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Atmosfera desse exoplaneta tem uma semelhança intrigante com a Terra

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Desde que se começou a estudar o universo, várias coisas já foram descobertas, como por exemplo, diversos exoplanetas, alguns até maiores do que o planeta Terra. O primeiro exoplaneta foi descoberto ainda na década de 1990. Depois dele, milhares de outros similares já foram descobertos além do nosso sistema. Agora, o astrônomos acabaram de espiar a atmosfera de um dos exoplanetas mais extremos já descobertos.

Por mais que ele não seja habitável, pelo menos como se entende, o chamado exoplaneta WASP-189b é o primeiro que os pesquisadores conseguiram sondar camadas atmosféricas diferentes. Cada uma delas tem suas próprias composições e características químicas.

“No passado, os astrônomos frequentemente assumiam que as atmosferas dos exoplanetas existiam como uma camada uniforme e tentavam entendê-la como tal. Mas nossos resultados demonstram que mesmo as atmosferas de planetas gasosos gigantes intensamente irradiados têm estruturas tridimensionais complexas”, disse o astrônomo Jens Hoeijmakers, da Universidade de Lund, na Suécia.

Exoplaneta

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Esse exoplaneta em específico é membro de um dos subconjuntos de exoplanetas mais intrigantes: os Júpiteres quentes. Eles são gigantes gasosos, assim como Júpiter, mas que têm órbitas bem próximas das suas estrelas hospedeiras. Elas têm a duração de menos de 10 dias. Como resultado dessa proximidade, as temperaturas neles são bem escaldantes.

Nesse ínterim, os pesquisadores não sabem o motivo deles serem assim. De acordo com os modelos atuais de formação planetária, um gigante gasoso não pode se formar tão perto da sua estrela. Isso porque, a gravidade, a radiação e os ventos estelares intensos deveriam impedir que o gás se aglutinasse.

No entanto, dos aproximadamente cinco mil exoplanetas confirmados até agora, mais de 30 são júpiteres gasosos. Portanto, compreender mais sobre eles pode revelar a dinâmica desses outros sistemas planetários.

O exoplaneta WASP-189b está a cerca de 322 anos-luz de distância da terra e está entre os mais extremos. Ele é aproximadamente 1,6 vezes o tamanho de Júpiter e orbita sua estrela durante um período de 2,7 dias. Sua estrela é jovem e quente, o que significa que as temperaturas do exoplaneta chegam a até 3.200°C. Com isso, o exoplaneta é mais quente do que algumas estrelas.

Atmosfera

Emol

Além disso, ele também é um dos exoplanetas mais brilhantes que se conhece. Isso faz com que ele seja bem atraente para os estudos atmosféricos.

“Medimos a luz que vem da estrela hospedeira do planeta e passa pela atmosfera do planeta. Os gases em sua atmosfera absorvem parte da luz das estrelas, semelhante ao ozônio, absorvendo parte da luz solar na atmosfera da Terra, e assim deixam sua ‘impressão digital’ característica. Com a ajuda do High Accuracy Radial Velocity Planet Searcher (HARPS), a bordo do Observatório de La Silla, do ESO, fomos capazes de identificar as substâncias correspondentes”, explicou a astrônoma Bibiana Prinoth, da Universidade de Lund, que liderou a pesquisa.

Como resultado, viu-se gases que incluíam vapores de metais pesados. Nesse sentido, a atmosfera do exoplaneta está flutuando com nuvens de ferro gasoso, titânio, cromo, magnésio, vanádio e manganês.

Ademais, os pesquisadores também encontraram vestígios de óxido de titânio, que nunca tinha sido detectado de maneira conclusiva em uma atmosfera exoplanetária. Ele é encontrado na natureza do nosso planeta. A presença dele no exoplaneta pode estar ajudando a moldar a atmosfera.

Observações

El confidencial

“O óxido de titânio absorve a radiação de ondas curtas, como a radiação ultravioleta. Sua detecção poderia, portanto, indicar uma camada na atmosfera de WASP-189b que interage com a irradiação estelar de maneira semelhante à camada de ozônio na Terra”, pontuou o astrofísico Kevin Heng, da Universidade de Berna.

“E como as impressões digitais de diferentes gases foram alteradas de maneiras diferentes, achamos que isso indica que elas existem em diferentes camadas. Da mesma forma que as impressões digitais de vapor de água e ozônio na Terra parecem alteradas de maneira diferente à distância, porque ocorrem principalmente em diferentes camadas atmosféricas”, continuou.

Embora não seja possível ir para esse exoplaneta, a pesquisa é relevante na busca pela vida. Ademais, essas descobertas representam um marco na sondagem de atmosferas exoplanetárias, lugar onde é mais provável de se detectar sinal de vida alienígena.

Fonte: Science Alert

Imagens: Innovation news network, Emol, El confidencial

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