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Ondas de calor serão mais quentes e mais duradouras. Entenda

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Com o passar dos anos, a temperatura média de todo o mundo tem sofrido altas terríveis. Isso pode ser visto com as fortes ondas de calor que atingiram várias regiões do mundo em 2023. E ao contrário do que muitas pessoas pensaram, essas ondas não acabaram.

Por conta das mudanças climáticas, as ondas de calor gigantes estão se espalhando pelo mundo durante mais tempo, o que leva temperaturas mais altas para áreas maiores. Isso foi mostrado em um novo estudo publicado na revista Science Advances.

Conforme o estudo, as ondas de calor globais estão se movendo 20% mais lentas desde 1979. Isso quer dizer que mais pessoas estão sendo impactadas pelo calor durante mais tempo.

Ondas de calor

Olhar digital

Para se ter uma ideia, entre 1979 e 1983, a média de duração das ondas de calor globais era de oito dias. Contudo, entre 2016 e 2020, essa média foi para 12 dias. Além disso, a frequência com que elas acontecem também subiu para 67%.

Outra descoberta do estudo foi que as temperaturas nas ondas são mais altas do que 40 anos atrás e a área afetada por elas ficou maior.

Mesmo que outros estudos já tenham mostrado que as ondas de calor pioraram com o passar do tempo, segundo Wei Zhang, da Universidade Estadual de Utah, e Gabriel Lau, da Universidade de Princeton, coautores e cientistas climáticos, esse estudo mostrou quanto tempo esse calor dura e como ele está se propagando nos continentes.

O estudo mostrou que a Eurásia foi atingida por ondas mais duradouras, da mesma forma que a América do Norte e Austrália. “Essas ondas de calor estão viajando cada vez mais devagar e podem permanecer por mais tempo na mesma região”, disse Zhang.

Estudo

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Para fazer o estudo, os pesquisadores usaram simulações de computador que mostravam que a mudança foi impulsionada pelas emissões de calor provocadas pela queima de carvão, petróleo e gás natural. Dentre as simulações, eles fizeram uma de um mundo sem emissões de gases de efeito estufa. Como resultado, eles viram que o agravamento visto nas últimas décadas não seria observado.

O estudo também fez a análise das mudanças nos padrões climáticos que propagam as ondas de calor. Nesse ponto, a conclusão foi que as ondas atmosféricas que movem os sistemas climáticos também estão enfraquecendo. Por conta disso que essas ondas não estão se movendo de forma tão rápida.

“Uma das consequências diretas do aquecimento global é o aumento das ondas de calor. Esses resultados colocam um grande ponto de exclamação nesse fato”, acrescentou Jennifer Francis, cientista do Woodwell Climate Research Center.

Futuro

Exame

Assim como a descoberta desse estudo, outras projeções de temperatura para o futuro não são das mais animadoras. De acordo com um estudo feito pela universidade britânica de Exeter, a temperatura da superfície do planeta está caminhando para ter um aumento de 2,7° Celsius até 2100 com relação à era pré-industrial. Por conta desse aumento, dois bilhões de pessoas enfrentarão um calor nunca antes visto.

Conforme pontuaram os autores, esse estudo é um dos raros que mostra o custo humano e reforça a urgência climática. Isso porque, normalmente, os estudos mostram outros pontos, como por exemplo, prejuízos financeiros. No entanto, esse focou no número de pessoas que será afetado com esse calor extremo.

“Precisaremos de uma remodelagem profunda da habitabilidade da superfície do planeta, o que poderia resultar potencialmente em uma reorganização em grande escala dos lugares onde as pessoas vivem”, afirmou Tim Lenton, líder do estudo.

Entretanto, conforme aponta Lenton, se o aquecimento global for limitado em 1,5° C, que era o objetivo do Acordo de Paris de 2015, a quantidade de pessoas que será exposta a um calor extremo iria diminuir e ser menos de meio bilhão. “Para cada acréscimo de 0,1°C acima dos níveis atuais, são 140 milhões de pessoas a mais que sofrerão com um calor perigoso”, pontuou ele.

O estudo estipulou o parâmetro de “calor mortal” com a média anual de 29°C. Os riscos vão ficando maiores em locais perto da linha do Equador que, mesmo com um calor menos extremo, a umidade impede que o corpo se refresque através da transpiração.

Fonte: Olhar digital, UOL

Imagens: Olhar digital, Exame

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