Curiosidades

Almôndega com carne de mamute, animal extinto há 4 mil anos, é criada por startup

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Comer está entre as melhores coisas da vida. Nisso quase todo mundo concorda. E, a menos que você seja adepto ao vegetarianismo ou veganismo, existe uma enorme probabilidade de você ser um amante de carne. Seja ela  qual for, a grande verdade é que quem gosta fica feliz comendo carne de qualquer procedência.

Contudo, existem tipos de carne que as pessoas nem sonhavam em ser possível comer. No entanto, através das ferramentas de edição genética, os humanos podem fazer coisas inimagináveis, como por exemplo, recriar em laboratório a “carne” de um mamute-lanoso, animal extinto há aproximadamente quatro mil anos.

Esse projeto envolvendo almôndegas foi bem inusitado e polêmico. Quem o desenvolveu foram os cientistas da startup australiana Vow. Essas almôndegas de carne de mamute foram mais do que um simples produto, elas foram uma estratégia de marketing. “A comida como a conhecemos não precisa permanecer do jeito que a conhecemos”, explicou a startup.

Por isso que essa suposta carne de mamute foi usada com o objetivo de trazer a questão do que pode ou não ser comida. Com ela, eles provaram que a comida não precisa existir atualmente na Terra para que ela possa ser ingerida. Mas o foco principal da empresa são as carnes feitas em laboratório.

A Vow trabalha produzindo “carnes” a partir de células de animais que são cultivadas em laboratórios, ou seja, para a produção, nenhum tipo de sofrimento ou morte animal acontece. Com isso, em teoria, o mesmo peito de frango que se compra em um supermercado poderia ser oferecido e comprado na startup.

Carne de mamute

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Uma das grandes tendências na comunidade científica é tentar ressuscitar animais antigos. O caso mais famoso é o da empresa Colossal, que tem o objetivo de reviver os mamutes com algumas adaptações genéticas. Além dela, recentemente, pesquisadores russos também disseram que estão trabalhando em um objetivo parecido. No entanto, o foco deles é trazer de volta o bisão da Sibéria.

Mesmo que sejam bem sucedidos, esses projetos irão demorar anos. Contudo, a ideia da startup é bem mais simples e já foi colocada em prática bem mais rapidamente.

Mesmo a equipe da empresa não tendo acesso a nenhum mamute-lanoso, o que eles fizeram foi concentrar uma sequência de DNA da mioglobina de mamute. Ela é disponibilizada no banco de dados genômicos público. E no caso da carne animal, é a mioglobina que está presente no tecido muscular que dá cor, textura e sabor a ela.

Essa sequência disponibilizada de DNA não estava completa, então a Vow a preencheu com o material genético de um elefante-africano, porque ele seria o animal mais próximo dos mamutes. Depois disso, a sequência foi colocada em uma célula muscular de uma ovelha e cultivada em laboratório. Como resultado se formou 400 gramas da “carne de mamute”.

Venda

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Claro que os amantes de carne iriam formar uma fila para comprar essas almôndegas de mamute. Entretanto, o objetivo da Vow não é esse. Além do mais, as 400 gramas que foram produzidas eles enviaram para o Rijksmuseum Boerhaave, um museu de ciências na Holanda.

O mais curioso é que até mesmo quem produziu essa carne disse que não provou da sua própria criação. “Normalmente, provaríamos nossos produtos e brincaríamos com eles. Mas hesitamos em experimentar, porque estamos falando de uma proteína que não existe há cinco mil anos. Não tenho ideia de qual pode ser a alergenicidade potencial dessa proteína em particular”, afirmou James Ryall, diretor científico da Vow.

Além disso, o diretor científico também reforçou que essa almôndega de mamute não irá ser colocada para venda. Então não será dessa vez que os amantes de carne poderão sentir o gosto de um animal que já caminhou na Terra há tanto tempo.

Fonte: Canaltech

Imagens: Canaltech

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