Durante uma expedição no começo de agosto, um grupo de mergulhadores poloneses descobriu uma coisa: champanhes naufragados. Esse naufrágio poderia ter sido facilmente ignorado como um barco de pesca afundado.
O sonar, um equipamento utilizado para localizar naufrágios, não mostrava muita coisa abaixo da superfície. Mesmo assim, alguns especialistas curiosos – Marek Cacaj e Pawel Truszynski – optaram por fazer um mergulho rápido para investigar o que poderia estar escondido nas profundezas do Mar Báltico, entre a Suécia e a Polônia.
Assim, eles se depararam com um tesouro de garrafas de champanhe do século 19. Elas estavam armazenadas nos compartimentos de um navio à vela bem conservado, a 58 metros de profundidade.
Além das garrafas, também encontraram vinho, água mineral e porcelana, que poderiam ter mais de 170 anos de idade.
Resgate
Uma atualização registrada pela Associação Baltictech, um grupo de mergulhadores que promove o Mar Báltico como o local mais fascinante para explorar naufrágios, mencionou a dificuldade em julgar as quantidades encontradas. Mais de 100 garrafas de champanhes naufragados e cestos de água mineral em garrafas de barro foram avistados durante a exploração.
Em meio aos destroços de um veleiro do século XIX, os mergulhadores poloneses encontraram garrafas de champanhe em 11 de julho de 2024, no fundo do mar Báltico, a cerca de 37 quilômetros ao sul da ilha sueca de Öland.
O navio estava repleto de produtos de luxo, como porcelana e aproximadamente 100 garrafas de champanhe e água mineral, descansando a 58 metros de profundidade.
Os mergulhadores da Baltictech afirmam que as condições do local o preservaram de forma excepcional.
De acordo com a pesquisa inicial da associação, é provável que o navio estivesse a caminho da Rússia. Assim, carregaria mercadorias direto para o Czar Alexandre II.
Champanhes naufragados
O champanhe encontrado pode ter sido produzido pela renomada casa de champanhe Louis Roederer, de Reims, na França, fundada em 1776.
O fabricante confirmou que, em 1876, começaram a produzir champanhe para a corte do czar, mais doce que o padrão.
As autoridades suecas precisam aprovar futuras escavações do carregamento. Será que o champanhe ainda estaria bebível?
O Master Sommelier Bobby Stuckey, fundador do Frasca Hospitality Group, vencedor do prêmio da James Beard Foundation e estrelado pelo Michelin, responde.
Se a rolha não sofreu com a água do mar, ele deve estar bom para beber, afirma Stuckey, já que não há luz no fundo do Báltico e a água é fria.
Há cem anos, os champanhes tinham uma acidez mais elevada e, possivelmente, necessitariam de uma quantidade maior de açúcar adicionado, conforme explicado por Stuckey.
O local do naufrágio fica ao sul da ilha de Öland, fora das águas territoriais da Polônia. A Baltictech está colaborando com a Universidade de Södertörn, na Suécia, e com o Professor Johan Rönnby, em contato com o Instituto de Pesquisa de Arqueologia Marítima, para planejar os próximos passos.
Em 10 de julho de 2024, o navio da equipe de mergulhadores poloneses Baltictech estava ancorado no porto de Sandhamn, na ilha de Sandön, na Suécia.
No dia seguinte, 11 de julho de 2024, a equipe encontrou os destroços de um veleiro do século 19 no fundo do mar Báltico, a cerca de 37 quilômetros (o que são 20 milhas náuticas) no sul da ilha de Öland.
Naufrágios etílicos
De tempos em tempos, mergulhadores encontram recipientes de vinho ou espumante, mas o achado de mais de 100 garrafas recentemente feito pela Baltictech é excepcional.
Em 2010, mergulhadores na região costeira da Finlândia descobriram uma embarcação com um tesouro de 168 garrafas de espumante com 170 anos de idade, também preservadas nas águas escuras, frias e de baixa salinidade do Mar Báltico.
Uma pesquisa de 2015, que saiu nos “Proceedings of the National Academy of Sciences,” revelou que, ao agitar o líquido em um copo para oxigenar, o aroma passou de algo que lembrava “queijo caseiro” e “pelomolhado” para algo mais agradável. Algo como pimenta, defumado, com notas de couro, frutas e flores.
A descoberta da empresa Baltictech também encontrou aproximadamente 100 garrafas de água Selters. Isso chamou a atenção do grupo por ser um produto de luxo, quase como um remédio, e apenas a realeza tomava.
O valor dessa água era tão alto que os transportes tinham escolta pela polícia. Ainda existem fábricas de água Selters atualmente.
Contudo, os mergulhadores buscaram a orientação de historiadores para determinar que, com base no formato e no selo das garrafas, o carregamento pode ser de 1850 a 1867.
Fonte: Forbes