapox, que cientistas e profissionais de saúde estão monitorando depois de um caso fatal ter acontecido.

Essa varíola do Alasca foi identificada pela primeira vez em 2015, e desde então os casos diagnosticados foram poucos. Além disso, os que foram, tiveram sintomas leves, como dores articulares e musculares, gânglios linfáticos inchados e um ou mais inchaços ou pústulas na pele.

Normalmente, esse vírus desaparece depois de algumas semana, mas ele pode ser mais perigoso para as pessoas que já têm o sistema imunológico enfraquecido.

A primeira pessoa conhecida que morreu pelo Alaskapox foi um idoso na Península de Kenai. Ele é o sétimo caso desde que o vírus foi notificado pela primeira vez, mas num local a mais de 500 quilómetros, em Fairbanks, no Alasca.

O que se sabe

Science alert

No caso desse paciente fatal, ele relatou uma ferida vermelha embaixo da axila direita com sensação de dor, queimação e sensação de fadiga. É acreditado que por conta do idoso estar fazendo tratamento contra o câncer, isso pode ter ajudado na vulnerabilidade do corpo e risco maior de complicações pelo vírus.

O idoso foi hospitalizado em novembro e faleceu no fim de janeiro. O que as autoridades de saúde concluíram foi que a varíola do Alasca está mais disseminada geograficamente do que era pensado anteriormente. Por conta disso é preciso uma sensibilização maior dos riscos, especialmente para os imunocomprometidos.

De acordo com as evidências até o momento, essa varíola se espalha através de pequenos mamíferos, particularmente ratazanas e musaranhos de dorso vermelho. E mesmo que os humanos possam pegar esse vírus dos animais, não existem sinais de transmissão entre humanos.

O vírus é parte do grupo da ortopox, grupo esse que tem a varíola como seu representante mais conhecido. Eles se caracterizam pelo formato das lesões na pele.

Depois do caso, o Departamento de Saúde do Alasca colocou novas recomendações, dentre elas, familiarizar os médicos com as características do vírus e testá-los de forma regular. Além de aconselhar quem suspeita que possa estar com a varíola a deixar as lesões secas, cobertas e evitar tocá-las.

“É provável que o vírus esteja presente de forma mais ampla nos pequenos mamíferos do Alasca e que tenham ocorrido mais infecções em humanos, mas não foram identificadas. Mais testes em animais estão sendo realizados para compreender melhor a distribuição do vírus nas populações animais em todo o Alasca”, explicou um FAQ escrito pela Divisão de Saúde Pública do Alasca.

Vírus

Biologia net

Será que existe algum lado positivo deles? Vários biólogos acreditam que existe, pelo menos um tipo específico de vírus, que se deve ser gratos. São os bacteriófagos, ou vírus que infectam bactérias. Quando o DNA desse vírus é capturado por uma célula, ele pode conter instruções que dão à célula a possibilidade de fazer novos truques.

Esses bacteriófagos, ou fagos, têm as populações de bactérias sob controle, tanto na terra quanto no mar. Eles matam até 40% das bactérias dos oceanos diariamente. Com isso, eles ajudam a controlar a proliferação de bactérias e a redistribuição de matéria orgânica.

A capacidade desse vírus de matar bactérias de forma seletiva dá muito entusiasmo para os médicos. Até porque, os fagos naturais e modificados têm sido usados de forma bem sucedida no tratamento de infecções bacterianas que não respondem aos antibióticos. Esse processo se chama terapia fágica. Ele pode ajudar a combater a resistência aos antibióticos.

Além disso, pesquisas mais recentes mostram outra função importante dos fagos. Eles podem ser os últimos consertadores genéticos da natureza criando novos genes que as células podem reorganizar para ganhar novas funções.

Eles vêm em dois grupos principais: temperado e virulento. Os fagos virulentos, assim como vários outros vírus, funcionam em um programa de invasão-replicação-morte. Eles entram em uma célula, sequestram seus componentes, fazem cópias de si mesmo e explodem.

Já os fagos temperados fazem um trabalho mais longo. Eles fundem o seu DNA com o da célula e podem ficar adormecidos durante anos, até que alguma coisa desencadeie a ativação deles. Quando isso acontece, eles voltam para o seu comportamento virulento, se replicam e explodem.

Os fagos podem até parecer um vírus bom, mas aqueles que causam infecções certamente não são. Contudo, existem evidências crescentes de que os vírus que infectam plantas e animais são importantes fontes de inovação genética nesses organismos.

Um exemplo disso foram os genes virais domesticados. Eles tiveram um papel fundamental na evolução das placentas de mamíferos e na manutenção da umidade da pele humana. Além disso, evidências recentes sugerem que mesmo o núcleo de uma célula, que abriga o DNA, também pode ter sido  uma invenção viral.

Outra especulação feita pelos pesquisadores foi a de que os ancestrais dos vírus de hoje em dia podem ter sido os pioneiros no uso do DNA como molécula primária para a vida.

Então, mesmo que se esteja acostumado a pensar que os vírus são grandes vilões, eles são indiscutivelmente a força motriz da natureza para a inovação genética. E é bem provável que nós estejamos aqui por conta deles.

Fonte: Science Alert

Imagens: Science Alert, Biologia net

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