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Uso de IA para falar com os mortos divide opiniões nos EUA

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A velocidade de avanço e crescimento da tecnologia está muito rápida. A inteligência artificial (IA) é uma tecnologia que possibilita que máquinas adquiram conhecimentos por meio de experiências, adaptem-se às condições e consigam desempenhar tarefas como os seres humanos. Parece uma ideia promissora. Mas assim como os robôs, ainda existe uma certa preocupação sobre o quanto esse tipo de tecnologia pode evoluir.

A comunicação, entre robôs e seres humanos, tanto no ambiente real, quanto na internet, já tem acontecido através de recursos de IA. No entanto, esse nível de conversa pode ter evoluído um pouco mais e com isso está causando uma certa divisão de opiniões.

Por exemplo, será que todas as pessoas iriam querer conversar com o avatar de um ente querido ou de um familiar depois de ele ter morrido? Todo mundo gostaria de ficar horas conversando com alguém que já não está mais no mesmo plano? Ou será que muitas pessoas achariam isso extremamente mórbido?

Essas perguntas estão sendo levantadas nos Estados Unidos por conta do aumento de chatbots que têm justamente essa finalidade. Com esse assunto em mente, o The New York Times ouviu pessoas que usaram essas IAs. Deles, várias pessoas gostaram, enquanto outras se sentiram enjoadas, como se aquilo fosse um desrespeito a quem morreu.

IA e pessoas mortas

Olhar digital

Esse tipo de serviço é oferecido desde 2017, ano de lançamento do aplicativo StoryFile. E em 2019, o HereAfter AI foi lançado com o mesmo propósito. Embora esse tipo de serviço exista relativamente por muito tempo, foi recentemente que os apps começaram a ter mais acessos por conta da exposição maior da mídia a respeito de tecnologias de IA.

Junto com esse aumento de acessos também aumentaram as discussões éticas sobre seu uso, como por exemplo, se um jornalista pode usar o ChatGPT para escrever seus textos, ou se um publicitário pode usá-lo para fazer suas campanhas. Além de questões como se obras feitas por IA podem ser ou não consideradas como arte. E agora, se é certo “conversar” com uma pessoa que já faleceu.

Na visão de Alex Connock, pesquisador sênior da Saïd Business School da Universidade de Oxford e autor de “The Media Business and Artificial Intelligence”, tudo isso é uma questão de consentimento.

“Como todas as linhas éticas da IA, tudo se resumirá à permissão. Se você fez isso com conhecimento de causa e de boa vontade, acho que a maioria das preocupações éticas pode ser superada com bastante facilidade”, disse ele.

Já David Spiegel, presidente associado de psiquiatria e ciências comportamentais da Escola de Medicina de Stanford, disse que apps como StoryFile e HereAfter AI podem sim ser importantes para as pessoas, mas desde que todos compreendam de forma clara o que eles realmente são.

“O crucial é manter uma perspectiva realista do que você está examinando – que não é que essa pessoa ainda esteja viva, se comunicando com você, mas que você está revisitando o que ela deixou”, pontuou.

Como funcionam

Olhar digital

Tanto o StoryFile como o HereAfter AI funcionam gerando respostas a partir de entrevistas que os próprios clientes dão quando ainda estão vivos. As perguntas feitas pelos apps são coisas como “Conte-me sobre sua infância” e “Qual foi o maior desafio que você enfrentou?”.

Tendo essas repostas, a IA consegue criar um avatar que interage com os usuários dos apps e consegue também criar suas próprias respostas. Além disso, como essas entrevistas feitas são gravadas, eles conseguem usar a voz e a imagem real da pessoa que se foi.

Conversar

Mega curioso

Como dito, essa tecnologia já existe no mercado há tempos. Tanto é que, em dezembro de 2021, a Microsoft patenteou um chatbot de IA. Essa inteligência artificial consegue imitar os parentes falecidos da pessoa. Com isso, ela cria a ilusão de uma conversa com seu ente querido, através de um mensageiro instantâneo.

Esse doppelganger digital conseguiria aprender a imitar uma pessoa se baseando nas postagens dela nas mídias sociais e outros conteúdos online que estivessem disponíveis para o público. Isso pode ser uma questão muito controversa. E as normas sociais mudam, mas parece que pode ser uma ideia difícil de se vender.

É complicado imaginar qual cenário seria mais assustador. Conversar com um algoritmo que está imitando algum parente morto, ou então pensar que está falando com alguma celebridade, por exemplo, enquanto ela está na verdade curtindo a vida em algum lugar pelo mundo. Contudo, a Microsoft diz que sua inteligência artificial é capaz de fazer essas duas coisas.

“A pessoa específica pode corresponder a uma entidade passada ou presente, ou uma versão dela. Como um amigo, um parente, um conhecido, uma celebridade, um personagem fictício, uma figura histórica, uma entidade aleatória, etc. A patente lê”, explicou a empresa.

Fonte: Olhar digital

Imagens: Olhar digital, Mega curioso

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