Existem lugares no mundo que causam mais temor do que outros. Mas, tudo depende de determinadas circunstâncias. Por quais motivos eles nos trazem essa sensação? Bom, isso vai depender dos olhos das pessoas que estão visitando o lugar. Alguns, por exemplo, têm pavor de pontes. Isso se chama gefirofobia. Parece inusitado, mas é real. Essas pessoas com toda certeza não irão nessa ponte inaugurada no Vietnã.
A obra foi inaugurada na última sexta-feira. Ela tem 632 metros de extensão, está suspensa entre duas montanhas e dá a quem caminha nela a sensação de caminhar no vazio a aproximadamente 150 metros acima de uma floresta. Essa sensação é possível porque essa ponte é feita de vidro.
Ponte
“Olhar para baixo é um pouco assustador de primeira, mas tem que avançar com confiança, e aí é genial”, descreveu o visitante Nguyen Thi Trang.
Vidro
Balançar
Quando falamos de ponte, mesmo as pessoas que não têm medo sentem um certo receio quando uma coisa acontece. No caso, são as oscilações que as pontes sofrem quando tem um grande número de pessoas passando sobre ela.
Você sabe o motivo da ponte balançar quando multidões de pessoas andam por ela? Quando as pessoas caminham em sincronia causa um efeito pêndulo na ponte. Isso é conhecido como modelo Kuramoto.
Entretanto, a nova hipótese dá evidências de que as oscilações das pontes podem começar com vários pedestres caminhando cada um com seu próprio ritmo. Uma vez que esse balanço começa, cada pessoa tenta ficar de pé, e então esses ajustes acabam desestabilizando ainda mais as pontes.
“Pense nos passageiros andando em um barco balançando lado a lado em um mar tempestuoso. Eles vão adaptar seu movimento lateralmente e para a frente em resposta ao balanço do barco. Em particular, eles vão desacelerar seu movimento para frente”, explicou o matemático Igor Belykh, da Georgia State University.
Essa transferência de energia para a ponte através dos passos e o balanço da ponte é um exemplo de amortecimento negativo. Ou seja, vibrações muito pequenas que causam resultados finais bem maiores.
Para chegarem a essas conclusões, os pesquisadores calcularam os números usando observações de diferentes eventos de oscilação de pontes, experimentos e modelagem. Embora alguns desses eventos tenham registros mais detalhados que outros, eram poucos que mencionavam pedestres caminhando em sincronia.
Através dos seus cálculos, os pesquisadores descobriram que as pontes, no geral, são bem mais vulneráveis a oscilações do que se pensava anteriormente. Justamente para apoiar ainda mais a ideia de que passos variados, de forma natural, podem causar esse efeito, os pesquisadores planejam trabalhar no movimento de pessoas em multidões.
Em seu estudo anterior, os pesquisadores descreveram que existe um limite para cada uma das pontes depois do qual as oscilações começam. No futuro, os engenheiros querem descobrir esse limite com antecedência e ajustar os seus projetos de pontes de acordo com o necessário para onde elas serão instaladas. Ainda assim, não é algo fácil de se calcular.
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