Felizmente, estamos vivendo um momento em que falar sobre saúde mental não é mais um tabu, como já foi no passado. As pessoas estão se sentindo mais confortáveis em debater sobre o assunto e procurar ajuda. Até mesmo porque, hoje, as pessoas estão vendo como é importante ter e manter um equilíbrio emocional, e entre os problemas de saúde mental está a Síndrome de Burnout.
Ela é caracterizada pelo estado de tensão e estresse em excesso. O distúrbio psicológico está registrado no Grupo V da CID-10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde). O transtorno também pode ser conhecido como síndrome do esgotamento mental profissional. Isso porque quase sempre está ligado a uma pressão por desempenho extremo.
Conseguir medir os riscos que ela traz não é uma coisa muito fácil. Isso porque ela depende de fatores bem subjetivos, como por exemplo, o nível de cansaço mental. Contudo, os psicólogos da Norwegian University of Science and Technology conseguiram ultrapassar esse desafio e criaram uma ferramenta que consegue medir as chances de uma pessoa estar com burnout.
A ferramenta chamada Burnout Assessment Tool (BAT) funciona tendo como base um questionário em que as perguntas tentam entender o estado mental e físico da pessoa no trabalho para que assim possa dizer se ela está ou não suscetível ao burnout.
Para testar a ferramenta, os psicólogos fizeram o questionário com 493 pessoas. Depois de terem as respostas, eles puderam calcular uma pontuação para determinados sintomas relacionados com a síndrome. O objetivo deles é bem simples: conseguir identificar o risco para que as pessoas possam tomar medidas para que o burnout não aconteça.
“Anteriormente, não tínhamos uma ferramenta de medição suficientemente detalhada para utilização tanto no campo da prática como na investigação que identificasse os trabalhadores que estão em risco de esgotamento”, disse Leon De Beer, responsável pela criação da ferramenta.
Funcionamento da ferramenta
Essa ferramenta faz análise de áreas específicas que refletem a realidade das pessoas no trabalho, como por exemplo, conflito entre trabalho e casa; carga horária de trabalho; nível de satisfação no trabalho; nível de estresse emocional.
Então, com perguntas como “Você se sente no ‘piloto automático’ no trabalho?” ou “Você se sente triste sem saber o porquê?”, a ferramenta cria uma pontuação que diz o risco da pessoa ter ou não burnout.
Quando a pessoa responde o questionário, ela pode ver várias pontuações para cada uma das categorias que mostram o risco de esgotamento profissional. No primeiro teste feito, os pesquisadores viram que 13% das pessoas tinham um risco alto de burnout.
O estudo foi feito somente com noruegueses. Por isso que para se ter uma visão mais ampla, o ideal é que essa ferramenta seja aplicada em pessoas de outros países para que comparações possam ser feitas.
Como saber se tem burnout?
Além dessa ferramenta, também existem sinais que as pessoas podem se atentar para saber se tem ou não o risco de burnout. De acordo com o Ministério da Saúde, ela tende a acontecer quando a pessoa é conduzida a objetivos de trabalho bem difíceis e situações que ela julga não ter capacidade suficiente para conseguir cumprir.
No entanto, a causa principal é o excesso de trabalho. Ainda conforme o ministério, as pessoas que trabalham todos os dias sob pressão e têm responsabilidades constantes são as que têm maior risco de desenvolver a síndrome.
Existem também alguns sinais e sintomas que as pessoas podem se atentar, como por exemplo: cansaço excessivo, físico e mental, dor de cabeça frequente, alterações no apetite, insônia, dificuldades de concentração, sentimentos de fracasso e insegurança, sentimentos de incompetência, alterações repentinas de humor, isolamento, fadiga, pressão alta, dores musculares, problemas gastrointestinais, alteração nos batimentos cardíacos.
Conforme o ministério, esses sintomas aparece de forma leve e tendem a piorar conforme os dias vão passando. Então, se a pessoa se identificou com o esgotamento de alguma forma, o mais recomendável é que ela procure ajuda de um profissional. Até porque, somente um psicólogo tem propriedade para dar orientações de forma correta para uma pessoa.
Fonte: Canaltech
Imagens: Canaltech