A algum tempo a Coreia do Norte confirmou ter campos de concentração no país para a reeducação de seu povo. Esse local seria usado para deter aqueles que cometiam algum crime ou se opunham ao regime político. Lá eles poderiam “refletir” sobre suas crenças e seus crimes. Falando dessa forma muitos podem imaginar o local como uma prisão comum mas não é bem assim por lá. Existe muito mais por trás desses lugares do que muitos poderiam imaginar.
Um relatório foi emitido pela ONU com a intenção de denunciar os atos feitos pelo país utilizando esses campos de concentração. Eles foram acusados por cometer execuções, torturas e serem responsáveis pelo desaparecimento de muitas pessoas. Foram registradas violações a mais de 24 milhões de Norte Coreanos. Que vão desde as mais sérias, até as sistemáticas. Mesmo mantendo uma segurança de alto nível alguns dos detentos se arriscam a fugir do local. A fuga de alguns deles possibilitou que as atrocidades cometidas nos campos viessem a tona. e essas são algumas delas.
1 – Tortura de Pombo
Um comerciante chamado Jeong Kwang-il foi acusado de espionagem após fazer uma negociação com os Sul Coreanos. Depois disso ele foi levado para o campo de concentração, onde foi espancado e torturado. Ao final do processo ele estava com todos os dentes quebrados e com terríveis feridas na parte de trás da cabeça. Ele foi torturado por um método chamado de “Tortura de Pombo“. Ela consiste em se amarrar os braços do acusado em uma parede e enforcá-lo com as algemas. 10 meses após o início das torturas Jeong confessou o crime, mesmo não o tendo cometido.
Depois disso ele foi direcionado para uma das maiores prisões da Coréia do Norte, Yodok, onde teve que fazer trabalhos brutais. Ele permaneceu lá durante três anos até que foi liberado. Quando saiu e tentou retornar para sua casa ele percebeu que tanto ela quanto sua família haviam desaparecido. Ele fugiu para a Coreia do Sul logo em seguida.
2 – Bacia de água gelada
Os prisioneiros não podiam ir contra as ordens dos guardas. Caso isso acontecesse eles eram enviados para uma cela minúscula cheia de outros prisioneiros. Lá eles passavam por um processo de tortura onde eram obrigados a sentarem em uma bacia com água extremamente gelada. Muitos não sobreviviam depois de serem enviados para lá.
3 – Enforcamento e apedrejamento
Uma punição era empregada para aqueles que tentavam fugir do local. Mas, nesse processo, não eram apenas os fugitivos que se davam mal. Depois de serem capturados de uma fuga falha, eles eram condenados e enforcados. Além disso os demais prisioneiros eram obrigados a apedrejar os seus corpos e gritar a frase: “Abaixo os traidores do povo!“. Alguns deles estavam tão desgastados que simplesmente nem conseguiam arremessar as pedras. Caso isso acontecesse eles também eram punidos.
4 – Privação de alimento
Quando não conseguiam completar suas tarefas diárias, a quantidade de comida do prisioneiro era reduzida. Isso fazia com que muitos deles morressem de fome. Para completar, os presos acabavam se alimentando de ratos, salamandras e cobras encontradas no local. Eles não tinham acesso a utensílios de cozinha e tinham que comer os animais da forma como conseguiam.
5 – Fugas forjadas e mortes planejadas
Os guardas do local são instruídos a destratarem os prisioneiros. Caso eles tentem fugir, estão autorizados a matar e até recebem recompensas por isso. Um dos guardas do local, chamado Ahn Myong Chol, ficou perturbado com a situação e afirmou ter presenciado um de seus colegas obrigar um dos prisioneiros a escalar o muro. Em seguida, outro deles atirou no “fugitivo” para ser recompensado.
6 – Mortes por prazer
Muitas mortes no local eram feitas pelo simples prazer de seus guardas. Ahn, o guarda citado anteriormente, descreveu algumas delas e disse que era muito frequente. Em seus relatos ele disse que um dos guardas chutou duas crianças em uma lagoa cheia de lixo que havia no local e as deixou afogar. Em outro momento crítico foi quando ele presenciou o comando de guardas para que três cachorros atacassem algumas crianças que estavam lá. Três delas morreram na hora e as outras duas que ainda estavam vivas, foram enterradas ainda respirando.
7 – Encenações de tortura
Novamente para tentar arrancar a “confissão” de seus prisioneiros, que muitas vezes não eram reais, eles mantiveram outro método de tortura um tanto peculiar. Os capturados eram colocados em posições estranhas e desconfortáveis, de acordo com o comando dos guardas. Era como uma encenação. Em alguns momentos eles tinham que fingir estar dirigindo uma moto ou mesmo um avião e tinham que se manter na posição. Isso durava até que eles suassem o suficiente para encher um copo que se encontrava embaixo deles. Caso eles não aguentassem e desmaiassem, eram acusados de ter fingido e tinham que repetir o processo.
8 – Corpos flamejantes
Como tinham que fazer muitos trabalhos físicos pesados sob condições precárias, muitos acabavam não conseguindo e morrendo no processo. Quando eles morriam, os outros prisioneiros colocavam seus corpos em um carrinho. Quando isso acontecia eles tinham que levar os cadáveres ao topo da montanha, onde seriam completamente queimados. Suas cinzas eram coletadas e usadas como fertilizante nos campos.
9 – Punição familiar e decapitação
Um caso chocante aconteceu quando dois irmãos fugiram do campo de concentração. Após esse feito, muitos outros saíram prejudicados. Sete de seus familiares foram mortos como uma forma de vingança pela fuga. Outros prisioneiros que estavam presentes no local também receberam punições brutais. Eles foram espancados coletivamente como castigo. Os irmãos foram encontrados depois de um tempo e retornaram para o campo de concentração. Lá eles foram decapitados e apedrejados pelos demais prisioneiros no ritual mencionado anteriormente no tópico três.
10 – Estupro e assassinato de bebês
Algumas mulheres aprisionadas no campo de concentração acabavam sofrendo abusos sexuais por parte dos guardas. Quando esses se atraiam por alguma delas, eles a violentavam e estupravam. Caso essas mulheres engravidassem, elas eram obrigadas a abortar. Caso a gravidez já estivesse em um estágio avançado, elas chegavam a ter o bebê e logo em seguida as crianças eram tomadas das mães. Os guardas também batiam nos bebês até que eles morressem e alguns até eram queimados vivos.
Além dos abusos sexuais, outros rituais também eram empregados a elas. Elas eram expostas de forma vergonhosa e depois mortas. Uma delas foi obrigada a tirar suas roupas em frente aos guardas. Depois disso eles atearam fogo nela ainda viva.
Você imaginava que essa era uma realidade vivida pelos norte-coreanos? Apesar de sabermos um pouco sobre a situação atual do país e seu regime totalitário, muitos nem imaginam que seu povo tenha de enfrentar situações horrendas como essa.