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Uma dieta vegana pode fazer mal à saúde?

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Nos dias atuais, a busca por um estilo de vida mais saudável e hábitos alimentares positivos é o que a maioria das pessoas está querendo. Aumentar a expectativa de vida e se preocupar com o ‘como’ viverá os anos seguintes é quase regra atualmente. Por isso, muitas pessoas têm adotado uma dieta vegana.

Para quem ainda confunde vegetarianismo com veganismo, a diferença é que enquanto o vegetarianismo se abstém apenas de consumir carne, peixe e aves, o veganismo é mais abrangente e exclui o consumo de qualquer produto de origem animal. Ou seja, pessoas veganas não consomem nada que tenha qualquer vestígio animal, seja na alimentação ou em outros produtos, tais como artigos para higiene, limpeza, vestuário, remédios etc.

Por conta disso, quem tem uma dieta baseada em vegetais pode ficar com o débito de várias substâncias essenciais, ou então tê-las ausentes ou pouco absorvidas. Dentre elas estão as proteínas animais com seus nutrientes específicos, o ômega-3 e os ácidos graxos, ferro, zinco, cálcio e vitaminas D e B12.

Dieta vegana

Tudo gostoso

As pessoas veganas precisam de acompanhamento nutricional e reposição de alguns componentes por meio de vitaminas sintéticas. A B12, por exemplo, está relacionada com a formação dos neurônios e tem importante atuação no sangue e no metabolismo, mas ela só chega por meio das carnes, peixes, manteiga, alimentos que veganos não aceitam”, explicou o cardiologista Everton Gomes, pesquisador do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP.

Mesmo com esses déficits, uma dieta vegana pode trazer benefícios para a saúde, como por exemplo, a prevenção de doenças cardiovasculares e até mesmo alguns tipos de câncer. Contudo, para quem quiser começar esse tipo de alimentação é preciso transformar pratos que a pessoa já conhece e gosta.

As possibilidades são muitas para adaptar aquilo que já comemos. Tente navegar por mercados mais naturais e orgânicos, priorizando escolhas saudáveis e fortalecendo os pequenos comércios da sua região”, afirmou a nutricionista Paula Hertel.

Além disso, a nutricionista recomenda que as pessoas que queiram começar uma dieta vegana comprem um livro de receitas grande e completo. Um que englobe mais do que seus pratos favoritos pessoais. Busque algo que possua uma variedade de receitas simples, para serem usadas no cotidiano”, disse ela.

Problemas

Conquiste sua vida

Mesmo que a dieta vegana seja promovida como sendo boa para a saúde do coração, segundo uma revisão abrangente publicada na revista médica “Progress in Cardiovascular Diseases” a realidade não é bem essa.

Os pesquisadores observaram a ausência de dados de ensaios controlados randomizados que mostrem segurança ou eficácia a longo prazo de seus padrões alimentares restritivos. Por conta disso, eles fizeram uma revisão científica da literatura publicada sobre a dieta vegana, e também sobre a história evolutiva da dieta humana.

“Por mais fundamental que a dieta seja para a saúde, você precisa ter em mente a dieta para a qual fomos adaptados geneticamente. Os alimentos à base de animais têm sido uma parte importante da dieta humana há pelo menos três milhões de anos. Eliminar todos os alimentos de origem animal seria como decidir que você vai alimentar um tigre com tofu e esperar que ele seja saudável. Se você quer que um organismo prospere, você deve alimentá-lo com a dieta para a qual ele foi geneticamente adaptado através da evolução ao longo dos tempos”, disse James O’Keefe, MD , principal autor do estudo e diretor de cardiologia preventiva do Saint Luke’s Mid America Heart.

No estudo, os pesquisadores viram que evitar todos os alimentos de origem animal pode levar a deficiências nutricionais em vitamina B12, ômega-3, cálcio, zinco, ferro, magnésio e proteínas de alta qualidade.

Tudo isso pode estar relacionado com o aumento do risco de certos tipos de câncer, acidente vascular cerebral, fraturas ósseas, parto prematuro, déficit de crescimento, além de taxas maiores de depressão e ansiedade. Isso sem contar outros problemas como perda de cabelo, ossos fracos, perda de massa muscular, erupções cutâneas, hipotireoidismo e anemia, que também ocorre nos adeptos desse tipo de dieta.

Em conclusão, os pesquisadores viram que ao invés de eliminar todos os alimentos de origem animal, uma dieta onívora e de alimentos integrais pode ser uma abordagem mais eficaz para melhorar a expectativa de vida das pessoas.

Fonte: Saint Luke’s, Laboratório Oswaldo Cruz

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