Ditado popular ou provérbio ou ainda adágio é uma frase do popular, com um texto mínimo de autor anônimo que é várias vezes repetido e se baseia no senso comum de um determinado meio cultural, como por exemplo: “antes ele do que eu”. Ditos populares são realmente muito úteis quando, principalmente, quando resolvemos soltar alguma coisa metafórica, ou quando precisamos de um termo para exprimir a alguém o que queremos dizer.
Bom, mas será que os ditados populares que nós fazemos, tem como significado original o mesmo que nós achamos que são? Tendo isso em mente, nós resolvemos ir atrás de alguns ditados que na verdade tem outro sentido, e temos a certeza que vocês vão se surpreender, confiram:
Esse ditado serve como uma viso para as pessoas que são muito curiosas, porém, o provérbio que conhecemos hoje se originou a partir de “cuidado matou o gato”, com a palavra “cuidado significando “preocupação” ou “tristeza”. O provérbio foi registrado pela primeira vez em uma peça de teatro de Ben Johnson, “Every Man in His Humour”, em 1598. Acredita-se que a peça foi encenada por uma trupe de atores que incluía William Shakespeare. Depois de um tempo, Shakespeare, na “cara dura”, usou a frase em sua própria peça “Muito Barulho por Nada”.
Em 1898, a expressão original “cuidado matou o gato” ainda estava em uso quando foi definida no “Brewer’s Dictionary of Phrase and Fable”. Porém, no mesmo ano, a expressão foi impressa como: “Diz-se que a curiosidade matou um gato” no jornal The Galveston Daily News. Quando a expressão apareceu na peça “Diff’rent”, de Eugene O’Neill, no ano de 1922, o provérbio já tinha transformado na expressão que utilizamos até hoje.
Sabem qual é o verdadeiro ditado? “O sangue da aliança é mais grosso do que a água do útero”, mas “o sangue é mais grosso do que a água” é muitas vezes usado para implicar que os laços familiares são mais importantes que qualquer outra coisa, por exemplo, do que relações temporárias com os amigos. Isso não tem nada haver com o que a frase significa originalmente.
Na versão original, o significado é bem diferente, pois diz que o vínculo entre companheiros soldados era mais forte do que a sua lealdade familiar. A palavra sangue estava se referindo ao sangue derramado no campo de batalha.
A expressão foi também usada em referência a “pactos de sangue” que as pessoas faziam compartilhando o sangue de um animal ou até mesmo cortando uns aos outros e misturando o sangue.
De acordo com o provérbio “o dinheiro é a raiz de todo o mal”, toda a imoralidade e maldade do mundo são causadas pelo dinheiro, porém, a frase é uma citação equivocada da Bíblia, com a original sendo “o amor ao dinheiro é a raiz de todo mal”. Sendo assim, os problemas são causados quando as pessoas passam a amar dinheiro e ser controladas por ele, e não pelo próprio dinheiro. Outras expressões dizem o seguinte: “a raiz de todo o mal” para “a raiz de todos os males, ou “a raiz de todos os tipos de males”, algo ainda mais distante da linguagem original da Bíblia.
A expressão certa seria “A verdade irá libertá-lo”, mas com outro entido. Essa frase hoje em dia é usada frequentemente para incentivar as pessoas a revelarem a verdade, presumivelmente depois de terem mentido e a fim de se sentirem melhores. Essa expressão tem como origem a Bíblia e existem diferentes variações. Seu contexto original não tem muito haver com mentira, na verdade a frase é uma instrução religiosa. A “verdade” representa o cristianismo, Deus ou Jesus, e a “liberdade” se refere a quaisquer impedimentos, como pecados ou ignorância.
Sendo assim, “a verdade vos libertará” tem como significado original se você for um cristão de “A verdade (Jesus) o libertaria da escravidão do pecado”.
Esse ditado pe usado como uma forma de reconhecer a coincidência de uma pessoa que chega no momento exato em que outras estavam falando dela, e não quer dizer que seja algo ruim. Porém, antes do século 20, o provérbio carregava um significado um pouco mais sinistro. O original “fale do diabo, ele vai aparecer”, foi visto em vários textos latinos e ingleses do século 16. Registrado com esse sentido pela primeira vez por Giovanni Torriano na Piazza Universale em 1666 (ano bem sugestivo para a expressão), o provérbio ficou bem conhecido até meados do século 17 e expressava a convicção de que era perigoso falar ou mencionar o demônio pelo nome.
Enquanto a maioria das pessoas não acreditava exatamente de que a citação pura ao nome do diabo o faria aparecer, por uma questão de “azar”, a referência era evitada. Por volta do século 19 que o significado original da frase começou a mudar.
A expressão em latim é muitas vezes traduzida como “aproveite o dia” e é usada para justificar o comportamento espontâneo a fim de aproveitar ao máximo a vida. Mas na verdade, a frase original é “extraia o máximo do dia, confiando o menos possível no futuro”. Por isso, não é aproveitar como se não houvesse amanhã, mas sim faze o máximo que podemos agora para colhermos os resultados no futuro. A frase apareceu pela primeira vez no livro do poeta romano Horácio, “Odes Livro I”, que usou metáforas agrícolas para exortar as pessoas a aproveitar o dia. Horácio era um seguidor do epicurismo, uma filosofia ensinada por Epicuro, com base na ideia de que o prazer é a coisa mais importante e é alcançado através de uma vida simples.
A expressão “Carpe diem” foi usada por Lord Byron em 1817, e mais tarde popularizada pelo filme “A Sociedade dos Poetas Mortos”. Hoje, seu significado original é muito esquecido e ela na verdade encoraja as pessoas a agarrar as oportunidades sem levar em conta o futuro.
Muito pelo contrário, essa ditado na verdade é “Deus está nos detalhes”. Essa expressão hoje alerta para erros que podemos cometer nos pequenos detalhes de um projeto. Porém, uma versão mais antiga do provérbio significava que a atenção para as pequenas coisas da vida trazia recompensas significativas.
Não é claro que cunhou a frase “Deus está nos detalhes”, o provérbio é atribuído a muitas figuras influentes, incluindo Mechelangelo. O mais comum é se atribuir a expressão ao arquiteto de origem alemã Ludwig Mies der Rohe. Embora seja mais provável que a frase não tenha se originado com ele, ela está em seu obituário de 1969, no jornal New York Times. A frase também foi utilizada pelo historiador de arte Aby Warbug, embora seu biógrafo tenha sido hesitante em dizer que o termo foi inventado por ele. Uma versão ainda mais antiga do provérbio, “O bom Deus está nos detalhes”, é geralmente atribuída ao influente escritor francês Gustave Flaubert.
E a, caros leitores, já sabiam dos significados reais de todos esses ditados? Comentem!