Milhões de pessoas, ou até mesmo bilhões, usam drogas de todos os tipos. Entre drogas ilegais e provindas do submundo, até chegar no cafezinho de cada dia. As drogas podem causar diferentes efeitos para o nosso corpo. A maioria dos tipos as pessoas já sabem.
E um ramo crescente de pesquisas sobre drogas tem mostrado que as experiências com drogas psicodélicas podem ser boas ou ruins, assustadoras e desconfortáveis. Mas que levam a melhorias.
Tanto que os cientistas descobriram uma droga psicodélica que promete produzir efeitos antidepressivos bem rápidos e duradouros em camundongos e sem ter nenhum efeito de alucinação.
A molécula chamada AAZ-A-154 atua nos mesmos receptores de serotonina no cérebro, assim como as drogas antipsicóticas e psicodélicas. Isso promove o crescimento neuronal e produz comportamentos que são benéficos nos roedores depois de uma única dose.
Segundo os pesquisadores, esse tratamento é comparável com a natureza de ação rápida da cetamina, que surgiu recentemente como uma droga promissora para condições como depressão, abuso de substâncias e transtorno de estresse pós-traumático.
Contudo, algumas drogas psicodélicas que estão sendo estudadas, como por exemplo a psilocibina, geralmente, que desencadeiam alucinações. Isso quer dizer que elas devem ser usadas só como tratamento sob a orientação e supervisão de especialistas.
Então, encontrar uma alternativa segura e sem o risco de alucinações seria uma coisa extremamente útil. Contudo, a questão é que os pesquisadores ainda não sabem se esses efeitos alucinógenos são necessários para realmente conseguir remodelar o cérebro.
Para analisar mais detalhes, os pesquisadores da University of California, Davis (UC Davis) codificaram geneticamente uma proteína fluorescente verde em uma espécie de receptor de serotonina específico que é responsável por desencadear alucinações. Isso deu a eles a possibilidade de observar os receptores sendo ativados nos tecidos vivos.
Os pesquisadores aplicaram esse novo sensor a 34 compostos com estruturas extremamente parecidas, mas com potenciais alucinógenos desconhecidos. Com isso eles encontraram uma molécula particular, a AAZ-A-154, que mostrou uma seletividade alta para o receptor e com poucos efeitos colaterais.
Quando o composto foi administrado nos camundongos ele produziu efeitos parecidos aos dos antidepressivos em somente 30 minutos e não causou nenhuma contração muscula. Isso foi um indicador de que esse composto causaria alucinações em humanos. Esses resultados pareceram os mesmos em doses relativamente altas, com os benefícios cognitivos durando mais de uma semana.
Segundo os pesquisadores, essa é somente a segunda droga não alucinógena que eles descobriram e que mostra benefícios clínicos parecidos com os psicodélicos.
Um outro composto descoberto foi o Tabernanthalog (TBG). Ele foi desenvolvido no ano passado por alguns dos mesmos pesquisadores. E por mais que tenha aumentado a ramificação dos neurônios dos camundongos de forma parecida co a cetamina, LSD, MDMA e DMT, parece que o AAZ-A-154 tem efeitos antidepressivos mais fortes.
Se comparado com os psicodélicos existentes, levar esses remédios e os colocar nos armários e tomar por conta própria sem nenhuma supervisão seria uma alternativa bem mais segura e prática. Nisso, o TBG e AAZ-A-154 parecem ser candidatos promissores.
Até o momento esses compostos só foram testados em ratos. Então, os pesquisadores ainda não sabem como eles realmente irão funcionar nos humanos. Por isso pesquisas são necessárias para entender os mecanismos subjacentes.