A chegada de Mulher Maravilha nos quadrinhos foi um marco na história da nona arte. A super-heroína abriu portas para tantas outras que vieram depois. Ela é o principal nome feminino da DC Comics, sendo parte da Trindade da editora e integrando os Sete Originais. Por isso, é apenas natural que ela tenha feito o mesmo caminho no cinema. Seu filme solo em 2017 fez tanto sucesso que Warner Bros/DC decidiu investir mais em outras heroínas. Entre as quais está Batgirl.
A personagem é parte icônica do universo Batman. Criada por Bill Finger, com a arte de Sheldon Moldoff, ela teve sua primeira aparição em Batman #139, de 1961. Embora Betty Kane tenha sido a primeira mulher sob o manto, ela foi substituída seis anos depois por Barbara Gordon. Desde então, ela passou a ser o nome mais associado à heroína. Apesar de já ter versões live action de Batgirl, ela nunca teve um filme solo. Contudo, isto está prestes a mudar. A personagem está nos planos da Warner para ser adaptada para as telonas, dessa vez, em uma aventura solo. Por isso, separamos alguns fatos que você precisa saber sobre ela.
Diferente de outros tantos casos, Batgirl é um manto que, desde sua criação foi ocupado, no mínimo, por quatro mulheres. Embora Barbara Gordon seja a mais icônica, os leitores de quadrinhos possuem muito carinho por Cassandra Cain também. Na era pré-Crise, a primeira a assumir o título foi Betty Kane, sobrinha de Kate Kane, a Batwoman. No entanto, após os eventos de Crise nas Infinitas Terras, ficou estabelecido que ela nunca havia sido Batgirl, mas sim a heroína Labareda.
Com o tempo, Barbara Gordon se tornou a Batgirl mais popular, assumindo arcos importantes dentro do universo DC. Filha do Comissário Jimmy Gordon, ela aprendeu a se defender desde pequena. Foi com ele também que ela aprendeu sobre leis e o sistema policial da cidade. Barbara é doutora em Biblioteconomia, tendo trabalhado muito tempo na área. Um de seus arcos mais famosos aconteceu em A Piada Mortal, de Alan Moore, onde Barbara é baleada por Coringa e fica paraplégica. Sem poder exercer suas atividades como Batgirl, ela assume a identidade de Oráculo, funda das Aves de Rapina e se transforma na melhor hacker do mundo. Dessa forma, ela não apenas liderava sua equipe, mas também ajudava outros diversos heróis com informações e assistência via internet. Contudo, 23 anos depois, no reboot Novos 52, essa parte da sua história foi apagada e, teoricamente, Barbara nunca se aposentou de ser Batgirl.
Fato curioso, mesmo sendo bastante popular e querida entre os leitores, Bargirl nunca teve sua própria revista. Dado a sua fama e mesmo história passada, muitos fãs sempre assumiram que Barbara Gordon seria a primeira personagem a ser honrada com título exclusivo. Surpreendendo um bocado de gente, a DC Comics entregou o momento à Cassandra Cain. Assim, em 2000, a heroína teve suas aventuras registradas na primeira série solo da Batgirl. Ela teve publicação mensal por seis anos e concedeu a personagem histórias pessoais e missões atraentes e interessantes o suficiente para disputar o lugar com Barbara no coração dos leitores.
A paralisia de Barbara Gordon após os eventos de A Piada Mortal foi bastante controversa na época. Não porque aconteceu, mas pela brutalidade de como se sucedeu. Depois da tempestade, porém, a personagem foi designada a outro posto. Como Oráculo, Barbara assumiu uma postura mais madura e sensata. Além de se tornar a pessoa mais competente na área. Depois de duas décadas no posto, mais polêmicas foram geradas quando a editora anunciou que ela deixaria a cadeira de rodas.
Gail Simone foi responsável pelas histórias da personagem por anos e foi uma grande defensora a colocá-la em pé novamente. Na história, Barbara passa por uma cirurgia experimental na África do Sul e, depois, com muita fisioterapia, ela conseguiu recuperar os movimentos das pernas. A controvérsia da vez se deu justamente por terem tirado essa parte de sua história. Para muitas pessoas, esse foi um retrocesso para com personagens com deficiência.
Geoff Johns e Jeff Katz conseguiram explorar A Piada Mortal sem forçar um reaproveitamento do material clássico. No arco No Joke, da série solo do Gladiador Dourado, o herói volta no tempo para evitar que Barbara seja baleada. Na primeira tentativa, ele chega atrasado, porém, não desiste. Michael volta ao laboratório de Rip Hunter e pede para ser enviado novamente. Assim, claro, cada vez que ele volta e altera algum padrão, o futuro sofre as consequências. Por fim, ele aceita que certas coisas não podemos mudar.
Na série animada The Batman é revelado que Barbara Gordon e Pamela Isley se conheceram na escola. Elas se tornaram melhores amigas na época, contudo, a amizade não durou por muito tempo. Com o desenvolvimento da história, as duas seguem caminhos diferentes e suas filosofias de vida entrem em conflito. Assim, Barbara se torna a heroína Batgirl, enquanto Pamela assume a identidade da anti-heroína Hera Venenosa.
Em 2017, a Warner Bros/DC anunciou que faria um filme solo da Batgirl, com Joss Whedon – recém-chegado à casa – no comando. Entretanto, o projeto ficou parado por algum tempo, até Liga da Justiça ser a bomba do ano do estúdio. Com os bastidores na maior confusão, muitos pensaram que a Warner havia desistido da ideia. Contudo, o projeto permanece vivo e tudo indica que o futuro da DC no cinema está repleto de heroínas. Recentemente tivemos a confirmação de Aves de Rapina, com a volta de Margot Robbie como Arlequina. Pouco tempo depois, o estúdio anunciou a produção do longa Supergirl e revelou que Batgirl continua nos planos. Agora, a Warner procura por diretoras para assumir os projetos e iniciar a pré-produção. Oremos!