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Alucinação faz você enxergar pessoas pequenas, e não se sabe o motivo

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O cérebro é um órgão bastante complexo e consegue produzir experiências bem impressionantes. Em alguns casos, essas experiências podem ser alucinações de pessoas minúsculas correndo bem em frente aos olhos de uma pessoa.

Essas alucinações com pessoas minúsculas podem ser divertidas ou aterrorizantes. Isso irá depender de quem se perguntar como foi a experiência. Até porque, relatos a respeito dessas alucinações, também conhecidas como alucinações liliputianas, são bem raras na literatura científica. A realidade é que poucos pesquisadores tentaram descobrir o que realmente está por trás dessas experiências estranhas.

Alucinação

Aventuras na história

Foi no começo dos anos 1900 que o psiquiatra francês Raoul Leroy se interessou por avistamentos de figuras humanas parecidas com​ os minúsculos habitantes de Lilliput do livro “A viagens de Gulliver”. Na concepção de Leroy, aquilo era um mistério da mente que implorava para ser explicado.

“Essas alucinações existem fora de qualquer micrópsia. Enquanto o paciente tem uma concepção normal do tamanho dos objetos que o cercam, a micrópsia se relaciona apenas com a alucinação. Às vezes eles ocorrem sozinhos, às vezes acompanhados por outros distúrbios psico-sensoriais”, escreveu Leroy sobre um caso específico.

Os casos vistos por Leroy eram bastante diversos. Embora, geralmente, ele notasse que as alucinações eram coloridas, altamente móveis e principalmente afáveis. Às vezes, as alucinações eram de figuras individuais, mas a maior parte dos pacientes relatava que essas pessoas minúsculas apareciam em grupo. Nas alucinações, elas subiam nas cadeiras, se espremiam debaixo da porta e respeitavam a força da gravidade.

Porém, nem todos os casos eram bons. Leroy relatou no estudo de uma mulher de 50 com alcoolismo crônico que ela disse ter visto dois homens, da altura de um dedo, vestidos de azul e fumando um cachimbo, sentados no alto de um fio elétrico. A paciente disse que enquanto olhava para os homens, ela ouviu uma voz ameaçando matá-la. Foi nesse momento que a alucinação acabou.

Relatos

Papo de cinema

“Em minha comunicação anterior à Sociedade Médico-Psíquica, eu disse que essas alucinações tinham um caráter bastante agradável, o paciente olhando para elas com tanta surpresa quanto com prazer. Aqui, como no caso de MM. Bourneville e Bricon, a aparição causou uma sensação de pavor”, pontuou Leroy.

Portanto, o que outros poderiam dizer que eram delírios, Leroy interpretou como sendo possíveis sintomas de doenças mentais. Esses sintomas eram considerados dignos de serem classificados, para que os médicos pudessem descobrir formas melhores de diagnosticar e tratar essas alucinações.

Como resultado, alguns psicólogos foram influenciados pelo trabalho de Leroy e também tentaram explicar esse fenômeno. Contudo, eles se limitavam às hipóteses não testáveis ​​envolvendo o misterioso funcionamento do mesencéfalo ou algum tipo de regressão freudiana.

Embora tenha tido esse interesse inicial, as alucinações liliputianas não figuram como critério para nenhuma doença na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde.

Atualmente

Sorisomail

Mesmo tendo esse trabalho histórico feito por Leroy e tendo avanços na compreensão de várias condições da mente, ainda se sabe muito pouco porque alguns cérebros inventam essas alucinações de pessoas minúsculas.

Portanto, o historiador médico da Universidade de Leiden e pesquisador de transtornos psicóticos, Jan Dirk Blom, teve a vontade de mudar isso. Como resultado, ele fez uma análise bem rigorosa dos relatos dos casos de alucinações liliputianas nos arquivos médicos modernos.

Com isso, Blom chegou em somente 26 artigos a respeito das alucinações liliputianas que se pode considerar relevantes. Desses artigos, 24 descrevem casos originais.

“Durante as décadas de 1980 e 1990, novos casos raramente foram publicados, e a questão da fonte subjacente das alucinações liliputianas caiu no esquecimento. Apesar de algum interesse renovado no fenômeno nas últimas duas décadas, essa situação permaneceu basicamente inalterada”, escreveu Blom.

Por isso, Blom reuniu referências mais históricas e menos clínicas, como por exemplo, capítulos de livros e teses médicas. Como resultado, ele conseguiu 226 casos únicos para comparar e contrastar.

Motivo

Obvious mag

As experiências e as origens dessas alucinações eram as mais variadas. O mais velho dos casos era de um homem de 90 anos, e o mais jovem tinha somente quatro anos de idade. Contudo, os relatos tinham vários pontos em comum.

A maior parte das pessoas estudadas dizia que as pessoas minúsculas vestiam roupas bonitas e coloridas. Eles não ficavam nas sombras ou se escondendo no canto do olho. Praticamente todas essas figuras eram estranhas. Apenas alguns relatos diziam que as pessoas minúsculas tinham rostos familiares.

Com todos esses relatos e estudos, não é incomum imaginar que exista algum tipo de envolvimento do sistema visual do cérebro. O fato de ser uma experiência comum para aqueles com síndrome de Charles Bonnet, e para aqueles com doenças como Parkinson que às vezes relatavam alucinações ao anoitecer, corrobora com essa hipótese.

Fonte: Science Alert

Imagens: Aventuras na história, Papo de cinema, Sorisomail, Obvious mag

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