Curiosidades

1/6 da vida as pessoas passam cuidando da própria aparência, conforme estudo

0

Existem pessoas que não medem esforços na hora de buscar pela beleza. A corrida para aumentar a autoestima é, de fato, muito intensa e precisa de bastante dedicação. Felizmente, com o passar dos anos ficou mais fácil cuidar da própria aparência. Até porque, hoje em dia, existe um produto específico para praticamente tudo.

Mas ao mesmo tempo que existem as pessoas que são bastante vaidosas, existem aquelas que não ligam tanto para isso e até consideram esses esforços uma perda de tempo. Se elas estão certas ou não, isso vai da visão de cada um. No entanto, um ponto certo é que todo esse cuidado requer sim tempo e, ao todo, essas horas são surpreendentes.

Sabendo de tudo isso, uma equipe internacional de pesquisadores fez o maior estudo intercultural de todos os tempos a respeito dos comportamentos e cuidados das pessoas com sua própria aparência. Como resultado, eles descobriram que as pessoas gastam, em média, quatro horas por dia nesses cuidados com a beleza. E isso não depende do gênero ou da idade. Outro ponto ressaltado foi que a busca é ainda mais reforçada por conta das redes sociais.

Atratividade das pessoas

Kaliandra Cainelli

A explicação para essa preocupação com a própria aparência não é única e tem várias hipóteses. No caso desse estudo, os pesquisadores consideraram cinco delas. “Essas teorias são complementares e não mutuamente exclusivas”, disse Dmitrii Dubrov, coautor do estudo.

Em um olhar evolutivo, isso pode ser explicado como um reflexo da evolução sexual, já que estar mais bonito mostra uma boa saúde e genética para o acasalamento.

No caso da teoria de prevalência de patógenos, as pessoas que vivem em países com várias infecções perigosas têm que passar mais tempo melhorando sua aparência para que consigam esconder imperfeições visuais que possam ser vistas como algum sinal de doença.

Além disso, o investimento na própria aparência é relacionado às culturas mais conservadoras e tradicionalistas, como as que são marcadas pela desigualdade de gênero ou atitudes individualistas acima do coletivo. Outro fator que também tem um grande impacto é a influência da mídia de massa e das redes sociais.

Estudo

Freepik

Tendo essas hipóteses em mente, os pesquisadores entrevistaram mais de 93 mil pessoas em 93 países diferentes a respeito da quantidade de tempo que elas dedicavam todos os dias para sua aparência física. Para isso, os pesquisadores consideraram o tempo gasto em momentos como: maquiagem, penteado, escolha de roupas, higiene corporal, exercícios físicos ou tempo seguindo alguma dieta específica.

“Conseguimos coletar dados de quase 100 mil pessoas em uma amostra muito grande em termos de idade, educação e nível de renda, incluindo muitos participantes de países não industrializados — sobre os quais não tínhamos dados anteriores”, disse Dubrov.

Resultados

Cosmetic innovation

Como resultado, os pesquisadores viram que várias das teorias ditas antes se comprovaram através das entrevistas. No entanto, elas não foram as únicas descobertas e algumas surpreenderam os cientistas.

Indo de encontro com a hipótese evolutiva, eles identificaram pessoas que querem melhorar sua aparência para aumentar também as chances de encontrar um parceiro. De acordo com os dados, as pessoas que estão em relacionamentos românticos tendem a gastar mais tempo com sua vaidade nos momentos do início se comparados com as pessoas que já namoram há tempos ou são casados.

Além disso, as mulheres que vivem em países com uma grande desigualdade de gênero também têm uma tendência maior de gastarem mais tempo melhorando sua própria imagem se comparadas com as que moram em países mais progressistas. Isso também é visto nas culturas onde o individualismo é bem marcante, onde as realizações subjetivas são mais valorizadas do que as coletivas.

Com relação à hipótese da prevalência do patógeno, ela se confirmou parcialmente. Isso porque foi visto que as pessoas com histórico de doenças patogênicas graves realmente gastam mais tempo na melhora da sua aparência. No entanto, os pesquisadores não encontraram nada que relacionasse esse investimento na beleza com a vida das pessoas onde determinadas doenças são vistas.

Um resultado surpreendente foi que as pessoas mais velhas gastam o mesmo tempo que os mais jovens para aumentar sua beleza.

E o que parece ser o fator mais forte nessa influência de tempo gasto são as mídias sociais. As pessoas que usam essas redes tendem a gastar mais tempo em sua própria beleza do que os que usam menos ou nem tem conta nelas.

“Este estudo é um passo importante em pesquisas evolutivas e socioculturais que permitirão uma melhor compreensão da psicologia humana e de nossas atitudes em relação à beleza”, conclui Dubrov.

Fonte: Galileu

Imagens: Kaliandra Cainelli, Freepik, Cosmetic innovation

Por que os tubarões vão para Pernambuco e por que as pessoas continuam entrando no mar?

Artigo anterior

Laqueadura e vasectomia: o que diz nova lei em vigor sobre os procedimentos

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido