Natureza

As maiores curiosidades sobre a vida secreta dos fungos

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Os fungos são organismos presentes em praticamente todos os ambientes. Eles estão no solo, no ar, na água, nos alimentos e até em nossos corpos. No entanto, costumam passar despercebidos, já que a grande maioria não pode ser vista a olho nu. Apesar da grande quantidade de fungos já estudados, estima-se que mais de três milhões desses organismos continuam desconhecidos pela ciência.

Um relatório intitulado State of the World’s Fungi (“Estado dos Fungos do Mundo”, em tradução literal) apontou que mais de dois mil novos fungos são descobertos a cada ano, a partir de uma variedade de fontes, incluindo a unha humana. Esses organismos são tão importantes que são utilizados até mesmo como matéria-prima para medicamentos e preparos alimentícios.

Porém, não são todos que podem ser classificados como “bonzinhos”, já que alguns provocam estragos em plantas e doenças em animais. Mesmo assim, é inegável que se tratam de espécimes muito interessantes e com características peculiares. Confira, abaixo, as principais curiosidades que envolvem os fungos:

fungos

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Reino próprio

Os fungos possuem um reino só para eles, assim como as plantas e os animais. É o Reino Fungi, que possui milhões de espécies e grande parte ainda é desconhecida, de forma que até hoje os cientistas seguem descobrindo novos exemplares. Apesar de estarem em um reino próprio, eles são mais próximos dos animais do que das plantas. Além disso, alguns possuem substâncias químicas em suas paredes celulares compartilhadas com lagostas e caranguejos.

Simbiose

A simbiose, relação vantajosa entre espécies diferentes, é uma grande especialidade de algumas espécies de fungos. Em parceria com algas, eles formam os líquens – seres que sobrevivem em terrenos extremos, como pedras e cascas de árvores.

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Parasitas

As micoses que atingem nossa pele, couro cabeludo ou unhas são causadas por fungos. A frieira entre os dedos dos pés também é causada por eles, assim como a candidíase e a histoplasmose.

Fungos na alimentação humana

Muitas espécies de fungos são utilizadas na nossa alimentação. Estima-se que pelo menos 350 espécies estejam inseridas na alimentação humana. É o caso clássico dos cogumelos comestíveis, como o champignon e as trufas (que podem ser vendidas por milhares de dólares), e dos fungos responsáveis pela fermentação de bebidas alcoólicas, massas (como pizzas e pães) e queijos. Atualmente, o mercado global de cogumelos comestíveis está avaliado em R$ 235 bilhões por ano.

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Marcelo Sulzbacher

Inteligência

Experimentos recentes mostram que os fungos sabem traçar os caminhos mais curtos e/ou eficientes para chegar aos alimentos. No Japão, cientistas colocaram alimentos ao redor de um fungo e ele traçou linhas idênticas ao traçado do metrô de Tóquio para chegar à comida.

Decomposição

Alguns fungos são utilizados em laboratório para decompor plásticos em semanas, já que o processo natural de decomposição do plástico leva muitos anos. Na natureza, a responsabilidade de decomposição de matéria também é desses organismos.

Alimentos são decompostos rapidamente, enquanto outros materiais, como a madeira, podem levar anos até que sejam completamente decompostos. Atualmente, alguns estudos já propõem o uso dos fungos decompositores para transformar resíduos de colheitas em bioetanol, que é um tipo de biocombustível.

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Matéria-prima

Os fungos podem servir como matéria-prima para diversos produtos, como exemplo, podem ser citadas as peças de plástico para automóveis, a borracha sintética e o lego, que são feitos com ácido itacônico derivado de um fungo. Além disso, produtos feitos a partir de fungos podem ser usados ​​como substitutos para espuma de poliestireno, couro e materiais de construção.

Alucinógenos

Entre as espécies de fungos que se conhece hoje, 216 são consideradas alucinógenas. Eles podem provocar reações como alucinações visuais, alterações do estado de consciência e alterações do pensamento e do humor.

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Extinção

Apenas 56 tipos de fungos foram avaliados para a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), que classifica espécies ameaçadas de extinção. Em comparação, mais de 25 mil plantas e 68 mil animais foram incluídos na Lista Vermelha.

23 mil sexos

O fungo chamado cientificamente de “Schizophyllum commune” tem mais de 23 mil sexos. É impressionante mas, para o fungo, é algo muito simples. A espécie, bastante comum em árvores de todo o mundo, não possui 23 mil órgãos sexuais. Ao contrário dos seres humanos, que têm o gênero definido por um par de cromossomos (XX e XY), entre os fungos a identificação não é feita por cromossomos, mas sim por pares de genes alelos.

Tendo em mente que cada casal de fungo fornece um cromossomo e cada cromossomo abriga dois genes alelos, as combinações de sexos possíveis são de quatro no total: AA, AB, BA, BB. No caso do “Schizophyllum commune”, por terem mais de 300 alelos possíveis na posição A e 90 possíveis na posição B, a quantidade de combinações pode, portanto, chegar ao imenso número que ultrapassa os 23 mil.

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Fontes: BBC e Vix

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