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A cantora Anitta afirmou que precisou tomar três medicamentos para dor para conseguir dar uma entrevista ao “Fantástico”, da TV Globo. Diagnosticada com endometriose, durante a conversa com o jornalista Felipe Santana, a artista foi sincera sobre a sua saúde.
“Parece uma infecção urinária, mas não tem bactéria. É uma dor tão forte que parece que a sua vida vai acabar. Para eu estar conseguindo falar com você, eu tomei três remédios para dor”, disse.
Anitta falou sobre a endometriose na última quinta-feira (7). A cantora comentou sobre as dores que sente logo após o ato sexual e durante o período menstrual.
Vamos, galera, mulheressss. Estou aqui no auge dos acontecimentos mais inacreditáveis da minha vida um atrás do outro tipo um rajadão de bênçãos… mas num ta dando pra sorrir por motivos de: precisamos falar sobre endometriose
— Anitta (@Anitta) July 8, 2022
“Não pode fazer muito esforço por um mês. Tive que cancelar muita coisa, mas era isso ou morrer de dor não, só depois do ato, mas também quando menstrua. Precisávamos agir rápido. Nove anos nesse sofrimento.”
A doença pode causar cólicas menstruais severas, dores abdominais fora do período menstrual, dores nas relações sexuais e sintomas intestinais e urinários. Ela também pode afetar a fertilidade da mulher.
Demora de diagnóstico de endometriose
Foto: FilmMagic
Também em entrevista ao Fantástico, Anitta revelou que a primeira vez que teve uma crise relacionada à endometriose foi durante a gravação do clipe do Show das Poderosas.
“Foi a primeira vez que eu senti essa dor na vida. Parecia que eu ia morrer. E no making of, eu meio que paro assim respiro, penso, meu Deus, eu vou conseguir gravar, dançar? E aí eu fui. Gravei até o fim, mas logo de lá da gravação do clipe eu fui direto para o hospital, com dor.”
Ao ser questionada pelo repórter Felipe Santana sobre o que ela pensava ser essa dor, a cantora Anitta revelou que acreditava que era por falta de higiene.
“Eu virei uma paranoica da higiene. E não melhorava. Já cheguei a tomar antibiótico por 6 meses sem parar. Já tomei de tudo quanto foi remédio, já fiz tudo quanto foi coisa que as pessoas falavam e médicos. Não sei o quê? E nada.”
Diagnóstico de endometriose
Foto: Torben Christensen/ Ritzau Scanpix/ AFP
Depois de anos, uma médica amiga da cantora descobriu o motivo da dor de Anitta. “Me botou numa ressonância, viu a endometriose lá.”
O endométrio é um tecido que reveste a cavidade do útero. A endometriose acontece quando esse tecido passa a migrar para fora do útero, em direção aos ovários e à cavidade abdominal.
Os sintomas da endometriose podem ser:
- cólica durante o período menstrual;
- dor durante as relações sexuais;
- dor ou sangramento intestinais e urinários durante a menstruação;
- dificuldade de engravidar.
A infertilidade costuma acontecer com aproximadamente 50% das mulheres com endometriose.
O exame ginecológico no consultório médico é o primeiro passo para identificar a doença, que depois é confirmada por exames de imagem, como a ressonância magnética.
“Estima-se que no Brasil tenhamos de 7 a 8 milhões de mulheres com endometriose. Estamos falando de uma doença que acomete 10% de todas as mulheres que menstruam no mundo inteiro. Existe um dado do Ministério da Saúde do ano de 2021. Cerca de 26.500 mulheres foram atendidas. Dentro dessas, 8.000 mulheres chegaram a realizar alguma intervenção cirúrgica”, afirma Marcos Tcherniakovsky, ginecologista.
Falta de informação
Foto: Reprodução/Instagram/ @anitta
De acordo com Anitta, a falta de informação e a demora no diagnóstico foram os motivos que a fizeram falar publicamente sobre a doença.
“É sempre uma culpa na gente, é sempre a gente está fazendo alguma coisa errada. Aí eu falei: ‘Vou falar isso publicamente, porque hoje tudo que eu falo tem um alcance muito grande’. Se eu puder de alguma maneira alcançar mulheres que estão na mesma situação que eu ou no início. E depois que falei veio um monte de gente falar comigo. Então, a minha vontade era só de trazer uma melhoria para as mulheres no geral, entendeu? Mais informação para que as coisas mudem.”
Fonte: Fantástico, G1
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