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A história de Rui Pedro, menino sequestrado em Portugal antes de Madeleine McCann

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Quando pensamos em desaparecimento de crianças que ficaram bem famosas, o caso mais lembrado é o de Madeleine McCann, a menina de três anos que despareceu no dia três de maio de 2007 durante as férias com seus pais em Portugal e até hoje nunca foi encontrada. Contudo, antes do desaparecimento dessa menina houve o desparecimento do jovem Rui Pedro.

O caso do menino não é tão conhecido como o de Madeleine, mas ele também afetou toda uma família: a Teixeira Mendonça. O desaparecimento de Rui Pedro, de 11 anos na época, aconteceu no dia quatro de março de 1998. Na época, o caso teve uma repercussão bem grande. No entanto, assim como Madeleine, o menino nunca foi encontrado. E o Estado português foi processado por “falhas gravíssimas” na investigação.

Depois de mais de duas décadas do caso, em 2019, Rui Pedro teve sua morte presumida declarada. O menino já não está mais sendo procurado pela polícia, mas o mistério de como ele desapareceu dura até os dias de hoje.

Desaparecimento

Aventuras na história

No dia quatro de março, por volta das 14h, o jovem Rui Pedro pegou sua bicicleta e foi pedalando até onde sua mãe trabalhava, que ficava perto da casa da família, em Lousada, no distrito de Porto.

O menino foi até o trabalho da mãe para pedir a ela se poderia passar a tarde com seu amigo Afonso Dias, de 22 anos. No entanto, Filomena Teixeira negou o pedido do filho e disse para ele brincar no terreno abandonado do lado de fora do escritório. Essa foi a última conversa que os dois tiveram.

Apenas horas depois foi que se notou que o garoto tinha sumido. Isso aconteceu quando o tutor de Rui Pedro ligou para os pais dele e perguntou o motivo de ele não ter ido à aula que estava marcada para as 17h daquele dia. Então, os pais do menino ficaram desesperados e começaram a procurar por ele.

A polícia foi acionada e a mãe do menino contou sobre o pedido que o filho tinha lhe feito antes. Por conta disso, Afonso foi chamado para ser interrogado. O jovem estava emocionalmente perturbado e disse que não sabia onde Rui Pedro estava e sugeriu que a polícia fechasse as fronteiras do país.

Depois de um tempo, o primo de Rui Pedro, João André Mendonça, disse para a polícia que ele, o primo e Afonso tinham combinado de ir encontrar uma prostituta, mas Rui Pedro não tinha ido porque sua mãe não o deixou ir.

Sabendo disso, a polícia portuguesa foi criticada em duas coisas. Primeiro pela demora para começar a investigação, e segundo por ter diminuído a procura por não terem pistas confiáveis.

Últimos passos de Rui Pedro

Aventuras na história

A prostituta, Alcina Dias, confirmou para polícia que Afonso tinha levado o garoto para conhecê-la e que ele teria pagado a ela para fazer sexo com Rui Pedro. De acordo com Alcina, o menino estava bastante nervoso e chorando quando saiu do carro e dizendo que tinha sido obrigado a encontrá-la.

Ainda segundo ela, ela tentou acalmar o menino e perguntou se a mãe dele sabia onde ele estava quando Rui Pedro disse que não. Depois disso, ele voltou para o carro de Afonso e os dois saíram juntos.

Em setembro do mesmo ano, a polícia fez uma operação internacional de pornografia infantil e conseguiu 750 mil imagens e vídeos de 1.263 crianças diferentes. Dentre elas, 16 foram identificadas, sendo uma delas Rui Pedro.

Mesmo com essa pista o menino nunca foi encontrado. O que a polícia suspeita é que os sequestradores de Rui Pedro tenham o assassinado depois de que ele foi gravado sendo abusado por membros da rede de pedófilos.

Julgamento

Aventuras na história

Nesse caso aconteceu um julgamento. Afonso Dias foi julgado em novembro de 2011 e foi a primeira vez que Alcina reconheceu o jovem diante das autoridades. Supostamente, Alcina tentou dar seu depoimento aos policiais antes, mas como ela não conseguia identificar Afonso apenas pelo nome sua versão nunca foi ouvida.

Mesmo sendo julgado, em 2012, Afonso foi absolvido por falta de evidências. Contudo, em 2014 ele foi julgado novamente e condenado a três anos de prisão por corrupção de menor por ter levado Rui Pedro à força para ter relações com Alcina. Contudo, Afonso nunca foi citado como sendo responsável pelo desaparecimento do menino. E até os dias de hoje ele se declara inocente com relação a isso.

Críticas

Aventuras na história

Segundo Filomena Teixeira, a investigação a respeito do desaparecimento do seu filho não foi feita de forma correta. Isso porque a polícia nunca investigou as pistas que recebeu, não ouviu depoimentos de vizinhos e nem fez a averiguação do carro de Afonso Dias. Além disso, a mãe de Rui Pedro disse que sofreu assédio sexual por um dos inspetores do caso.

Por conta disso, a mãe do menino começou a agir sozinha e ligou para os hospitais e viajou para fora de Portugal buscando o filho na Suíça.

“Serviu para constatar que o que eu dizia era verdade. Durante 13 anos, chamaram-me louca, e agora, passado este tempo todo, vêm dar-me razão: afinal, não estava louca, estava certa. (…) Sempre disse que eles estavam a ir pelo caminho errado, que não estavam a procurar, que não estavam a fazer nada”, disse ela quando as falhas na investigação foram apontadas.

Fonte: Aventuras na história

Imagens: Aventuras na história

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