Curiosidades

A música piorou com o passar do tempo? Ciência responde

0

É basicamente impossível imaginar um mundo em que não haja músicas. Podemos ouvir um bom som onde quer que a gente vá hoje em dia. No metrô, no carro a caminho do trabalho, na praia, dentro do quarto no final do dia, enfim, realmente em qualquer lugar. Não é à toa que ela é uma das formas de arte mais difundidas do mundo.

Assim como os artistas vão mudando, a forma de se fazer música também muda. Tanto que é comum escutar pessoas mais velhas dizendo que “não se faz mais músicas como antigamente”. O mais chocante é que, nostalgia à parte, eles podem estar certos. Pelo menos foi isso que mostrou um novo estudo.

Segundo os pesquisadores, as letras das músicas estão ficando mais simples e repetitivas. Até chegarem a essa conclusão, eles analisaram mais de 12 mil canções em língua inglesa de 1980 a 2020, de vários ritmos como rap, country, pop, R&B e rock.

Outro ponto notado pelos pesquisadores foi que os artistas estão usando menos palavras difíceis e repetindo mais versos, especialmente o refrão. Mesmo que Eva Zangerle, uma das responsáveis pelo estudo, tenha preferido não citar o nome de ninguém especificamente, ela destacou um artista antigo que era mais criativo e autêntico, em sua visão: Bob Dylan.

Existe culpado?

Brasil travel news

O estudo feito não culpou os artistas por essa tendência. De acordo com Zangerle, a mudança pode ter acontecido por uma questão comercial. “As letras prendem mais hoje em dia, simplesmente porque são mais fáceis de memorizar”, disse.

Isso mostra que teria sido a indústria que passou a exigir músicas assim por ser o que o público queria. Além disso, nos tempos de Spotify e outras plataformas de áudio, quem trabalha na indústria sabe que o foco principal é chamar atenção de cara.

De acordo com Zangerle, “os primeiros 10-15 segundos são altamente decisivos para pularmos a música ou não”. Outro possível reflexo da sociedade é que as letras passaram a ser menos alegres e positivas e passaram a ser mais raivosas, tristes ou transmitindo desgosto. As músicas também ficaram mais focadas no “eu” e “meu”.

Música

Estratégia concursos

Outra mudança vista na música foi sua duração. Antigamente, por exemplo, os artistas tinham que fazer suas canções se encaixarem em um vinil de 45 rotações por minuto. Como resultado, as músicas tinham em média três minutos de duração.

Ao longo de décadas, os artistas continuaram com esse formato, mesmo a tecnologia tendo mudado e dado mais liberdade de tempo para eles. Contudo, agora os artistas parecem brincar mais com a duração das músicas.

Segundo o levantamento feito pelo (M)Dados, o núcleo de análise de dados do Metrópoles, as músicas ficaram 10 segundos mais curtas nos últimos três anos.

Para fazer essa análise, eles levaram em conta as 30 faixas brasileiras mais tocadas no Spotify em 2017, 2018, 2019. Com isso, notou-se que os lançamentos mais recentes de músicas pop brasileiras seguem esse padrão.

Claro que músicas mais curtas deixam o público querendo mais. Como por exemplo, quando Iza lançou Evapora, sua parceria com Ciara e Major Lazer. A música tem somente dois minutos e sete segundos, fato que chamou bastante a atenção do público. Entretanto, ela está apenas seguindo a tendência que tomou conta tanto da cena brasileira como internacional.

Agora, as músicas mais curtas são o novo “padrão” dominante do mercado fonográfico. Isso acontece porque a estratégia comercial está ligada ao novo contexto de distribuição das músicas. Nesse ponto, os artistas recebem pela quantidade de “plays” ou “streams” em suas faixas, portanto, se elas forem menores, as chances de serem tocadas mais de uma vez aumentam.

Além disso, um outro motivo apontado pelos artistas e produtores é a economia de atenção. Como boa parte dos consumidores mais ávidos por novidades são os jovens, eles tendem a preferir coisas mais rápidas, até porque são constantemente bombardeados por vários conteúdos diferentes ao longo do dia.

“Com o número de lançamentos hoje em dia, você precisa prender a atenção das pessoas. Para isso, temos que acompanhar esse ritmo, produzindo faixas que captem os ouvintes da forma mais rápida e eficaz possível”, pontuou o rapper Konai.

Na visão do DJ DUH, produtor da Laboratório Fantasma, do rapper Emicida, essa nova geração de ouvintes de músicas é resistente a faixas maiores. “Fui pai de adolescente e percebo que a juventude e as rádios não gostam de lidar com músicas mais longas. Eles perdem a paciência e as largam na maior parte das vezes”, disse ele.

Contudo, não são todas as pessoas que concordam com a lógica de que as músicas menores são as mais ouvidas. Por exemplo, para DUH, produtor de nomes como Rael, Drik Barbosa, Rashid e Muzzique, a qualidade do produto oferecido aos ouvintes ainda tem um peso maior do que o tamanho da faixa.

“O que gera mais ‘plays’ é uma música bem construída, com refrão legal e uma melodia mais interessante. Isso é o mais importante, afinal, estamos lidando com entretenimento. Faixa boa é aquela que se canta e se tem vontade de ouvir”, conclui.

Fonte: Olhar digital, Farcom

Imagens: Brasil travel news, Estratégia concursos

Ondas de calor serão mais quentes e mais duradouras. Entenda

Artigo anterior

Maior sucuri do mundo morreu de causas naturais, afirma perícia

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido