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Vacina contra câncer pode sair antes de 2030

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Câncer é o nome dado a um conjunto de centenas de mutações patológicas que acometem pessoas em todo o mundo. Essas doenças são causadas por um crescimento de células anormal e fora do controle, que tomam conta de tecidos e órgãos. Quando não é tratado, esse crescimento exagerado celular pode ser fatal. Por conta disso, pesquisas no mundo todo tentam encontrar uma forma de curá-lo ou preveni-lo, como por exemplo com uma vacina.

Felizmente, parece que estamos cada vez mais perto de ter uma vacina contra o câncer. Cientistas da empresa farmacêutica alemã BioNTech, também responsáveis pela vacina contra COVID-19, anunciaram que essa esperada vacina estará disponível antes de 2023.

Segundo Ugur Sahin e Özlem Türeci, casal e fundadores da BioNTech, as pesquisas feitas pela empresa têm demonstrado resultados bastante otimistas. Ainda sobre a futura vacina, eles adiantaram que ela será personalizada.

“Nosso objetivo é usar a abordagem de vacina individualizada para garantir que os pacientes recebam uma dosagem personalizada que induza uma resposta imune logo após a cirurgia. Isso fará com que as células T, responsáveis pela defesa do corpo, consigam rastrear as células tumorais restantes e, idealmente, as eliminem”, explicou Ugur Sahin.

Vacina

Só notícia boa

As vacinas que foram bem sucedidas contra o COVID-19 foram as de RNA Mensageiro (mRNA). Agora, o objetivo dos pesquisadores é adaptar essa tecnologia e usá-la contra o câncer. Isso porque o RNA mensageiro pode prevenir a reincidência de tumores.

“A tecnologia de RNAm possibilita que você diga ao corpo como produzir o medicamento ou a vacina. Quando você usa o RNAm como uma vacina, ele serve como um manual para elaborar o ‘cartaz de procurado’ do inimigo. Neste caso, os inimigos são os antígenos de câncer que distinguem as células cancerosas das células normais”, explicou Türeci, que é imunologista.

Atualmente, a BioNTech está em uma fase avançada de testes clínicos de versões do imunizante. A vacina produzida por eles é focada no câncer colorretal, câncer de pele melanoma, e câncer de cabeça e pescoço.

No caso de essas vacinas de RNA mensageiro serem eficazes contra os tumores, elas irão ser um tipo de tratamento menos invasivo contra o câncer, além de poder ser possíveis terapias contra doenças virais, como o HIV e a zika.

“Sentimos que a cura para o câncer ou pelo menos para mudar a vida dos pacientes com câncer está ao nosso alcance”, concluiu Ozlem Türeci.

Dificuldades

Só notícia boa

Claro que a notícia de uma possível vacina, mesmo que contra somente alguns tipos câncer é uma coisa maravilhosa e um avanço enorme da ciência. Isso porque não é uma tarefa fácil conseguir uma vacina universal contra o câncer.

Primeiro, porque não é fácil identificar as células cancerosas. Segundo Willian Nassib, diretor médico do Centro de Oncologia e Hematologia da BP, a Beneficiência Portuguesa de São Paulo, o câncer provoca alterações no DNA e nas moléculas de uma célula saudável. Isso acontece por vários motivos, como exposição à luz ultravioleta, fumaça de cigarros, vírus, entre outros.

Com isso, teoricamente, as moléculas alteradas poderiam ser reconhecidas pelo sistema imunológico sem problemas, já que ele é o sistema “montado para reconhecer tudo o que é normal e anormal no corpo”, conforme ressalta Nassib. No entanto, não é o caso do câncer.

“O que ocorre é que algumas dessas alterações moleculares permitem que o câncer se esconda no sistema imunológico. Por uma série de mecanismos que cada vez mais nós estamos descobrindo. O câncer consegue se esconder do sistema imune e sobreviver sem o ataque das nossas células de defesa”, explicou ele.

Produção

Medicina S/A

Uma vacina é a preparação que contém partes enfraquecidas ou inativas de um organismo, ou antígeno, que provoca uma resposta imune no nosso corpo. Logo, uma vacina efetiva contra o câncer precisa saber reconhecer a diferença entre uma célula “camuflada” cancerosa e uma célula saudável.

“A célula tumoral de um tumor de pulmão, por exemplo, tem na maior parte de suas proteínas as mesmas que estão nas células normais. Por isso o ideal é quando temos alterações específicas”, exemplificou o oncologista Helano Freitas, do A.C.Camargo Cancer Center, em São Paulo.

“Estamos falando de uma seleção de antígeno. Eu tenho que escolher alguma coisa que esteja só na célula do tumor e não está na célula normal, desse modo eu consigo montar o sistema imunológico contra o tumor especificamente”, pontuou Nassib.

“A grande dificuldade de você desenvolver vacinas contra o câncer é justamente a escolha dos neantígenos. Se a gente descobrisse isso [um neoantígeno potente] seria ótimo, mas ainda não conseguimos descobrir nada do tipo. Não conseguimos descobrir esse neoantígeno tão bom e universal para todo mundo”, concluiu Nassib.

Fonte: Só notícia boa, G1

Imagens: Só notícia boa, Medicina S/A

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